O reconhecimento a tal alto nível do fato da gradual
perda de superioridade militar dos EUA na região da Ásia-Pacífico, que o
governo dos EUA considera prioritária, é um sinal importante.
Efetivamente,
a essência desse reconhecimento resume-se na superioridade tecnológica
dos Estados Unidos, ainda o indiscutível, já não é suficiente para
derrotar as forças chinesas numericamente superiores. O almirante
Locklear instou a procurar ativamente novas abordagens para reverter as
tendências negativas no equilíbrio de forças na região apelando a
retomar o desenvolvimento de vários sistemas promissores de armas, em
especial, de uma nova geração de mísseis de cruzeiro. O poder militar
chinês está atingindo um tal nível que já não pode ser contido pelas
forças de um dos grupos regionais do exército norte-americano, que pode
ser gradualmente reforçado durante um conflito.
Mantendo
as severas restrições do orçamento militar dos EUA e da redução geral
dos recursos, mais cedo ou mais tarde, os norte-americanos terão de
enfrentar uma situação em que uma parte cada vez mais significativa de
suas forças serão confinadas ao oceano Pacífico, como durante a Guerra
Fria contra a União Soviética estiveram confinadas ao Atlântico Norte. O
aumento na região do número de forças permanentemente implantadas da
Força Aérea, Marinha, Corpo de Fuzileiros Navais e, possivelmente, do
Exército dos EUA parece ser inevitável. Na atual situação econômica, tal
aumento pode ser conseguido apenas à custa de uma redução significativa
da presença dos EUA em outras partes do mundo.
Os EUA
terão mais dificuldades em defender aliados e realizar intervenções para
derrubar regimes indesejáveis. Note-se que praticamente todos os
aliados dos Estados Unidos na Europa capazes de realmente apoiar
operações militares norte-americanas em outras partes do mundo estão
enfrentando problemas semelhantes.
Isto significa que os
norte-americanos terão de rever o sistema atualmente existente de
alianças e aumentar drasticamente a cooperação técnico-militar com seus
principais parceiros políticos. A partir de um certo ponto, o
fornecimento de armas modernas pode vir a ser quase a única ferramenta à
disposição do governo dos EUA para influenciar a situação internacional
em outras partes do mundo.
No futuro, o surgimento de
novas tecnologias inovadoras, tais como mísseis de cruzeiro hipersônicos
capazes de garantidamente atingir grandes porta-aviões, obrigará as
principais potências navais a rever a composição das suas frotas e irá
igualar parcialmente a antiga superpotência naval (EUA) com a nova
(China), exigindo uma concentração ainda maior de forças dos Estados
Unidos no Leste Asiático.
Os fatos citados e as opiniões expressas são de responsabilidade do autor
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