• • atualizado às 14h42
Testes mostram os avanços de pesquisas na área de neurotecnologia e comprovam que pessoas tetraplégicas podem enviar ordens a computadores e máquinas apenas com o pensamento
O desenvolvimento da tecnologia que permite controlar máquinas apenas com o pensamento mostra estar em um ritmo acelerado e traz esperança para pessoas que têm deficiências físicas, principalmente as mais graves, como a tetraplegia. O Futurando mostrou de que forma cientistas de uma universidade em Freiburg, na Alemanha, trabalham em um projeto para conectar os pensamentos a computadores e máquinas. Mas eles não estão sozinhos no desenvolvimento da neurotecnologia. Cientistas de várias partes do mundo, principalmente dos Estados Unidos, também têm pesquisas intensivas e bem sucedidas neste sentido.
Apesar desta área de conhecimento ser relativamente antiga, podem-se considerar fundamentais para esta ciência os avanços conseguidos no últimos 30 anos. A neurotecnologia compreende todos os estudos e projetos relacionados ao funcionamento do cérebro. Isso engloba pesquisas desde o desenvolvimento de medicamentos, estudos de comportamento, até o desenvolvimento de uma tecnologia capaz de captar e codificar impulsos cerebrais. Na década de 1990, equipamentos para ressonância magnética e tomografia computadorizada possibilitaram a obtenção de imagens dos aspectos físicos e funcionais do cérebro.
Com o avanço rápido de tecnologias para mapear a mente humana, o próximo passo foi entender sua dinâmica, essencial para as atuais pesquisas de interface cérebro-máquina. Há pouco tempo, cientistas de universidades norte-americanas apresentaram resultados positivos na tentativa de transformar impulsos cerebrais em movimentos. Dois projetos diferentes provaram ser possível uma pessoa com quadriplegia enviar sinais do cérebro a um computador e movimentar uma máquina.
A Escola de Medicina da Universidade de Pittsburgh publicou resultados obtidos com uma mulher que está tetraplégica há oito anos. Jan Scheuermann, 53 anos, conseguiu mover um braço mecânico, girando e dobrando o pulso intencionalmente. De acordo com a universidade, esta foi a primeira vez que uma pessoa nestas condições conseguiu movimentar um braço robótico, com aparência humana, para executar movimentos do cotidiano com precisão.
Na mesma linha está sendo desenvolvido o projeto BrainGate2, que reúne especialistas da Universidade de Brown e Stanford, o Hospital Geral de Massachusetts e o Centro Médico de Providence. Um de seus testes foi com uma mulher de 58 anos, que ficou tetraplégica após sofrer um derrame cerebral, há mais de 15 anos. Por meio de implantes cerebrais, ela conseguiu comandar a mão mecânica para levar um copo de café à boca.
Os teste foram bem sucedidos, mas apesar disso, o trabalho de pesquisa e desenvolvimento na área da neurotecnologia precisa continuar para que os protótipos sejam aperfeiçoados e possam ser utilizados por outras pessoas. O desenvolvimento dessas pesquisas exige o conhecimento de neurocientistas e de diversas outras áreas de atuação.
Entender o cérebro é apenas uma parte da missão. Por causa de sua complexidade e da dificuldade em transformar seus sinais em comandos, engenheiros, especialistas em informática, robótica e matemáticos estão envolvidos em projetos para desvendar os mistérios da mente e fazer máquinas responderem aos estímulos humanos.
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