Cerca de 2.400 agentes são deslocados; Colômbia pede respeito a direitos humanos, e oposição denuncia suposta tentativa de desestabilizar país para atrapalhar eleições
Soldados venezuelanos apontam suas armas enquanto fazem patrulha perto da fronteira com a Colômbia - STRINGER/VENEZUELA / REUTERS
CARACAS — Em uma megaoperação policial e militar, a Venezuela deportou mais de mil colombianos ilegais após decretar estado de exceção em cinco municípios em Táchira, na fronteira com a Colômbia, na última sexta-feira. O país vizinho e a oposição interna criticaram a media, enquanto o presidente Nicolás madsuro anunciou uma reunião para quarta-feira para discutir o tema.
De acordo com o jornal “El Tiempo”, a situação dos colombianos na região deteriorou-se, marcada pelas ações repressivas das autoridades venezuelanas. Embora o governador do estado de Táchira tenha negado atos de violência, o Ministério das Relações Exteriores da Colômbia pediu respeito aos direitos humanos e disse que crianças foram separadas de seus pais.
— Nós os estamos entregando como manda a lei, sem atropelos, sem humilhações, violência ou torturas. Contam com água potável, cadeiras e alimentos — disse o governador José Vielma Mora ao canal estatal VTV. Até o fim da noite, 1.012 deportações foram contabilizadas.
As operações concentraram-se na cidade de San Antonio del Táchira, onde supostos paramilitares colombianos feriram três oficiais do Exército venezuelano na quarta-feira. O ataque levou Maduro a adotar medida de exceção e a fechar a fronteira com a Colômbia por tempo indeterminado.
Cerca de 2.400 agentes de segurança e militares foram deslocados para a operação e tomaram um assentamento de contrabandistas. A investida resultou na detenção de oito pessoas com supostas ligações com os agressores.
Segundo o “El Tiempo”, cerca de 200 deportados chegaram a um centro de imigração na cidade colombiana de Cúcuta apenas com a roupa do corpo. Dezenas dos cinco milhões de colombianos que vivem na Venezuela decidiram retornar ao país voluntariamente por temor das forças de segurança.
Em meio à crise, o Ministério das Relações Exteriores da Colômbia emitiu uma declaração pedindo respeito à integridade e aos direitos humanos dos colombianos alvos da operação venezuelana. A chancelaria exortou Caracas a analisar a situação das famílias antes de decidir pela deportação.
Soldados venezuelanos apontam suas armas enquanto fazem patrulha perto da fronteira com a Colômbia - STRINGER/VENEZUELA / REUTERS
CARACAS — Em uma megaoperação policial e militar, a Venezuela deportou mais de mil colombianos ilegais após decretar estado de exceção em cinco municípios em Táchira, na fronteira com a Colômbia, na última sexta-feira. O país vizinho e a oposição interna criticaram a media, enquanto o presidente Nicolás madsuro anunciou uma reunião para quarta-feira para discutir o tema.
De acordo com o jornal “El Tiempo”, a situação dos colombianos na região deteriorou-se, marcada pelas ações repressivas das autoridades venezuelanas. Embora o governador do estado de Táchira tenha negado atos de violência, o Ministério das Relações Exteriores da Colômbia pediu respeito aos direitos humanos e disse que crianças foram separadas de seus pais.
— Nós os estamos entregando como manda a lei, sem atropelos, sem humilhações, violência ou torturas. Contam com água potável, cadeiras e alimentos — disse o governador José Vielma Mora ao canal estatal VTV. Até o fim da noite, 1.012 deportações foram contabilizadas.
As operações concentraram-se na cidade de San Antonio del Táchira, onde supostos paramilitares colombianos feriram três oficiais do Exército venezuelano na quarta-feira. O ataque levou Maduro a adotar medida de exceção e a fechar a fronteira com a Colômbia por tempo indeterminado.
Cerca de 2.400 agentes de segurança e militares foram deslocados para a operação e tomaram um assentamento de contrabandistas. A investida resultou na detenção de oito pessoas com supostas ligações com os agressores.
