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sexta-feira, 1 de junho de 2018

DITADURA GAY: Igreja é processada por se recusar a sediar evento LGBT

Processo alega "danos à reputação" por causa da "ação discriminatória" da Igreja




O ex-gerente de um centro de eventos está processando a Igreja Católica do Santo Rosário, em Portlanad (EUA), por causa da “cláusula moral” em seu contrato, que proibia a realização de eventos LGBT.

Alan Peters tinha um acordo para arrendar o Centro de Evento Ambridge, cujo prédio pertence à igreja. Em 2015, um grupo de ativistas LGBT tentou alugar o espaço, mas o pedido foi recusado porque isso violava o contrato.

Na época, Peters afirmou à organização LGBT que iria “atualizaria os termos do contrato, para que estivesse em conformidade com a lei”. Pouco tempo depois, sua empresa, a Holladay Investors, contratou um funcionário LGBT para mostrar que não tinha preconceitos.

Com a recusa da Igreja do Santo Rosário em alterar o contrato em vigência, a Holladay Investors decidiu processá-la. Ele está buscando US$ 2,4 milhões de “danos materiais, discriminação e violações dos direitos civis e das leis comerciais”.

Sua alegação é que a Santo Rosário decidiu encerrar o contrato de arrendamento, que estava em vigor desde 2008. Na primeira renovação, em 2012, os termos acordados deixavam claro que o centro de eventos podia e não podia fazer.

“A igreja deixou explícito que o Ambridge não poderia hospedar eventos promovidos por grupos afiliados com a comunidade LGBT”, afirma o processo, lembrando que no espaço não eram realizadas missas, mas pertencia à Igreja Católica do Santo Rosário.

Para a empresa de Peters, eles foram muito prejudicados com toda a “imprensa negativa” que receberam na época e sofreram “danos à reputação” por causa da “ação discriminatória” da Igreja.

Esse processo é mais um em uma longa lista de ações judiciais movidas por membros da comunidade LGBT os associados, que tentam forçar organizações religiosas a endossarem de alguma foram o seu estilo de vida. Agora que o caso da Holladay Investors chegou à Suprema Corte, a decisão pode abrir um precedente perigoso.

Desde que o casamento gay foi legalizado nos EUA, em 2015, empresas cujos donos cristãos se negaram a prestar serviços para celebrações homoafetivos vêm sendo processados e perdendo. Até agora, todos os processos eram contra evangélicos. Esse é o primeiro caso do gênero contra uma instituição católica a chegar até a Suprema Corte.

Objeção de consciência

Entre os casos mais famosos de evangélicos processados estão o de uma floricultura, uma fotógrafa, um confeiteiro e o dono de um restaurante. Os argumentos de seus advogados incluía a defesa que eles tinham direito à “objeção de consciência”, não sendo obrigados a fazer algo contra a qual não concordavam. A maioria deles perdeu o processo e acabaram fechando suas empresas.

O do confeiteiro Jack Phillips, do Colorado, é o mais emblemático. Naquele estado três profissionais que também se recusaram a fazer bolos por motivos religiosos foram processados.

Porém, no julgamento de Phillips, a Comissão de Direitos Humanos, que abriu o processo, durante uma audiência comparou a postura do cristão com a de um “nazista”.

Diann Rice, membro da Comissão, acusou: “A liberdade de crença e a religião têm sido usadas para justificar todos os tipos de discriminação ao longo da história, seja escravidão, seja o Holocausto, seja qualquer uma das centenas de situações onde esse foi o argumento. Eles usam sua religião para ferir os outros”. Com informações de WND


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ABSURDO TOTAL: América Latina precisa pensar em legalizar drogas, diz agência da ONU


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(Reuters) - A América Latina precisa pensar seriamente em legalizar as drogas para diminuir o custo humano da proibição, disse a chefe de uma agência da Organização das Nações Unidas (ONU) para a região na segunda-feira.

Secretária da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe, Alicia Barcena, durante cerimônia em Havana, Cuba 08/05/2018 REUTERS/Alexandre Meneghini

Dezenas de milhares de pessoas de toda a América Latina morreram em decorrência da violência gerada pelo esforço para controlar o lucrativo comércio de narcóticos, particularmente no México, onde os assassinatos cometidos por cartéis rivais atingiram um recorde no ano passado.

Alicia Barcena, mexicana que comanda a Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal), braço regional da ONU sediada em Santiago, disse em um fórum sobre a América Latina realizado em Paris que é hora de explorar uma nova estratégia.

“Serei muito provocadora. A legalização das drogas seria boa para quem? A América Latina e o Caribe, pelo amor de Deus. Porque a ilegalidade é o que está matando as pessoas. É hora de cogitar seriamente legalizar as drogas.”

Peru, Colômbia e Bolívia são os maiores produtores da folha de coca usada para fazer cocaína, grande parte da qual é contrabandeada pelo México para chegar aos Estados Unidos, o maior mercado do mundo.

A batalha para dominar os mercados de metanfetamina e heroína também provocou uma escalada da violência no México.

A maioria dos países das Américas continua adotando políticas repressivas para as drogas, mas a liberalização das leis para o consumo de maconha nos EUA incentivou os apoiadores da legalização a dobrarem seus esforços.



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Implante de chips em funcionários sinaliza mudança no futuro do trabalho




Uma empresa de Wisconsin está colocando chips RFID em seus funcionários. Veja outras opções menos invasivas para o seu futuro local de trabalho.

Você implantaria um chip em sua mão para tornar o local de trabalho um lugar um pouco mais fácil de ser? Este poderia ser um exemplo do futuro do trabalho, mas muitos vêem isso como uma implementação do Big Brother que tudo vê.

The Verge relata que a empresa de Wisconsin, a Three Square Market, oferecerá chips RFID implantáveis ​​para os trabalhadores inserirem entre o polegar e o indicador. Esses chips podem ajudar os funcionários a fazer login em computadores, comprar lanches, abrir portas e usar equipamentos de escritório. É relatado que esses chips serão implantados em cerca de 50 funcionários em 01 de agosto st em uma festa. 

Os chips usam tecnologia de comunicação de campo próximo - algo que alguns locais de trabalho na Europa já utilizam. Além do escritório, o futuro dessa tecnologia de chip poderia ser usado para passaportes, transporte público e varejo.

