O
conflito armado na Síria pode ser, provavelmente, chamado de
apresentação de uma nova geração de guerra. Nas ruas das cidades sírias
aconteceram não apenas batalhas sangrentas entre tropas do governo e
rebeldes. Uma batalha nunca antes vista se desenrolou também no espaço
virtual. Na internet, um guerra defensiva foi lançada pelo Exército
Eletrônico Sírio (EES). Seu surgimento foi uma surpresa para os muitos
opositores do regime de Al-Assad, acredita o especialista em segurança
cibernética Igor Nezhdanov:
“No conflito sírio,
talvez pela primeira vez, se viu uma séria oposição a uma intervenção
externa na internet. Contas de opositores de Bashar Al-Assad eram
hackeadas para mostrar quem realmente os financia e o que eles realmente
estão fazendo. Isso permitiu reduzir bastante a influência dos
opositores sobre o público on-line e minimizar o efeito dessa
influência.
O
fato de que os “combatentes” do EES conseguiram influenciar a opinião
pública mundial já é uma vitória significativa. Já durante a Primavera
Árabe ataques de informação na rede mostraram a sua força destrutiva,
mas hoje eles chegaram a um nível qualitativamente novo, acredita o
especialista em inteligência competitiva Andrei Masalovich:
“A
imagem que a mídia eletrônica está construindo, que é criada na
internet – não só deturpa eventos reais. As guerras de informação já
começavam como um tipo de confronto à parte. Hoje isso já são tipos
bastante específicos e padronizados de operações de combate, que são em
nada inferiores a operações militares de outros tipos. Este é um nível
de confronto qualitativamente novo.”
Mas
no futuro, os combates virtuais não serão limitados apenas a confrontos
de informação. Como observou Igor Nezhdanov, exércitos cibernéticos
irão lutar contra pessoas vivas:
“Atualmente, está a ser
desenvolvida uma neurointerface para soldados que se monta no capacete e
permite-lhes interagir no campo de batalha. Por conseguinte, num futuro
próximo, esta nurointerface será desenvolvida a um tal nível que
permitirá controlar o homem. E uma vez que em lados opostos do conflito
aparecer este dispositivo, começara a influência sobre o operador do
outro lado.”
Mas enquanto a “armadura eletrônica” do
soldado do futuro não deixou os confins dos laboratórios de ensaio, no
mundo continuam guerras de informação clássicas.
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