Como descobriram cientistas, os organismos vivos não
têm tempo de se adaptarem às mudanças climáticas. Ao mesmo tempo,
segundo os pesquisadores, na sequência disso podem surgir novos
ecossistemas.
O aumento da temperatura, a desertificação
das terras, as perdas de água causadas pelas mudanças climáticas
globais no planeta são as principais causas da diminuição de
biodiversidade. Estudos recentes mostram que ao largo da costa da
América do Norte, onde os surtos de temperatura são especialmente
notáveis, a quantidade de salmões diminuiu dez vezes nos últimos anos.
Nos
próximos anos, podem desaparecer para sempre recifes de coral. As altas
temperaturas do ar privam de nutrientes, o que os leva à perda de cor e
à morte.
A redução da precipitação e o aumento de
períodos quentes na Austrália coloca à beira da extinção muitas espécies
de marsupiais, incluindo cangurus. Um clima mais seco e menos
previsível na África subsaariana reduziu significativamente o habitat de
elefantes.
Por causa das mudanças climáticas podem
desaparecer para sempre também alguns elementos da paisagem. Assim,
começou a desmoronar o ecossistema dos prados alpinos, que estão sendo
rapidamente substituídos por florestas. O áster alpino, o carriço preto e
outras gramíneas de prado não conseguem sobreviver à sombra das
árvores. Por causa disso, plantas de prado existentes há séculos só
podem ser preservadas em pequenas áreas.
Cientistas
notaram que algumas das espécies mais resistentes migraram para os polos
para manter o habitat de que necessitam, diz o biólogo Serguei
Kruchina:
“Na região de Moscou apareceu espécies de
insetos meridionais, incluindo pragas. Passou a haver mais doenças de
plantas que são comuns nas regiões do sul. Podemos dizer que plantas e
animais do sul, que gostam de tempo mais quente, estão gradualmente se
movendo para o norte. Qualquer dono de uma horta na região Central sabe
que uvas já lá crescem sem problemas e culturas de frutas do sul crescem
bem”.
Estudos recentes indicam que as mudanças
climáticas são mais fortemente sentidas em altas latitudes. Assim,
diminuíram acentuadamente os gelos do mar, bem como a área de
distribuição da cobertura sazonal de neve. Tudo isso tem um impacto
negativo sobre os habitantes do norte, diz um representante do World Wildlife Fund (WWF) na Rússia, Mikhail Stishov:
“Sofrem
principalmente morsas e ursos polares. Por exemplo, o urso polar está
habituado a caçar nos gelos, mas agora está tudo mal com o gelo e no
verão para ele começa um período crítico. Ele começa pegando pequenos
roedores, ou tenta caçar colônias de aves, e cada vez mais vezes vem
para aldeias. Isso aumenta a frequência de encontros com o homem e de
possíveis conflitos, que muitas vezes levam à morte tanto de humanos
como de ursos. A situação com morsas é aproximadamente a mesma. A vida
torna-se cada vez mais difícil para elas. Esta é também uma espécie que
vive no gelo e elas são extremamente relutantes em sair para a costa”.
O
aumento da temperatura pode influenciar não só o tamanho da cobertura
de gelo do Ártico. Segundo um estudo recente, o aquecimento na Terra vai
levar a que até mesmo grandes predadores, eventualmente, irão diminuir
significativamente em tamanho. Uma vez isso já aconteceu, cerca de 55
milhões de anos atrás. Foi o período do aquecimento mais forte e rápido
desde a época da extinção dos dinossauros. Os cientistas sugerem que os
animais diminuíram por falta de alimentos: com um alto nível de dióxido
de carbono as plantas são menos nutritivas.
Pesquisas
recentes mostram que as mudanças climáticas atuais irão ocorrer duas a
três vezes mais rápido. E isto significa que animais e plantas terão que
mudar rapidamente para sobreviver no novo ambiente. É possível o
surgimento de novas combinações de espécies e comunidades que criarão
ecossistemas até então desconhecidos.
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