Embora a Cisco não tenha implantado seus funcionários com chips RFID, a empresa investiu fortemente na criação do escritório do futuro. Kate O'Keeffe, da Cisco, escreve em um post recente que novas tecnologias como IA, VR e robôs definitivamente se tornarão parte de nosso trabalho. E enquanto a empresa continua a moldar o futuro, é importante manter três questões específicas em mente:

Como o trabalhador do futuro evoluirá?

Como a tecnologia pode aumentar o trabalhador?

Qual é o espaço de trabalho do futuro?

O Edifício 10 da Cisco em San Jose já começou a mudar o espaço de trabalho físico , usando seus escritórios para impulsionar a colaboração e a inovação com a tecnologia de telepresença. O Building 10 também utiliza iluminação conectada, espaços de co-working e tecnologia de sensores.

As Soluções de Construção Digital da Cisco permitem que os funcionários definam a temperatura, cor e iluminação perfeitas para o seu espaço de trabalho. Essa estrutura de iluminação digital conecta iluminação , HVAC, segurança e mais por IP para aumentar o conforto e a produtividade dos funcionários enquanto gerencia a sustentabilidade do edifício.

Para saber mais sobre o que a Cisco está fazendo para o futuro do trabalho, confira mais blogs aqui .

O conteúdo ou opiniões neste recurso são independentes e podem não representar necessariamente as exibições da Cisco. Eles são oferecidos em um esforço para incentivar conversas contínuas em uma ampla gama de temas tecnológicos inovadores. Congratulamo-nos com seus comentários e engajamento.

Congratulamo-nos com a reutilização, republicação e distribuição do conteúdo "A Rede". Por favor, credite-nos as seguintes informações: Usado com a permissão dehttp://thenetwork.cisco.com/ .



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CHIP RFID: Suécia inova ao usar microchip subcutâneo como bilhete de trem




Alguns suecos já usam chip implantado na mão para pagar viagem de trem. Claudia Wallin

Parece ficção científica, mas já é realidade: a empresa estatal de trens da Suécia, SJ, acaba de se tornar a primeira rede ferroviária do mundo a oferecer aos passageiros, em caráter experimental, a opção de usar implantes de microchip sob a pele da mão para validar seus bilhetes. Em vez de mostrar ao cobrador do trem o bilhete a ser escaneado, basta que o usuário estenda a própria mão.

Claudia Wallin, de Estocolmo para RFI

A cena, estranhamente futurista, tem causado surpresa nos vagões da SJ. No universo inicial do experimento, estão os cerca de dois mil suecos que já possuem um implante de microchip no corpo - uma tecnologia que pode cumprir diferentes funções, e que vem ganhando cada vez mais adeptos na Suécia.

Trata-se de uma legião de “super-humanos” que decidiram incrustrar a tecnologia no próprio corpo para executar, com um simples aceno de mão, tarefas como abrir portas, acionar impressoras ou comprar produtos em máquinas de auto-atendimento.

“Este foi na verdade um pedido que recebemos de alguns de nossos usuários, que já tinham um microchip implantado na mão para fazer coisas como abrir as portas de casa automaticamente. Eles perguntaram, ‘podemos usar o mesmo microchip para viajar nos trens?’ Como já detínhamos a tecnologia digital necessária, uma vez que a SJ é uma das empresas mais digitalizadas da Suécia, fomos capazes de implementar o processo de forma rápida”, disse Stephan Ray, executivo da SJ, em entrevista à RFI.

O plano da estatal sueca é conduzir o experimento até o fim do ano, antes de adotar o microchip de forma definitiva.

“Vamos coletar informações junto a nossos usuários, a fim de estabelecer se este é um serviço que eles realmente desejam. Vamos também conversar com as tripulações dos trens, para determinar se a validação do bilhete via microchip é um processo que pode agilizar ou não o processo de trabalho”, diz Ray.

“Mas em princípio, a revolução já começou”, acrescenta ele.

A tecnologia não é nova: há tempos o microchip vem sendo utilizado para a identificação de animais, como cães e gatos.

O implante do experimento sueco funciona por meio do sistema NFC (Near Field Communication), uma tecnologia de comunicação de curto alcance que permite a troca de informações entre dispositivos sem a necessidade de cabos ou fios, e que já é usada também em smartphones e cartões de crédito. Nos trens, o cobrador posiciona o dispositivo de leitura a poucos centímetros da mão do passageiro, e os dados do bilhete, contidos no microchip, são então transmitidos através de ondas eletromagnéticas.

A introdução do microchip nas viagens da SJ é uma parceria da estatal de trens sueca com o Epicenter - um centro de inovação tecnológica situado no centro de Estocolmo, e onde cerca de 150 de seus dois mil membros e funcionários já circulam com microchips implantados na mão para abrir portas, ou simplesmente comprar um café nas máquinas de auto-atendimento.

Na rotina quase distópica do Epicenter, as injeções para o implante de microchips na mão se tornaram tão populares que os funcionários chegam a organizar festas para os candidatos a “ciborgue”.

O processo dura poucos segundos: um pouco maior do que um grão de arroz, o microchip é implantado através de uma injeção na área entre os dedos polegar e indicador. A implantação do chip custa 1,5 mil coroas suecas (cerca de 560 reais).

“Esta tecnologia vai representar uma evolução radical”, diz à RFI o presidente e co-fundador do Epicenter, Patrick Mesterton.

“Hoje, um indivíduo precisa carregar uma série de coisas, como chaves, cartões de crédito, o cartão da academia, o cartão do metrô. O que o implante de microchip proporciona é uma funcionalidade exponencial: no futuro, todos esses itens vão poder ser substituídos por um único microchip implantado sob a pele, que pode desempenhar múltiplas funções. Como por exemplo abrir portas, pagar a conta do supermercado ou validar bilhetes de trem - tudo com um simples aceno de mão. A tecnologia para isto já existe”, acrescenta Patrick, que foi o primeiro a implantar o microchip em sua mão no Epicenter.