Segundo o “El Tiempo”, cerca de 200 deportados chegaram a um centro de imigração na cidade colombiana de Cúcuta apenas com a roupa do corpo. Dezenas dos cinco milhões de colombianos que vivem na Venezuela decidiram retornar ao país voluntariamente por temor das forças de segurança.
Em meio à crise, o Ministério das Relações Exteriores da Colômbia emitiu uma declaração pedindo respeito à integridade e aos direitos humanos dos colombianos alvos da operação venezuelana. A chancelaria exortou Caracas a analisar a situação das famílias antes de decidir pela deportação.
Colombianos chegam a Cúcuta após saírem de Táchira: cerco fechado no país - Manuel Hernandez / REUTERS
Segundo o escritório de imigração da Colômbia, o número de expulsões, deportações e repatriações de colombianos da Venezuela mais do que dobrou, passando de 1.820 em 2014 para 3.800 neste ano.
O órgão apontou um número diferente do citado pelo governador de Táchira, afirmando que 661 colombianos foram deportados desde o fechamento da fronteira. Cerca de 124 menores foram repatriados e, em alguns casos, separados de seus pais. Como as crianças não podem ser deportadas legalmente, sua saída do país é descrita pelas autoridades como repatriação.
Secretário-executivo da principal coalizão opositora venezuelana, a Mesa de Unidade Democrática (MUD), Jesús Chúo Torrealba questionou os motivos para a aplicação do estado de exceção.
"Chama a atenção por que o governo agora,m a partir desta situação, arma todo esse escândalo. É lamentável e condenável, mas faz parte do cenário normal do que acontece nesta Venezuela", criticou, em comunicado. "Esta medida não é para prevenir, é para criar e promover uma emergência. Estão buscando uma situação de conflito intenso para dizer que há um estado de confusão interna e dificultar a realização das eleições legislativas. É o fundo de todo o assunto: o medo das parlamentares, porque sabem que vão perder."
A mesma opinião tem a professora Elsa Cardozo, da Universidade Central da Venezuela (UCV). Para ela, o estremecimento das relações entre Caracas e Bogotá tem “claramente um objetivo eleitoral, em momentos em que a crise do país se torna cada vez mais grave”.
— (O presidente Hugo) Chávez já fazia isso, e Maduro segue os mesmos passos. Quando a situação interna se torna difícil, utilizam o clássico mecanismo de distração internacional — disse Elsa ao GLOBO.
ILEGAIS DENUNCIAM VIOLÊNCIA
Nos centros de imigrantes em Cúcuta, os ilegais acusaram os agentes venezuelanos de saquearem e demolirem as suas moradias. Eles relataram que, após serem retirados de suas casas, a Guarda Nacional venezuelana pinta um "R" ou um "D" para indicar que as residências foram revistadas ou serão demolidas.
Uma das deportadas relatou ter sido retirada de sua casa como se fosse uma “delinquente”. Outra mulher contou ter deixado sua mãe e filha na Venezuela. Ambas estavam escondidas.
Maduro justificou que estas ações buscam extirpar grupos paramilitares provenientes da Colômbia, vinculados ao intenso contrabando na fronteira e a um plano de desestabilização política.
O estado de exceção, que poderá ser prorrogado por outros 60 dias, proíbe o porte de armas e permite às autoridades realizar buscas e interceptar comunicações privadas sem ordem judicial.
No sábado, o presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, reagiu à decisão de Maduro, dizendo que fechar a fronteira traz inconvenientes, gera mal-estar e prejudica muita gente inocente, inclusive crianças. Santos defendeu que o caminho para deter criminosos é o da cooperação, e não o fechamento unilateral.
No sábado, o presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, reagiu à decisão de Maduro, dizendo que fechar a fronteira traz inconvenientes, gera mal-estar e prejudica muita gente inocente, inclusive crianças. Santos defendeu que o caminho para deter criminosos é o da cooperação, e não o fechamento unilateral.
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