A que pergunta a pesquisa responde? Por que isso é relevante? Resumo da pesquisa Quais foram as conclusões? Quem deveria conhecer seus resultados? Referências: Tese: Adoção de algoritmos, NLG e inteligência artificial na imprensa brasileira em âmbito nacional e regional AUTOR Lucas Vieira de Araujo, Lattes ÁREA E SUB-ÁREA Comunicação, Jornalismo PUBLICADO EM Estudos de Jornalismo e Mídia Janeiro 2018 LINK PARA O ORIGINAL.
Esta pesquisa, feita na Universidade Metodista de São Paulo, investiga a utilização de algoritmos, inteligência artificial e outros recursos tecnológicos nas maiores empresas de comunicação do Brasil. Para compor sua análise, o autor entrevistou gestores dessas empresas e também comparou estratégias adotadas por diversos grupos jornalísticos. O estudo detectou uma preocupação com a divulgação de notícias falsas e com o custo para a implementação de tecnologias.
Além disso, destacou incertezas sobre como utilizá-las, apesar de as empresas concordarem que são úteis. A que pergunta a pesquisa responde? O objetivo principal do artigo foi responder à seguinte pergunta: o que pensam as maiores empresas de comunicação do Brasil, de âmbito nacional e regional, sobre algoritmos, inteligência artificial e NLG (Natural Language Generation) e quais as perspectivas dessas tecnologias no país no setor de mídia? Por que isso é relevante? A área de comunicação de massa foi uma das mais afetadas pela expansão da tecnologia. As inovações geradas pelas novas empresas de mídia alteraram a forma como as pessoas se informam, se comunicam, trocam informações.
As mudanças tecnológicas, inclusive, puseram em xeque o modelo de negócio dos meios de comunicação tradicionais, pois não se produz, distribui e consome notícias como no século 20. Nesse bojo emergem tecnologias como o algoritmo, cada vez mais dominante na internet para as mais variadas aplicações, desde motores de busca, redes sociais digitais, comércio eletrônico ou produção de conteúdo. A área de mídia está entre as principais aplicações do algoritmo, pois os meios de comunicação de massa automatizaram-se de forma acentuada com a evolução da tecnologia. Não obstante a importância do assunto, no Brasil, as discussões em torno dos algoritmos ainda são demasiado precoces e isoladas. Resumo da pesquisa Este trabalho avalia o cenário e as possibilidades de utilização dos algoritmos nos meios de comunicação de massa brasileiros.
Foi realizada pesquisa exploratória e descritiva na qual foram entrevistados os gestores das maiores empresas de comunicação do Brasil em nível nacional e regional. Dentre os resultados alcançados, destacam-se descrença e ceticismo com os algoritmos, aliados à escassa possibilidade de adoção dessa tecnologia no curto e médio prazo, notadamente para produção de notícias. Quais foram as conclusões? O jornalismo feito com a contribuição de algoritmos, inteligência artificial e NLG representa o futuro da profissão. Os aspectos ainda incertos dizem respeito a como usar essas tecnologias a favor da sociedade e como incorporá-las ao ambiente de produção de notícias a custos baixos e de forma rápida. Talvez seja desenvolvendo sistemas próprios, nos quais o algoritmo não só ajude a coletar e selecionar informações, mas também a elaborar textos.
Nesse aspecto é importante uma mudança de mentalidade do gestor brasileiro de empresa de mídia, que ainda não vem investindo nisso. É importantíssimo que as empresas de mídia se envolvam de forma mais efetiva com o desenvolvimento de inovação no país para que essas tecnologias não estejam distantes da realidade brasileira e possam ajudar a produzir um jornalismo de qualidade. Alijar a inteligência artificial, o algoritmo e a NLG da produção de notícias não é apenas uma questão de custo ou de produzir mais rápido o material jornalístico. É deixar o Brasil à margem das tecnologias de vanguarda que já têm uma importância fundamental no jornalismo do século 21. Quanto mais o jornalismo sai prejudicado, mais a democracia e as instituições perdem, isto é, todo o país fica enfraquecido. Nos países desenvolvidos, há uma discussão, que ainda não chegou ao Brasil, sobre o quanto a fraqueza do jornalismo prejudica o país. Esse assunto já domina a opinião pública porque ele pode mudar os rumos de uma nação inteira.
O combate às notícias falsas, uma das grandes mazelas da informação digital, passa pela adoção de tecnologias inovadoras como os algoritmos e inteligência artificial, que estão sendo estigmatizados pelo mau uso nas redes sociais e nos motores de busca. Como a imprensa brasileira não adota essas tecnologias e não tem previsão de adotá-las no curto prazo, como mostrou esta pesquisa, a tendência é de que todo o Brasil seja prejudicado. Quem deveria conhecer seus resultados? Profissionais da área de comunicação, como jornalistas, relações públicas e publicitários; alunos de graduação e de pós-graduação de cursos de comunicação; gestores de empresas da área de mídia, como emissoras de rádio, TV, jornais, portais, agências de publicidade e propaganda; membros de entidades promotoras da inovação e do empreendedorismo, como incubadoras, aceleradoras, fundos de investimentos e coworkings; além de agentes públicos envolvidos no fomento à inovação. Lucas Vieira de Araujo é graduado em jornalismo e mestre em Letras pela Universidade Estadual de Londrina.
Doutor em comunicação pela Universidade Metodista de São Paulo. Trabalhou como editor, repórter e gerente de jornalismo na Rede Globo, Grupo RBS e Rede Record no Paraná e em São Paulo. Atualmente é professor assistente na Universidade Estadual de Londrina e na Faculdade Assis Gurgacz (FAG). Integrante do Grupo de Pesquisa Tecnologia, Comunicação e Ciência Cognitiva (Tecccog).
Referências: ANAND, B. The Content Trap: a strategist's guide to digital chance. Random House, New York, 2016. CARLSON, M. The robotic reporter: Automated journalism and the repetition of labor, compositional forms, and journalistic authority. Digital Journalism, v.3, n.3, p. 416-431, nov., 2015. DE ARAÚJO, L. V. News production by machines and ethics: possible implications. SET Internacional Journal of Broadcast Engineering, v.4, n.5, p. 1-6, aug., 2016.
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