As instalações do Epicenter têm 12 mil metros quadrados - “então temos muitas portas para abrir”, brinca Mesterton:

“É claro que a decisão de inserir um chip no próprio corpo é um grande passo. Mas por outro lado, há tempos as pessoas já implantam dispositivos no corpo, como por exemplo o marcapasso. Que é, afinal, algo muito mais sério do que implantar um pequeno chip. E gostaria de salientar que a intervenção para a inserção do microchip, no Epicenter, é inteiramente voluntária. Ninguém está obrigado a fazer o implante”, ele pontua.

Para alguns, este é um natural passo seguinte na evolução tecnológica. Já na visão de outros, implantar um microchip no próprio corpo pode abrir as portas para um futuro perturbador, em um mundo habitado por “ciborgues” e ameaçado pela perda das liberdades individuais.

Stephan Ray, da estatal sueca SJ, garante que a tecnologia adotada no projeto não representa uma ameaça à privacidade dos passageiros:

“A única informação que o passageiro precisa ter no microchip, para viajar em nossos trens, é seu número de usuário em nosso sistema. O implante não contém nenhum outro dado do usuário, como informações pessoais, e nem emite sinais que permitam localizá-lo”, enfatiza o executivo.

A estatal sueca admite que o uso do microchip é um tema polêmico.

“Não temos, porém, recebido críticas”, diz Ray. “Principalmente por deixarmos claro que a SJ não vende, e nem promove o uso dos microchips. Estamos apenas oferecendo a nossos usuários a possibilidade de usá-los para viajar em nossos trens, caso assim desejem”.

Como toda nova tecnologia, o implante de microchip ainda é visto por muitos com certo ceticismo - e até mesmo medo.

“Quando as pessoas começarem a entender como essa tecnologia funciona, no entanto, elas poderão perceber que ela também é uma coisa mágica. E não há nada a temer. Quem não gostar do microchip, pode simplesmente removê-lo”, argumenta Patrick Mesterton, do Epicenter.

Lina Edström, analista de sistemas da estatal sueca de trens, diz que é preciso satisfazer a demanda dos muitos early adopters (primeiros a adotar novas tecnologias) da Suécia, que vêem o microchip como uma “opção sensacional”:

“Não creio que seja possível evitar esta evolução”, ela diz.

Mas quanto mais sofisticados os microchips vierem a ser, maiores poderão se tornar os dilemas éticos.







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Governo retoma piloto de IoT (Plano Nacional de Internet das Coisas ), com chips para coleta de dados

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O ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Gilberto Kassab, criou o comitê interministerial para integrar as políticas de monitoramento por radiofrequência (RFID) do país. A iniciativa, coordenada pelo MCTIC, conta com a participação de 12 ministérios e tem como objetivo criar um sistema integrado e usar os dados coletados em políticas de mobilidade urbana, segurança e transporte de cargas.

A intenção do ministério é que o sistema estimule a criação de novas aplicações e faça parte do Plano Nacional de Internet das Coisas (IoT). O Departamento de Trânsito (Detran) de Pernambuco e o município de Santo André (SP) serão os dois pilotos onde a política será testada. “A partir dos pilotos em Santo André e Pernambuco, podemos ter uma referência e criar uma onda positiva que nos dê condições de implantar o projeto em todo o país”, disse o ministro Gilberto Kassab.

Para o secretário de Política de Informática do MCTIC, Thiago Camargo, a iniciativa tem o potencial de impactar diretamente a vida do cidadão. “Com os dados coletados pelo monitoramento, podemos desenhar políticas de mobilidade, melhorar o tempo de resposta de ambulâncias, ter semáforos inteligentes. O governo e as empresas devem compartilhar esses dados para estabelecer o sistema”, afirmou.

A política contará com parcerias público-privadas e tem a participação de duas entidades vinculadas ao MCTIC, a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), que atuará desenvolvendo modelos de financiamento aos entes participantes, e a Ceitec S.A, empresa pública que atua no segmento de chips de identificação automática, e que desde 2014 tem um chip para implantar no Sistema Nacional de Identificação Automática de Veículos (SINIAV), considerado há dois anos como um megapiloto de Internet das Coisas, mas que não saiu do papel.

A iniciativa previa a instalação de tags em veículos nacionais e importados. Os chips deveriam ter sido instalados numa frota estimada em 50 mihões de automóveis ativos, mas houve uma grande resistência por parte dos órgãos de trânsito.

Os DETRANs estaduais não se preparam e o DENATRAN - Departamento Nacional de Trânsito não tinha - e não tem ainda - como obrigar a implantação do SINIAV. Em São Paulo, por exemplo, o serviço Sem Parar adotou um modelo próprio, bem próximo do SINIAV, mas sem tantas exigências como o projeto então determinado pelo governo. Agora, há a tentativa de refazer o modelo com a coleta de mais informações.


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INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL IDENTIFICA AS PESSOAS POR CAMINHOS QUE ANDAM

Sistema de reconhecimento de passos em breve na segurança do aeroporto




A maneira como você anda e seus passos podem ser usados ​​como biométricos na segurança do aeroporto, em vez da impressão digital e da digitalização dos olhos.

Pesquisadores da Universidade de Manchester, em colaboração com a Universidade de Madri, desenvolveram uma inteligência artificial de ponta (IA), sistema de verificação biométrica que pode medir a marcha individual ou o padrão de caminhada de um ser humano. Ele pode verificar com sucesso um indivíduo simplesmente andando sobre uma almofada de pressão no chão e analisando os dados 3-D e baseados em tempo.

Os resultados, publicados em um dos principais periódicos de pesquisa de aprendizado de máquina, os periódicos IEEE Transactions on Pattern Analysis e Machine Intelligence (TPAMI) no início deste ano, mostraram que, em média, o sistema AI desenvolveu corretamente identificado um indivíduo quase 100% do tempo, com apenas uma taxa de erro de 0,7.



Um sistema de reconhecimento AI footstep pode ser usado para segurança nos aeroportos





A maneira como você anda e seus passos podem ser usados ​​como biométricos na segurança do aeroporto, em vez da impressão digital e da digitalização dos olhos.

Pesquisadores da Universidade de Manchester, em colaboração com a Universidade de Madri, desenvolveram uma inteligência artificial de ponta (IA), sistema de verificação biométrica que pode medir a marcha individual ou o padrão de caminhada de um ser humano. Ele pode conseguir verificar um indivíduo simplesmente por eles, caminhando sobre uma almofada de pressão no chão e analisar a pegada de dados baseados no tempo 3-D e.

