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terça-feira, 21 de agosto de 2018

A mídia estimula a transexualidade nas crianças, alertam especialistas

Marco Antonio Coutinho Jorge e Natália Pereira Travassos falam sobre “o perigo da banalização da troca de sexo”

Reportagem do Fantástico sobre ideologia de gênero. (Foto: Reprodução / Globo)

Especialistas respeitados na área da psiquiatria, Marco Antonio Coutinho Jorge e Natália Pereira Travassos, deram uma entrevista ao site O Antagonista sobre seu livro “Transexualidade — O Corpo Entre o Sujeito e a Ciência”.

Com currículos extensos, os dois fazem uma análise científica da percepção da sociedade sobre a questão da transgeneridade. Seu alerta é para o perigo da banalização da troca de sexo, afinal trata-se de uma escolha irreversível com profundas consequências físicas e emocionais.
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Para os psicanalistas, a mídia exerce grande influência na maneira como o tema “transexualidade” ganhou espaço nos últimos anos.

“A influência midiática é uma faca de dois gumes. Reconhecemos que a propagação da informação é fundamental no combate ao preconceito, mas, ao jogar um foco excessivo sobre a transexualidade, a mídia estimula a avidez de um mercado – médico e farmacêutico – que é altamente promissor, pois fideliza os “pacientes” para o resto de suas vidas”, asseveram.

Jorge e Travassos destacam ainda que hoje em dia, “para tornar-se um “profundo” conhecedor sobre a transexualidade, basta buscar no Google e ali encontrar descrições minuciosas dos procedimentos cirúrgicos de redesignação sexual, assim como se estivéssemos acompanhando o preparo de uma receita de bolo no programa de culinária”.

Uma das ideias mais comumente adotadas em estudos sobre gênero é a busca de “um gene transexual”, que serviria como prova biológica da homossexualidade e da transexualidade. Contudo, os especialistas alertam que essa é uma falácia.

“A própria definição da Organização Mundial de Saúde sobre o conceito de saúde engloba três aspectos: biológico, psíquico e social. Sendo assim, explicar pela via biológica algo do universo humano é deixar de reconhecer que ali há um sujeito e que, enquanto tal, constrói seu próprio enredo. Se fosse assim, não haveria gêmeos univitelinos com orientações sexuais divergentes entre eles”, resumem.

Acrescentam também que “nunca houve qualquer descoberta contundente da genética ligada à orientação sexual nem à transexualidade”, mas que as mídias “abrem enorme espaço para notícias duvidosas desse tipo”.

Outra percepção bastante equivocada, mas que continua ganhando espaço é a ideia de “crianças trans”. Essa é uma percepção equivocada. “Nenhuma criança se define como transgênero, ela recebe essa nomenclatura de um adulto que, na maioria das vezes, são os próprios pais e, posteriormente, especialistas”, asseguram.

Segundo eles, “A homofobia parental parece desempenhar um papel fundamental nesses casos: em especial, ao menor sinal de feminilidade nos meninos, a transexualidade acena como uma solução que pode facilmente desviar a discussão de uma possível homossexualidade”.


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