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sábado, 28 de dezembro de 2013

Catolicismo Romano e Cristianismo perdem espaço para o Islamismo na Europa

cristianismo, religião, cristãos

A imprensa ocidental não deixa de chamar atenção para o estrangulamento dos direitos dos cristãos da Europa. Peritos constatam a morte paulatina da tradicional civilização europeia e um impetuoso crescimento da alternativa islâmica. É verdade que no Ocidente vão surgindo novas formas de discriminação dos cristãos. Para tal basta se inteirar das notícias das últimas semanas.

Veja-se um recente escândalo ocorrido na Grã-Bretanha, causado pela decisão da rede comercial Marks and Spencer (M&S) no sentido de permitir aos funcionários muçulmanos não venderem carne de porco e álcool. Segundo um representante oficial da empresa, a M&S procura criar um “ambiente livre de discriminação” e vai ao encontro com os desejos de seus funcionários. De notar ainda que a rede mencionada se esforça por expandir tal política a representantes de outras religiões, inclusive aos cristãos, que não querem trabalhar aos domingos e aos judeus que respeitam o dia de sábado. Perante múltiplos protestos veementes, a decisão foi cancelada, o que, contudo, não fez diminuir o número dos descontentes que desejam boicotar a atividade da empresa “moralizante”.
Convém referir que na vida social da Europa vão ocorrendo dois processos simultâneos com vetores diferentes e contrários: os muçulmanos residentes na Europa gozam do direito exclusivo ao modo de vida tradicional, assente na respectiva religião. Mas os cristãos europeus ou os habitantes da Europa, cujo modelo de comportamento, se assente no paradigma cristã, são privados de tal privilégio. E isto, sem dúvida, se enquadra bem no processo de secularização. Assim, estamos diante da prática de duplos padrões, considera o perito Konstantin Voronov:
“O fenômeno está ligado aos processos de erosão na esfera histórico-cultural perante a globalização crescente e os processos internos que decorrem no Ocidente, o que levou a mudanças na área religiosa e moral. A meu ver, são processos objetivos. Antigamente, a humanidade vivia em recintos civilizacionais fechados, mas hoje, devido aos processos migratórios, a conflitualidade tem vindo a aumentar.”
Segundo os defensores da política imigratória ativa, os imigrantes têm contribuído para a receita fiscal, ajudando a compensar as despesas sociais com os aposentados. No seu entender, os imigrantes vão acumulando funções de empregados e consumidores, aumentando assim a procura no mercado de consumo. Isto leva ao aumento do emprego, já que os imigrantes podem abrir novas empresas, participando na criação de novos postos de trabalho. Resumindo, contribuem, em certa medida, para o desempenho da economia europeia.
Mas a economia constitui apenas uma parte da vida cotidiana dos europeus. Do ponto de vista da preservação da civilização europeia, tais processos não podem ser encarados como positivos por estarem abalando os alicerces civilizacionais da Europa. Falando de forma mais simples, os imigrantes se tornam portadores de outros valores culturais e religiosos, criando cópias das suas práticas originárias em pleno centro do Velho Mundo. Mas acontece que as autoridades europeias, favoráveis a tais fenômenos, fazem tudo para que os habitantes da Europa não se sintam à vontade na sua terra natal. Daí resultam vários excessos semelhantes ao caso da M&S, ressalta o professor catedrático da Escola Superior de Economia, Oleg Matveichev:
“A globalização torna atual a antiga ideia de dividir para reinar”. Daí surge um “culto da diferença”, resultante da filosofia do pós-modernismo. Mas esta filosofia nada tem a ver com os valores cristãos, sendo, ainda por cima, incompatível com qualquer identidade coletiva. O primeiro alvo desta tendência foi e continua sendo o Cristianismo. Hoje em dia, é muito difícil encontrar um cristão europeu praticante. Se não existissem a Espanha e a Polônia – países católicos tradicionais ativos – o número de muçulmanos teria ultrapassado o dos cristãos”. Em vez da tradição cristã, Bruxelas engendrou uma nova crença no globalismo, igualitarismo, abertura de fronteiras e governo mundial. Na opinião do establishmenteuropeu, as pessoas em todo o mundo se sentem favoráveis a aceitar os valores ocidentais, as suas instituições e a cultura por estes traduzirem “uma mentalidade universal, mais liberal, mais racional e mais moderna”. Tal crença virou, contudo, um erro crasso para os arquitetos da nova Europa.
Como se verificou, a ética tem limites geográficos. Aqueles que foram chamados a apoiar a economia europeia não desejam compartilhar os valores éticos europeus. Os imigrantes têm a sua própria opinião sobre o bem o mal. Isto virou uma grande surpresa para a parte anfitriã, realça Oleg Matveichev:
“Quanto mais imponente for a cortesia política, tanto mais conflituosa será a sociedade. Mas isto requer uma direção globalista, um rigoroso controle sobre os processos caóticos: quanto maior for o número de conflitos, tanto mais forte tem o poder que ser.”
Os políticos europeus estão envidando esforços enérgicos para criar um mundo multicivilizacional, ou seja, um mundo que não pertença a nenhuma civilização, privado de um núcleo cultural. Mas eles estão enganados, tal mundo não poderá existir.

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