Os resultados, publicados em um dos principais periódicos de pesquisa de aprendizado de máquina, os periódicos IEEE Transactions on Pattern Analysis e Machine Intelligence (TPAMI) no início deste ano, mostraram que, em média, o sistema AI desenvolveu corretamente identificado um indivíduo quase 100% do tempo, com apenas uma taxa de erro de 0,7.

A biometria física, como impressões digitais, reconhecimento facial e exames de retina, é atualmente mais usada para fins de segurança. No entanto, a chamada biometria comportamental, como o reconhecimento da marcha, também captura assinaturas exclusivas fornecidas pelos padrões comportamentais e de movimento naturais de uma pessoa. A equipe testou seus dados usando um grande número dos chamados 'impostores' e um pequeno número de usuários em três diferentes cenários de segurança do mundo real. Estes eram pontos de verificação de segurança nos aeroportos, o local de trabalho e o ambiente doméstico. A abordagem oferece o potencial para complementar os atuais sistemas de segurança em aeroportos, escritórios e residências, como mostrou a pesquisa.

Omar Costilla Reyes, da Escola de Engenharia Elétrica e Eletrônica de Manchester e responsável pela pesquisa, explica: "Cada ser humano tem aproximadamente 24 fatores e movimentos diferentes ao caminhar, fazendo com que cada pessoa tenha um padrão singular de caminhada. Portanto, o monitoramento desses movimentos pode ser usado, como uma impressão digital ou um exame de retina, para reconhecer e identificar claramente ou verificar um indivíduo ".

Para criar o sistema de IA que os computadores precisam para aprender tais padrões de movimentos, a equipe coletou o maior banco de dados de passos da história (até hoje), contendo quase 20.000 sinais de passos de 127 indivíduos diferentes. Para compilar as amostras e o conjunto de dados, a equipe usou sensores somente de piso e câmeras de alta resolução.

Foi esse conjunto de dados, chamado de SfootBD, que a Dra. Costilla Reyes usou para desenvolver os modelos computacionais avançados necessários para a verificação biométrica da pegada automática apresentada no TPAMI.

A Dra. Costilla Reyes acrescentou: "Concentrar-se no reconhecimento não intrusivo da marcha monitorando a força exercida no chão durante um passo é muito desafiador. Isso porque é difícil definir manualmente as diferenças entre as variações sutis de pessoa para pessoa. É por isso que tivemos que criar um novo sistema de inteligência artificial para resolver esse desafio de uma nova perspectiva ".

Um dos principais benefícios de usar o reconhecimento de pegada é, ao contrário de ser filmado ou digitalizado em um aeroporto, o processo não é intrusivo para o indivíduo e resiliente às condições ambientais de ruído. A pessoa nem precisa remover o calçado ao andar sobre as almofadas de pressão, uma vez que não é baseada na forma da pegada em si, mas na sua marcha.

Outras aplicações para a tecnologia incluem etapas inteligentes que poderiam reconhecer a degeneração neural que poderia ter implicações positivas no setor de saúde. Esta é outra área que a Dra. Costilla Reyes pretende promover sua pesquisa com reconhecimento de passos.

Ele acrescentou: "A pesquisa também está sendo desenvolvida para abordar o problema de saúde de marcadores para o declínio cognitivo e o surgimento de doenças mentais, usando dados de passos brutos de um sensor de área ampla implantável em habitações inteligentes. O movimento humano pode ser um novo biomarcador de declínio cognitivo, que pode ser explorado como nunca antes com os novos sistemas de IA ".

Facebook Anuncia Parceria com o Atlantic Council Conectado à OTAN, Complexo Industrial Militar



O Facebook anunciou uma nova parceria com o Atlantic Council, um think tank com laços estreitos com o Complexo Industrial Militar e o Departamento de Defesa.

Na quinta-feira, o Facebook anunciou uma nova parceria com o Atlantic Council, um think tank que oficialmente afirma fornecer um fórum para líderes políticos, empresariais e intelectuais internacionais. O gigante da mídia social disse que a parceria visa evitar que o Facebook "seja abusado durante as eleições". O comunicado de imprensa promove os esforços do Facebook para combater notícias falsas usando inteligência artificial, além de trabalhar com especialistas e governos externos.

Hoje, estamos empolgados em lançar uma nova parceria com o Atlantic Council , que tem uma reputação estelar em busca de soluções inovadoras para problemas difíceis. Especialistas do Laboratório de Pesquisa Forense Digital trabalharão em conjunto com nossas equipes de segurança, políticas e produtos para obter informações e atualizações em tempo real do Facebook sobre ameaças emergentes e campanhas de desinformação de todo o mundo. Isso ajudará a aumentar o número de “olhos e ouvidos” que temos trabalhado para detectar possíveis abusos em nossos serviços - permitindo que identifiquemos com mais eficiência nossos sistemas, evitemos obstáculos e garantamos que o Facebook desempenhe um papel positivo durante as eleições em todo o mundo. mundo.

O Facebook continua descrevendo como as Missões de Monitoramento da Unidade de Pesquisa Digital do Atlantic Council estarão monitorando o tráfego durante as eleições e outros “momentos altamente sensíveis”. O Facebook afirma que isso ajudará a empresa a monitorar informações erradas e interferências estrangeiras. É claro, há também a referência obrigatória à proteção da democracia e “eleições livres e justas em todo o mundo”.

Então, quem é o Atlantic Council e o que é o Digital Forensic Research Lab?

O Conselho Atlântico dos Estados Unidos foi estabelecido em 1961 para reforçar o apoio às relações internacionais. Embora não esteja oficialmente ligado à Organização do Tratado do Atlântico Norte, o Conselho do Atlântico passou décadas a promover causas e questões que são benéficas para os estados membros da OTAN. Além disso, o The Atlantic Council é membro da Organização do Tratado do Atlântico, uma organização guarda-chuva que “atua como facilitadora da rede na zona euro-atlântica e além.” A ATA trabalha de forma semelhante ao Atlantic Council, reunindo líderes políticos, acadêmicos, oficiais militares, jornalistas e diplomatas para promover valores favoráveis ​​aos estados membros da OTAN. Oficialmente, o ATA é independente da OTAN, mas a linha entre os dois é muito pequena.

