O
governo dos Estados Unidos afirmou nesta sexta-feira que manterá uma
pessoa responsável tanto pela Agência de Segurança Nacional (NSA, na
sigla em inglês) como pelo Comando Cibernético, dos militares, apesar
dos pedidos para dividir o cargo depois de revelações sobre a vasta
operação de vigilância eletrônica empreendida pela agência de
espionagem. A Casa Branca estudou a possibilidade de separar as duas
agências, possivelmente dando à NSA um líder civil pela primeira vez em
seus 61 anos de existência, para assim aplacar a controvérsia cobre seus
programas, revelados pelo ex-prestador de serviços Edward Snowden.
Tanto a NSA como o Comando Cibernético - encarregado do
ciberespaço - estão agora sob o comando do mesmo homem, o general do
Exército Keith Alexander, que se aposentará em março. Considerando que o
chefe do Comando Cibernético tem de ser um oficial militar, a decisão
da Casa Branca significa que o sucessor de Alexander também virá das
Forças Armadas. "Depois de uma cuidadosa análise da inteligência, o
governo decidiu manter as posições de diretor da NSA e comandante do
Comando Cibernético juntas, como uma só função, já que uma posição dual é
a abordagem mais eficaz para realizar as missões das duas agências",
disse a porta-voz do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca,
Caitlin Hayden.
"Sem o arranjo da dupla função, procedimentos elaborados
teriam de ser postos em prática para garantir a continuidade de uma
coordenação eficaz e evitar criar capacidades duplicadas em cada
organização." A Casa Branca anunciou que Obama tinha recebido
recomendações de um painel externo sobre quais restrições poderiam ser
apontadas para a NSA e que as 40 recomendações seriam analisadas.
"Esperamos que nossa revisão interna completa seja
concluída em janeiro e o presidente, portanto, faça comentários para
nortear os resultados de nosso trabalho", declarou Hayden. A reavaliação
foi motivada pelas revelações públicas da espionagem da NSA, incluindo
informações de que o telefone da chanceler alemã, Angela Merkel, e
comunicações da presidente Dilma Rousseff estavam sendo monitorados.
Com sede em Fort Meade, no Estado de Maryland, o Comando
Cibernético tenta detectar e barrar infiltrações nos computadores dos
militares e outras redes sigilosas dos EUA por adversários como China,
Irã e Coreia do Norte.
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