Equipamento militar está sendo desenvolvido na Inglaterra e promete ótimos resultados para as pesquisas bélicas no país
Por Renan Hamann
(Fonte da imagem: Reprodução/BBC)
Exércitos de todo o mundo continuam investindo em tecnologias pesadas
para as batalhas que um dia podem ser travadas — até mesmo os países
mais pacíficos precisam de tropas para garantir a hegemonia de seus
territórios. Mas não são somente armas de destruição em massa e mísseis
guiados por computador que são desenvolvidos pelos institutos de
pesquisa mais poderosos do planeta.
O que também é construído pelos países são mecanismos de testes para
garantir a sobrevivência dos soldados. Um ótimo exemplo disso está no
“Porton Man”, um soldado robótico que está sendo desenvolvido pelo
Laboratório de Ciência e Tecnologia da Defesa do Reino Unido. Mas não
espere que ele seja equipado com mísseis nos ombros ou lança-chamas nas
mãos: o Porton Man tem outras funções.
Mas quais as funcionalidades do novo herói cibernético
da Grã-Bretanha? Se ele não pode atacar inimigos, por que faria sentido
investir largas quantidades de dinheiro na produção dele? É o que nós
vamos descobrir agora mesmo! Será que você já imagina quais são as
grandes responsabilidades do novo soldado robótico que o exército
britânico criou?
O que faz?
Você deve imaginar que soldados não entram em campos de batalha
conhecendo todos os elementos que vão enfrentar. Há locais com
contaminações químicas, e isso pode comprometer — e muito — a saúde dos
combatentes ou agentes de resgate. É por isso que trajes especiais são
tão necessários em diversos momentos e nas mais variadas situações.
Mas como testar um traje especial sem comprometer um ser vivo — seja
ele humano ou não? A resposta do departamento de defesa do Reino Unido
está no Porton Man! Exatamente, a grande função do robô criado pelos
britânicos é testar trajes e sistemas de proteção contra agentes
químicos que possam causar problemas para qualquer pessoa.
Em resumo, o que o projeto do Laboratório de Ciência e Tecnologia da
Defesa do Reino Unido faz é ser usado como cobaia para que os
pesquisadores consigam entender perfeitamente como são os resultados de
testes reais com os mais diversos agentes químicos. Nesse tipo de teste
eles conseguem saber o que é barrado pelos trajes, por exemplo, além de
saberem o que continua afetando os soldados.
Mas é claro que isso vai muito além do formato dele. O Porton Man é
diferente de tudo o que já foi usado nos departamentos de defesa por
apresentar várias possibilidades aos pesquisadores.
O que ele traz de novo?
Desde os anos 1990 já são usados manequins para ajudar nos testes de
trajes de proteção contra armas químicas, biológicas e radiológicas.
Mas, até então, tudo o que existia era fixo e não permitia simulações
reais de movimentação nos experimentos. E essa é uma das principais
mudanças trazidas pelo novo robô do exército britânico.
(Fonte da imagem: Reprodução/BBC)
Com articulações e movimentações realistas, os pesquisadores podem
saber se a movimentação dos soldados afeta as capacidades de proteção de
cada traje — incluindo em situações de agachamento ou quando os
combatentes estão de joelhos, o que poderia causar lesões nas roupas
especiais. Outra grande mudança está nos sensores utilizados pelo
projeto.
O Porton Man possui 100 sensores espalhados pelo corpo, fazendo com
que seja possível avaliar a quantidade de elementos químicos e
radioativos que passam pelas proteções e afetam os soldados. Esses
sensores também pode gravar dados para que tudo seja analisado depois,
garantindo maior eficiência do que qualquer outro projeto similar que
esteja disponível atualmente.
Tecnologia de Fórmula 1
Os desenvolvedores do projeto são cientistas da empresa i-body, que
fica baseada em Buckingham. Um executivo da companhia disse ao site da BBC
que foram coletadas informações de 2.500 soldados para que as
movimentações do Porton Man fossem as mais realistas possíveis. E a
composição do robô utiliza partes de carbono ultraleves e resistentes,
importadas diretamente dos carros de Fórmula 1.
(Fonte da imagem: Reprodução/YouTube)
Somente dessa forma é que eles conseguiram criar o Porton Man como um
manequim de alta tecnologia, contando com a velocidade necessária para
as simulações e também com a facilidade no manuseio. Todo o robô pesa
apenas 14 kg — muito menos do que o antecessor, que pesava 80 kg e
oferecia muito menos mobilidade aos pesquisadores.
Mais realismo para os testes
Com tudo o que já foi falado — mobilidade, velocidade e facilidade no
manuseio —, o Porton Man se torna uma excelente ferramenta para o
Laboratório de Ciência e Tecnologia da Defesa do Reino Unido. O robô
consegue oferecer o que os pesquisadores precisam para realizar os
testes dos trajes diretamente nas câmaras em que são aplicadas as
liberações de elementos químicos.
Dessa forma, o exército britânico pode ter melhores resultados nos
testes e mais confiabilidade para levar aos que serão testados e depois
utilizados pelos soldados. Cientistas do departamento de defesa
britânico admitem que os novos equipamentos devem colocar o Reino Unido
em melhores condições para testar a próxima geração de trajes de
proteção do que outros países.
Quanto custa?
É claro que desenvolver um projeto de alta tecnologia não é nada
barato. Até agora, os desenvolvedores do Porton Man já desembolsaram £
1,1 milhão — algo que ultrapassa a casa dos R$ 4 milhões. Mais ainda
deve ser investido para que o robô se torne uma referência mundial,
principalmente com testes e novos trajes que devem ser utilizados para
comprovar a eficiência dele.
FONTE:
http://www.tecmundo.com.br/robotica/53887-porton-man-o-soldado-robotico-de-2-milhoes-de-dolares.htm
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