Essencialmente, o Atlantic Council é um think tank que pode oferecer a empresas ou estados-nações acesso a oficiais militares, políticos, jornalistas, diplomatas, etc. para ajudá-los a desenvolver um plano para implementar sua estratégia ou visão. Estas estratégias envolvem, frequentemente, que os governos da OTAN ou membros da indústria façam decisões que poderiam não ter feito sem uma visita da equipa do Atlantic Council. Isso permite que indivíduos ou nações divulguem suas ideias na contracapa da contratação de uma agência de relações públicas, mas na verdade está vendendo acesso a indivíduos de alto perfil com poder de afetar a política pública. Na verdade, todos, de George HW Bush a Bill Clinton, à família do agente internacional da desordem, Zbigniew Brzezinski, participaram ou participaram de eventos do conselho.

Em 2016, o The New York Times escreveu: “O Atlantic Council, que viu sua receita anual crescer de US $ 2 milhões para US $ 21 milhões na última década, oferece acesso a funcionários do governo dos Estados Unidos e estrangeiros em troca de contribuições. Doadores individuais, como a FedEx, também ajudaram a financiar relatórios específicos que se alinham a suas agendas. ” O Times escreveu que dar apoio financeiro é recompensado com“ um nível sem precedentes de informações e acesso ”, incluindo a chance de ter um executivo corporativo, se a empresa doa pelo menos US $ 50 mil por ano, discursa em um evento do Atlantic Council "com os principais líderes dos EUA e de outros países".

Em outro relatório, o Times descreve a relação entre a FedEx, o Conselho Atlântico e os governos europeus. De acordo com documentos obtidos pelo The Times , o Conselho ajudou a FedEx a “construir apoio para um acordo de livre comércio que a empresa esperava que aumentasse os negócios. Seis meses antes da emissão do relatório do Atlantic Council, a FedEx e o think tank trabalharam em planos para usar o relatório como uma ferramenta de lobby. ”O Atlantic Council ajudou a organizar“ um relatório público com membros do Congresso de um dos relevantes comitês. ”

A FedEx e o Atlantic Council, trabalhando com a Câmara de Comércio da América Européia, também disseram às empresas que participam do estudo que o objetivo era "enfatizar o impacto positivo que um acordo abrangente teria sobre as pequenas e médias empresas americanas e européias".

Segundo o site , “o Laboratório Digital de Pesquisa Forense do Atlantic Council (DFRLab) operacionalizou o estudo da desinformação, expondo falsidades e notícias falsas, documentando abusos aos direitos humanos e construindo resiliência digital em todo o mundo.” A DFRLab rastreia campanhas globais de desinformação histórias e “tentativas subversivas contra a democracia, enquanto ensinam as habilidades do público para identificar e expor as tentativas de poluir o espaço da informação”.

Apesar da promessa de documentar os abusos aos direitos humanos, seria difícil encontrar um único item no site do Atlantic Council mencionando as violações dos direitos humanos dos Estados Unidos ou de qualquer um de seus aliados - alguns dos quais são financiadores do Atlantic Council. Além disso, o Conselho tem uma publicação sob a categoria "desinformação" chamada "Breaking Aleppo". A desinformação é um título apropriado para a publicação porque repete amplamente as narrativas da mídia ocidental - o presidente Assad é um ditador horrível que não para usando armas químicas em seu próprio povo e qualquer um que questione essa narrativa está comprando propaganda síria e russa. O relatório também promove o trabalho e a credibilidade dos desacreditados Capacetes Brancos.

A lista de apoiadores financeiros se parece com um quem é quem de think tanks e organizações não-governamentais. O Atlantic Council recebe financiamento da Brookings Institution, da Carnegie Endowment, do Cato Institute, do Council on Foreign Relations e da Rand Corporation, para citar apenas alguns. Além disso, vários membros do Complexo Militar-Industrial são benfeitores do Atlantic Council, incluindo Huntington Ingalls, o único fabricante de porta-aviões dos Estados Unidos; Airbus, o fabricante do avião; A Lockheed Martin, a empresa de construção naval e de aviação; e Raytheon, que faz sistemas de mísseis. Todas as empresas têm contratos com o Departamento de Defesa dos EUA e oferecem apoio financeiro ao Atlantic Council. O Conselho também recebe apoio da Chevron e da Thomson Reuters Foundation. Finalmente,

É claro que, apesar do que o Facebook diz, essa parceria alinhará ainda mais as metas do Facebook com o Complexo Militar-Industrial Ocidental. É hora de as pessoas pararem de dar suporte a essas plataformas - tanto do Facebook quanto do governo. Está na hora de descadastrar esses sistemas e aceitar nossas comunidades. Somente organizando em um nível local para proteger e defender aqueles que estão próximos a nós, prosperaremos no estado totalitário americano.

Derrick Broze é um jornalista investigativo e ativista da liberdade. Ele é o principal repórter investigativo do ActivistPost.com e fundador do TheConsciousResistance.com . Siga-o no Twitter . Derrick é o autor de três livros: A Resistência Consciente: Reflexões sobre Anarquia e Espiritualidade e Encontrando Liberdade em uma Era de Confusão, vol. 1 , Encontrando Liberdade em uma Era de Confusão, vol. 2 e Manifesto dos Humanos Livres .

Derrick está disponível para entrevistas. Por favor, entre em contato com Derrick@activistpost.com

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"Não vem aí uma Guerra Fria. Ela já existe e não é de agora", afirma Vasco Rato, presidente da FLAD

O entrevistado de hoje do Vozes ao Minuto é o presidente da Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento, Vasco Rato.


Vasco Rato é, desde 2014, presidente da Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento (FLAD). Especialista em política internacional, sendo professor nessa mesma área na Universidade Lusíada de Lisboa, o entrevistado de hoje do Vozes ao Minuto analisa a tensão latente entre a Rússia e alguns países do Ocidente.

Convencido de que este é o resultado de uma atitude assertiva e desrespeitadora dos princípios de política internacional, Vasco Rato acredita que enquanto Putin - que esta segunda-feira foi empossado para mais um mandato - se mantiver na liderança da Rússia, os conflitos irão continuar.

