O Departamento de Estado americano obrigou, nesta quinta-feira, que o projeto para impressão em 3D de uma arma de fogo seja retirado da internet. A startup Defense Distributed passou um ano elaborando o projeto da Liberator e divulgou na segunda-feira os resultados bem sucedidos da empreitada no site Defcad.org. As informações são da Forbes.
Segundo o órgão do governo dos Estados Unidos, é preciso avaliar se o projeto está de acordo com as regulações de exportação de armas de fogo (ITAR, na sigla em inglês). "Até que o departamento dê à Defense Distributed o parecer final, a Defense Distributed deve tratar os dados técnicos como controlados pelo ITAR", afirma a carta enviada à startup.
"Todas as informações (sobre como imprimir a arma em equipamento 3D) devem ser removidas do acesso público imediatamente", continua o texto. À Forbes, o estudante Cody Wilson, fundador da startup, afirmou que "é preciso cumprir" as determinações, mas alerta que remover todas as informações do acesso público "pode ser uma meta impossível". "Mas faremos nossa parte e removeremos de nossos servidores", continua.
O alerta vem porque o projeto - que inclui arquivos de CAD de peças, silenciadores e outros componentes da arma - já foi baixado mais de 100 mil vezes nos primeiros dois dias de divulgação. Nos sites de compartilhamento Pirate Bay e Mega - este último de Kim Dotcom, nova versão do MegaUpload - já há pacotes que permitem baixar os arquivos inicialmente disponibilizados nos servidores da Defense Distributed.
Wilson também reclama que, segundo a ITAR, estão excluídos da análise os projetos sem fins lucrativos e de domínio público de desenhos técnicos voltados à criação de um porto seguro e de outros interesses públicos. A regulamentação, segundo o fundador da startup, requer que os arquivos estejam armazenados em uma biblioteca - como ele considera a internet - e sejam vendidos em uma livraria - o que, segundo ele, também acontece, uma vez que os desenhos estão disponíveis em uma loja de Austin, no estado do Texas, que ele não dá o nome para não sujeitar o dono ao escrutínio público.
Mas o estudante não considera uma derrota ter que tirar os arquivos de seus servidores. "É esse tipo de conversa que quero. Esse regime regulatório funciona? Pode haver controle de comércio de itens de defesa com a internet e a impressão 3D?", questiona à revista americana.
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