Com
sinais cerebrais enviados através de um boné com eletrodos, paciente
paraplégico conseguiu movimentar um robô a 60 quilômetros
Em experimento realizado na última terça-feira, paciente paraplégico conseguiu movimentar robô com sinais cerebrais(Anja Niedringhaus/AP/VEJA)
Em
experimento realizado na última terça-feira, um professor da Escola
Politécnica Federal de Lausanne, na Suíça, apresentou um robô que pode
ser controlado por ondas cerebrais.
A demonstração do equipamento foi feita por um homem paraplégico que
está em tratamento em um hospital na cidade de Sion, Suíça. Usando um
boné com eletrodos, ele enviou um comando mental para um computador
localizado em seu quarto, esses sinais foram transmitidos para um
segundo computador que então provocou o movimento de um pequeno robô a
uma distância de 60 quilômetros, na cidade de Lausanne.
O sistema foi desenvolvido por José Millan, professor da Escola
Politécnica Federal de Lausanne, especializada em interfaces entre
cérebro e máquina. De acordo com o pesquisador, a mesma tecnologia
poderia ser usada para mover uma cadeira de rodas.
"Assim que o movimento começa, o cérebro pode relaxar. De outra
forma, a pessoa ficaria exausta rapidamente", explica Millan. Ele
acrescenta que a tecnologia tem suas limitações e que os sinais
cerebrais podem ficar confusos se muitas pessoas ficarem em volta da
cadeira de rodas, por exemplo.
Cientistas acreditam que, além de dar mobilidade aos paraplégicos,
equipamentos com tecnologia semelhante poderiam ser usados para ajudar
pacientes a recuperar os sentidos.
Pele elétrica - Outra pesquisadora da Escola
Politécnica Federal de Lausanne, Stephanie Lacour, desenvolveu junto com
sua equipe uma pele elétrica para amputados: uma luva equipada com
sensores minúsculos que enviam informação diretamente para o sistema
nervoso do usuário. De acordo com a pesquisadora, a ideia é criar outras
próteses que sejam tão móveis e sensíveis quanto a mão.
Além dos estudos feitos por Millan e Lacour, outros cientistas de
Lausanne trabalham para fazer com que paraplégicos consigam andar com
ajuda de eletrodos implantados na coluna. "A meta é que após um ano de
treinamento com um ajudante robótico, o paciente consiga caminhar sem o
robô. Os eletrodos ficarão implantados por toda a vida", explica
Gregoire Courtine, professor de Lausanne.
Courtine está desenvolvendo testes clínicos e espera aplicá-los no hospital universitário de Zurique no prazo de um ano.
(Com Agência France-Presse)
FONTE:
http://veja.abril.com.br/noticia/ciencia/robo-controlado-pela-mente-pode-ajudar-movimento-de-paraplegicos/
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