Quanto ao conflito com a Coreia do Norte, Vasco Rato crê que é de assinalar o encontro que colocará frente a frente Donald Trump e Kim Jong-un - tudo indica, a realizar-se em Singapura, em junho - mas avisa para que não sejam criadas demasiadas expetativas em relação ao assunto.

Os EUA lideraram há pouco tempo, juntamente Reino Unido e França, um ataque à Síria. Como encara este conflito?

Parece-me que o ataque se justifica na medida em que o regime sírio utilizou uma categoria de armas que não é permitida pelo direito internacional e não deve ser permitida por qualquer pessoa civilizada. Nessa medida, creio que aquilo que se tentou fazer foi enviar um sinal à Síria sem, naturalmente, interferir numa guerra civil muito complexa e onde o Ocidente não tem muito interesse, atendendo aos atores que estão presentes no terreno.

A Rússia habituou-nos a dizer coisas que não correspondem inteiramente à verdade A Rússia alega que não existem provas de que tenha havido o envolvimento do regime de Bashal al-Assad nesse suposto ataque químico.

Que elas foram usadas, foram. Parece-me que isso, no mínimo, é inegável. Agora, aquilo que diz a Rússia… A Rússia habituou-nos a dizer coisas que não correspondem inteiramente à verdade pelo que não me parece que se deva aceitar a palavra de Moscovo relativamente a esta questão.

A tensão adensou-se entre a Rússia e o Reino Unido com o envenenamento do ex-espião russo Sergei Skripal. Entretanto, os Estados Unidos parecem ter assumido o conflito ao liderarem o ataque à Síria. Qual o interesse em fazê-lo?

Não tenho bem essa leitura. O conflito que se reporta à tentativa de envenenamento em Londres não é o primeiro. Houve outros casos em que uma metodologia semelhante ocorreu, justamente em Londres. Recordo, no que diz respeito à Síria, que o presidente Obama, a certa altura, afirmou que havia uma linha vermelha que não podia ser atravessada, linha essa que foi atravessada quando o governo sírio usou armas químicas pela primeira vez. E não houve uma resposta nessa altura da administração americana porque o congresso assim o entendeu.

Portanto, este conflito não é de hoje, já decorre há muito tempo e creio que o conflito tem muito a ver com a crescente assertividade da Rússia a nível internacional. A Rússia, cada vez mais, coloca-se fora dos comportamentos aceitáveis e isso não é de agora. Fê-lo já em 2008, por exemplo, quando invadiu a Geórgia. Fê-lo em 2007 quando fez um ciberataque à Estónia. Isto revela que é um problema do comportamento da Rússia na política internacional e que não é recente.

A Rússia está empenhada em reconstruir um império, o império que tinha nos tempos da União SoviéticaE qual o motivo desse comportamento?

A Rússia quer duas coisas. Primeiro, uma revisão das regras internacionais, das regras que estruturam a política internacional. Por outro lado, claramente, está empenhada em reafirmar o seu poderio, o seu estatuto, ser reconhecida como uma grande potência, e exercer um domínio praticamente absoluto na vizinhança, isto é, nas antigas repúblicas da União Soviética, na Ucrânia, na Bielorrússia, no crescente domínio no norte do Cáucaso, na Geórgia, na Arménia e, também, na Ásia Central. Portanto, creio que se pode dizer de uma forma relativamente simples que a Rússia está empenhada em reconstruir um império, o império que tinha nos tempos da União Soviética.

E esse império faz frente à soberania que até hoje é assumida pelos Estados Unidos?

Faz frente, sobretudo, à soberania dos Estados da Geórgia e da Ucrânia e de outros países. É preciso recordar que ao anexar a Crimeia, a Rússia esteve e está a violar princípios sagrados da política internacional.

Por outro lado, há uma mudança muito significativa na perspetiva da elite russa, de Putin e das pessoas que com ele fazem política externa. A Rússia hoje é um país que considera o Ocidente um inimigo. Isto é dito de forma muito transparente pelos dirigentes russos. Portanto, a Rússia que temos hoje é muito diferente da Rússia que existia durante o tempo de Boris Iéltsin, em que era possível fazer acordos de cooperação e em que a Rússia estava a democratizar um conjunto de fenómenos internos que possibilitavam uma relação próxima.

Hoje, a postura de Moscovo é diferente. É francamente uma postura hostil em relação à Europa, aos países ocidentais. Uma leitura dos documentos estratégicos da doutrina externa e militar da Rússia revela isso. Os próprios discursos de Putin estão repletos de referências anti-ocidentais. Creio que a Europa pode olhar com alguma ingenuidade para a Rússia mas na realidade esta considera que o Ocidente é um adversário. É essa a realidade no terreno.

A visão da parte da Rússia é um pouco diferente. O embaixador da Rússia em Portugal, por exemplo, alega que o problema deste conflito é o facto de os Estados Unidos não serem capazes de aceitar que podem existir várias potências ao mesmo tempo.

É essa a interpretação da Rússia? Eu acho que o problema não esta na existência de várias potências. Elas existem. Além da Rússia, há a Índia, a China… O problema é o comportamento dessas potências. A Rússia ao invadir a Ucrânia e a Geórgia não se está a comportar como uma potência civilizada. O problema não é tanto a existência da Rússia como potência. O problema é a existência de uma Rússia cada vez mais assertiva que está empenhada em alterar o ‘status quo’ que temos na Europa, incluindo as próprias fronteiras europeias como acaba de fazer na Crimeia. Esse é que é o problema.

Se o regime conseguir criar instituições que possam prolongar o Putinismo para lá de Putin, temos um problema para muitos e muitos anosE Putin na liderança do país será sempre um problema para que se consiga chegar a um período de paz entre ambas as partes?

Sim. Será.

Não se avizinha portanto, para breve, o fim para esta situação, dado que foi reeleito até 2024?

Sim. E vamos ver o que vem depois de Putin. Neste momento, o poder da Rússia está muito concentrado na pessoa de Putin. Se o regime conseguir institucionalizar-se, ou seja, criar instituições que possam prolongar o Putinismo para além de Putin, então temos um problema para muitos e muitos anos.

