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sábado, 10 de maio de 2014

Índia se transforma em potência líder na área espacial

míssil Akash

A Índia está desenvolvendo com sucesso as mais modernas tecnologias espaciais e de mísseis. Em finais de abril foram efetuados lançamentos com sucesso de mísseis de diversas classes.

Se tratou do míssil supersônico de cruzeiro BrahMos de fabrico russo-indiano e do míssil da classe “terra-ar” Akash, desenvolvido pela própria Índia. No início de maio foram testados com sucesso o míssil interceptor de altitude Prithvi Air Defence, capaz de destruir mísseis balísticos inimigos a altitudes espaciais e o novo míssil de longo alcance Astra da classe “ar-ar”.
Os mísseis Astra permitem à Índia se tornar num dos líderes no fabrico dessa poderosa arma para a força aérea, pois apenas a Rússia, os EUA, a França e a China têm capacidade para produzir sozinhos mísseis aeronáuticos que possam atingir alvos “para além dos limites de visibilidade” (beyond-visual-range, BVR).
Os êxitos dos especialistas da Organização de Pesquisa e Desenvolvimento de Defesa (DRDO) retiraram algum brilho aos êxitos dos seus colegas da Organização Indiana de Pesquisa Espacial (ISRO). Contudo, a sonda marciana indiana Mangalyaan já percorreu, em 5 meses de voo, metade do caminho até ao Planeta Vermelho.
No dia 24 de setembro do corrente ano, a Índia poderá se tornar na primeira potência asiática a chegar a Marte. Até agora apenas a Rússia, os EUA e a Agência Espacial Europeia (ESA) realizam estudos de Marte. As tentativas da China e do Japão de enviarem sondas espaciais a Marte ainda não tiveram êxito.
Ao planejar sua missão a Marte, os especialistas indianos usaram um método bastante original. Depois de atingir a órbita da Terra, a sonda Mangalyaan usou a gravidade terrestre como uma espécie de funda ou fisga, que ajudou a lançar o aparelho em direção a Marte. Esse método permitiu-lhe economizar uma quantidade considerável de combustível.
O cientista da NASA Bruce Jakosky, que é o diretor científico do projeto da sonda orbital marciana Maven, elogiou a originalidade dos especialistas indianos.
“Até ao momento estou muito impressionado com a missão indiana. Eles colocaram (a sonda Mangalyaan) na órbita terrestre e usaram uma série de pequenos impulsos de seus jatos para aumentar a altitude. Eles usaram o último impulso para se libertarem da gravidade terrestre e usar o efeito de funda em direção a Marte. Eu penso que foi uma forma muito inteligente de o fazer”.
É notável que todo o projeto Mangalyaan custou à Índia cerca de 73 milhões de dólares. Por comparação, o programa análogo norte-americano Maven custa 671 milhões.
A missão principal da expedição Mangalyaan é desvendar um dos mistérios mais importantes: a existência de condições para a vida em Marte. Isso pode ser nomeadamente comprovado pelos vestígios de metano. Além disso, a sonda indiana irá cartografar a superfície de Marte e estudar as características climáticas do planeta.
O programa espacial indiano teve início em 1962, quando foi criada a Organização Indiana de Pesquisa Espacial. O primeiro satélite artificial indiano foi lançado em 1975 a partir de território da União Soviética. Em 2008 a sonda lunar indiana Chandrayaan-1 detectou indícios da presença de água na Lua. Em 2016 a Índia planeja lançar em direção à Lua a sonda automática Chandrayaan-2 com um jipe lunar a bordo.

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