O governo federal adota uma estratégia para combater a ação do “clero progressista” da Igreja Católica que tenta conter a agenda proposta pelo presidente Jair Bolsonaro através do Vaticano.
O Palácio do Planalto recorrerá à relação diplomática com a Itália, que vive um momento excelente desde o esforço do presidente Jair Bolsonaro para garantir a prisão do terrorista Cesare Battisti.
De acordo com o UOL, a equipe de auxiliares de Bolsonaro tentará convencer o governo italiano a interceder junto à Santa Sé para evitar ataques diretos à política ambiental e social do governo brasileiro durante o Sínodo sobre Amazônia, que será promovido pelo papa Francisco, em Roma, no mês de outubro.
Informes da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) relatam encontros recentes de cardeais brasileiros com o Pontífice, no Vaticano, para discutir questões de cunho ambiental e a realização do Sínodo.
Na avaliação do governo Bolsonaro, a Igreja Católica, que é uma tradicional aliada do PT, está se articulando para influenciar debates antes protagonizados pelo partido no interior do Brasil e nas periferias.
“Achamos que isso é interferência em assunto interno do Brasil”, disse o ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Augusto Heleno.
General Augusto Heleno, ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI)
Parceria Brasil-Itália para conter ataques do Vaticano
A ação diplomática do Planalto para conter a influência da esquerda brasileiro no Vaticano terá várias frentes.
Numa delas, segundo o UOL, o governo de Jair Bolsonaro quer procurar os representantes da Itália e do Vaticano no Brasil – Antonio Bernardini e Giovanni D’Aniello, respectivamente – para pedir a ajuda deles na divulgação dos trabalhos brasileiros nas áreas social, de meio ambiente e de atuação indígena.
A medida serviria como contraponto aos ataques que o governo está certo que sofrerá no Sínodo, por ver influência de partidos de esquerda nesses setores.
Os embaixadores do Brasil na Itália e no Vaticano também terão a missão de pressionar a cúpula da Igreja para minimizar os estragos que um evento como esse poderia trazer, dada a cobertura da grande mídia internacional.
Em nota divulgada na noite de domingo (10), o Gabinete de Segurança Institucional (GSI) afirmou que a Igreja Católica “não é objeto de qualquer tipo de ação”, mas que existe preocupação “com alguns pontos da pauta do Sínodo”.
“Parte dos temas do referido evento tratam de aspectos que afetam, de certa forma, a soberania nacional. Por isso, reiteramos o entendimento do GSI de que cabe ao Brasil cuidar da Amazônia brasileira”, disse o ministério, segundo o portal Terra.
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