É preciso perceber também que a Rússia tem interesses legítimos, interesses de segurança, económicos e outros. Agora, à medida que prossegue esses interesses não pode violar as regras que de uma forma geral são aceites por outros Estados. Não se podem violar fronteiras de outros Estados e anexar o território de outros Estados. A Rússia frequentemente diz que está a responder a um cerco que foi criado pela NATO mas não houve uma intenção da parte do Ocidente de ameaçar a segurança da Rússia. Houve foi uma tentativa de estabilizar a Europa Central e através desta estabilização tornar a segurança mais robusta na Europa Central. Isso, em última analise, até era benéfico para a Rússia.

Os russos escolheram interpretar os alargamentos como um ato hostil. Mas também convém recordar que foram os próprios governos da Europa Central, dos países pós-comunistas, que livremente e depois de eleições democratas escolheram aderir à União Europeia e à Nato.

E a que se deve este apoio da Rússia à Síria? Fazer frente aos Estados Unidos, tendo em conta que é sabido que os EUA são contra o regime de Bashar al-Assad?

Talvez para preencher um vazio. Os americanos, durante a presidência de Obama, não tiveram uma política externa coesa, coerente, em relação à Síria. E portanto, foi Washington que permitiu que se criasse um vazio que a Rússia naturalmente preencheu. Isso eu acho natural.

Um ano e pouco depois da tomada de posse, ainda não se sabe qual é a política de Donald Trump em relação ao Médio OrienteE com Donald Trump no poder, a posição dos Estados Unidos relativamente à Síria alterou-se? 

Creio que não, porque ainda não há uma política sustentável não só para a Síria mas para todo o Médio Oriente. Um ano e pouco depois da tomada de posse ainda não se vê essa política no terreno. Vê-se alguns sinais que foram dados, por exemplo com a Arábia Saudita, mas certamente ainda não se sabe qual é a política de Donald Trump em relação ao Médio Oriente. Ainda não sabemos o que vai fazer no que diz respeito ao acordo nuclear [esta terça-feira Trump anunciará decisão]. Já no que diz respeito à Síria em concreto, acho que a intenção americana é não se envolver no conflito e isso acho bem porque já há potências estrangeiras envolvidas, potências a mais até: Turquia, o Irão…

Alguma dessas potências está realmente interessada em resolver os problemas do povo sírio ou assistimos a uma luta de soberanias?

Acho que há muita gente preocupada com o povo sírio mas antes convém recordar que antes de ser uma guerra que envolvesse potencias estrangeiras, é uma guerra civil. São largamente civis a matar sírios. E é uma guerra entre duas sensibilidades dentro da sociedade síria. Acho que muita coisa foi feita para tentar atenuar os resultados desse conflito mas isto foi um conflito provocado pelo governo sírio, por Bashar al-Assad.

Terá de ser ele a resolvê-lo?

Não. Terá de ser uma conferência internacional porque sete anos depois já se concluiu que os grupos em confronto na Síria não são capazes de resolver ou pôr um fim àquela situação. Portanto, terá de haver uma intermediação internacional envolvendo a Rússia, o Irão, a Turquia, países que são stakeholders naquele conflito.

Na sequência da questão do envenenamento de Skripal, vários diplomatas russos foram expulsos dos países onde se encontravam. O que ficam a ganhar com esta posição? O objetivo é diminuir a presença russa no mundo?

Depende do país. Acho que todos os países, incluindo os que não expulsaram os diplomatas, como Portugal, têm a perceção de que a Rússia está a colocar desafios muito sérios ao Ocidente. A forma como reagem ou como reagiram a esse caso em concreto não é certa nem errada. Portugal escolheu não expulsar. Acho que o Governo português terá elementos que o levaram a tomar essa decisão. Isso não significa necessariamente que o Governo português não considere condenável aquilo que aconteceu e não considere que teria de haver um sinal para mostrar repúdio por aquilo que aconteceu. Esse sinal foi chamar o embaixador português em Moscovo a Lisboa.

Acha que o Estados Unidos tiveram alguma influência na decisão desses países?

Não sei. Na medida em que essas coisas são discutidas no âmbito da aliança, acho que podem ter aconselhado, mas não podem determinar aquilo que os Estados soberanos fazem. É natural que os EUA tenham tido uma palavra a dizer.

É preciso não esquecer que a Rússia é uma potência nuclear e estamos numa situação em que não é possível virar as costas à Rússia

No que diz respeito ao conflito entre os Estados Unidos e a Rússia, as relações entre os dois países estão bastante fragilizadas. Até onde é que isto vai chegar? Uma nova Guerra Fria?

Já existe uma Guerra Fria e não é de agora. O relacionamento com a Rússia, desde a saída de Iéltsin, complicou-se e muito, sobretudo depois de um momento importante que acontece em 2007 na conferência de segurança de Munique, em que Putin faz um discurso em que diz muito claramente para onde vai e é um discurso de confronto para com o Estados Unidos e com os parceiros da NATO.

Já estamos nesta situação há mais de uma década. Não vem aí uma Guerra Fria, está aqui uma Guerra Fria. É preciso é saber gerir os conflitos e é preciso não esquecer que a Rússia é uma potência nuclear e estamos numa situação em que não é possível virar as costas à Rússia. Tem de haver um engadgement, conversações. Não obstante, não podemos aceitar um comportamento que viole as regras da boa sociedade internacional.

Donald Trump é a pessoa certa para protagonizar estas conversações tendo em conta que o seu temperamento também é especial?

Não sabemos ao certo. Num sistema político americano, o presidente tem um palavra muito importante em relação à política externa mas não está sozinho. O Congresso também tem um papel muito relevante na política externa pelo que se pode dizer que nem tudo começa, nem tudo acaba com Donald Trump.

Em relação à sua política externa face à Rússia, ainda não sabemos. Há vários elementos que são desconhecidos. Não houve ainda, sequer, uma primeira cimeira entre Trump e Putin.

Mas já houve um primeiro passo para esse encontro.

O facto de se sentarem os dois à mesa já é positivo. Duvido que haja um regresso à cooperação que existiu no passado. Recordo que George W. Bush, quando se encontrou com Putin pela primeira vez, disse que teria olhado para a alma de Putin e que viu que podia colaborar com ele. E isso não aconteceu. Depois, Hillary Clinton, quando era secretária de Estado, disse que iria restabelecer as relações com a Rússia. Isso durou escassos meses. Portanto, o problema com a Rússia é um problema estrutural. Largamente ultrapassa as vontades dos agentes políticos. É um conflito de uma potência que tem interesses que chocam com os interesses das restantes potências.

