O profeta Maomé nunca colocou os pés para fora da Península Arábica. A cidade só ganhou relevância para essa religião depois de sua morte
As mesquitas do Domo da Rocha (foto acima) e de Al Aqsa (abaixo), em Jerusalém, estão no centro dos protestos de palestinos contra israelenses e nos discursos de muitos terroristas. O lugar onde ficam é considerado como o terceiro mais sagrado do Islamismo, depois das cidades sauditas de Meca e Medina. Como explicar esse destaque se Jerusalém sequer é citada no Corão?
Em uma passagem desse livro de 621 d.C, conta-se que Maomé realizou uma viagem noturna entre o lugar da Mesquita Sagrada, que sabidamente era Meca, para a mesquita mais distante. Al aqsa, em árabe, quer dizer isso: mais longe. O trajeto foi feito no lombo de uma criatura mítica, Buraq, um animal branco alado, metade mula, metade cavalo. Desse ponto longínquo, “al aqsa”, o profeta subiu aos céus em uma escada milagrosa.
O texto não explicita em qual coordenada geográfica do planeta seria essa mesquita distante, al aqsa. Por isso, em algumas traduções do Corão, o nome Jerusalém aparece entre colchetes para evidenciar que foi enxertado depois. Na versão em português, o trecho em que cita-se al aqsa recebe uma nota no rodapé, onde se explica o seu significado: “Aqsa: extrema, distante. Trata-se da Mesquita de Jerusalém”.
Segundo a tradição islâmica, o Corão foi recitado pelo anjo Gabriel para Maomé ao longo de vários anos, entre 609 d.C e 632 d.C . Historicamente, sabe-se que o profeta nunca deixou a Península Arábica. Pela proximidade, quando a região da Palestina aparece no texto, é indicada como “a terra mais perto”. Na época do profeta, ela ainda não estava sob domínio muçulmano.
Só perto de 715 d.C é que Jerusalém foi vinculada como o lugar de ascensão de Maomé. Isso se deu quando a dinastia dos Omíadas, a primeira do islamismo, construiu duas mesquitas no Monte do Templo, em Jerusalém. A primeira foi o Domo da Rocha. Para a segunda, eles deram um nome emprestado do Corão, Al Aqsa. Como os Omíadas governaram um império enorme desde Damasco, atual capital da Síria, eles cuidaram de trazer a fé muçulmana para mais perto deles.
Outro ponto curioso é que, ainda durante a vida de Maomé, os muçulmanos chegaram a rezar em direção a Jerusalém. Em 622 d.C, quando o profeta entrou em Medina, encontrou muitos judeus. Para atrair seus moradores para sua fé, ele assimilou vários costumes locais. Entre eles, o de rezar virado para Jerusalém. Depois de criticas, Maomé mudou a direção para Meca. Contudo, quando fala de Jerusalém como a direção da reza que foi abandonada, o Corão se refere à cidade como “Síria”.
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