Aquando das eleições, em 2016, lembro-me de ter dito que considerava que Hillary seria a candidata que mais se adequava ao cargo, uma vez que melhor representava os princípios democráticos do país. Continua a defender essa opinião?

Não me recordo exatamente dessa frase. O que eu acho é que Hillary tinha uma experiência que era importante e em política externa Hillary também não era uma idealista que não soubesse o que se passava no mundo. Portanto, tinha alguma compreensão da necessidade das alianças e especificamente a necessidade de manter uma aliança coesa com a NATO.

Cuidado com as expetativas. O governo da Coreia do Norte já disse coisas semelhantes no passadoA Coreia do Norte decidiu suspender, recentemente os testes nucleares. Será um primeiro passo para o fim do conflito entre Kim Jong-Un e Trump?

Não necessariamente. É uma decisão que faz sentido porque estamos à espera que se realize uma cimeira. É um sinal positivo por parte do governo coreano mas o problema não é suspender os testes, mas sim a própria nuclearização da Coreia. O que os americanos querem é desnuclearização da Coreia, ou seja, querem que os norte-coreanos abandonem as armas nucleares e esse compromisso não me parece que seja aceitável da parte coreana. Acho que a Coreia do Norte vai dizer que não.

Estamos aqui numa situação em que nada está resolvido, possivelmente nada ficará resolvido, mas o facto de se estar a conversar já é positivo, é melhor do que nada. Mas cuidado com as expetativas. O governo da Coreia do Norte já disse coisas semelhantes no passado. Esta já é a terceira crise nuclear com a Coreia do Norte e o discurso é quase sempre o mesmo. Dizemos que estamos dispostos a negociar e depois verificamos que não há essa disponibilidade. Aconteceu com Bill Clinton, por exemplo. Muita prudência em relação àquilo que irá resultar da cimeira mas eu acho muito positivo que haja contactos a este nível.

Quando diz cuidado com as expetativas o que quer dizer?

Isto é um processo muito difícil, provavelmente irá fracassar. É bom que a opinião pública não pense que estamos à beira de uma resolução final e da desnuclearização da Coreia do Norte, que isso em principio não vai acontecer.

Qual seria a solução que poderia satisfazer as duas partes?

Era a desnuclearização. Esse era o melhor desfecho. Agora também não me parece aceitável porque a Coreia do Norte tem armas nucleares porque teme pela sua segurança. Teme que sem estas armas a Coreia do Sul, o Japão e os EUA possam iniciar uma guerra contra o país. Portanto, querem ter a certeza de que têm a capacidade para se defender e por isso é que me parece muito difícil convencer o regime a abandonar essas armas.

Não me aprece nada que, usando um termo popular, Kim Jong-un seja um doido

Mas há também quem acuse Kim Jongun de ameaçar mas de nunca passar das palavras aos atos...

Tenho um pouco a ideia oposta. O regime coreano é muito racional. E sabe exatamente até onde ir, quando recuar, não me aprece nada que, usando um termo popular, Kim Jong-un seja um doido. Penso que a estratégia diplomática da Coreia do Norte não só agora mas também no passado, nos últimos 20 anos, tem sido muito inteligente.

Donald Trump disse, no Twitter, que este encontro e as conversações que tem levado a cabo deveria ter sido algo feito há muito tempo, pelos seus antecessores. O que está Trump a fazer de diferente?

Esse tweet é uma crítica sobretudo ao presidente Bill Clinton, que foi o primeiro a ter e a confrontar-se com esta situação e, na prática, foi na administração Clinton que o programa nuclear coreano se consolidou. É uma critica a um dos antecessores, é muito mais difícil agora que o regime tem armas nucleares de lidar com a situação, obviamente. Teria eventualmente sido mais fácil há 20 anos.

Trump, se calhar ao contrário do que inicialmente se pensava, tem consigo chegar a ‘bom porto’ com alguns dos líderes mundiais. Podemos dizer que está a surpreender?

Faz parte da sua função, um presidente americano tem de se encontrar com outros dirigentes mundiais. Isso eu acho normal. Agora temos de ter alguma prudência com os encontros porque por serem normais não significa que se traduzam em coisas boas ou más. Houve muitos encontros nos últimos 30/40 anos que não deram em nada. Temos de ter alguma prudência. Por vezes, as pessoas tem tendência para pensar que em política externa existe uma boa ou uma má solução. Muitas vezes não é assim. Às vezes é preciso escolher entre várias de más soluções. A Coreia do Norte é um bocado isso. Acho muito positivo que Trump faça as cimeiras que estão agendadas e outras. Acho é que os problemas provavelmente não serão todos resolvidos.

A grande questão da política internacional hoje não é a Rússia, não é a Coreia, é a ChinaNem com ele nem com outro presidente que venha suceder-lhe?

Há conflitos que são geridos mas que não são ultrapassados. Nós ainda não falámos no grande conflito que se situa no horizonte nas próximas três ou quatro décadas que é o surgimento da China. A grande questão da política internacional hoje não é a Rússia, não é a Coreia, é a China. Como é que o surgimento da China, a sua transformação numa grande potência, como é que isso vai acontecer e vai ser gerido? No passado, muitas vezes quando surge uma grande potência, as outras reagem através de violência.

Por exemplo, o surgimento da Alemanha conduziu-nos à Primeira Guerra Mundial e depois à Segunda. Não é, necessariamente, esse o desfecho que possamos antecipar mas é necessário absorver esse surgimento da China, englobar a China nas instituições internacionais, e isso significa que tem de haver compromissos um pouco por todo o lado. Isso é muito difícil de fazer e vamos ver como é que nas próximas décadas se consegue, ou não, fazer isso.

Será mais uma potência a fazer frente aos Estados Unidos?

As potências fazem frente umas às outras. O problema não é haver potências que façam frente, o problema é como se gere essa concorrência. Mas mais preocupado do que os Estados Unidos deviam estar os europeus. Quem deve estar verdadeiramente preocupado com as novas realidades internacionais, incluindo o surgimento da China é a Europa. A Europa cada vez mais tem um papel secundário na política internacional. Cada vez menos consegue impor os seus interesses e alguns dos seus valores a nível internacional.


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