Facebook acredita que bloqueio seja temporário
O WhatsApp suspendeu a entrega de dados sobre usuários na Europa à sua empresa matriz Facebook para orientar a publicidade, em resposta às preocupações sobre a privacidade, anunciou na terça-feira (15) uma fonte próxima ao caso.
Nesta quinta-feira (17), o jornal "Financial Times" confirmou a mudança na política. Isso significa que os usuários europeus do app não terão mais suas informações, incluindo números de telefone, retransmitidos ao Facebook. A rede social afirma que pode ser uma suspensão temporária enquanto as leis são debatidas.
"Esperamos continuar nossas conversas detalhadas com o Escritório do Comissionado da Informação do Reino Unido e outras autoridades de proteção de dados", disse o Facebook. Além disso, a empresa diz que "permanece aberta a trabalhar de forma colaborativa para resolver as suas questões."
As conversas com funcionários do Executivo europeu nos últimos meses levaram a rede social a decidir aproveitar apenas os dados dos usuários do WhatsApp para a meta de combater o spam, afirmou a mesma fonte.
A medida foi descrita como um esforço para dar aos reguladores europeus tempo para compartilhar suas preocupações sobre a privacidade e ao Facebook para considerar maneiras de abordar a questão.
As autoridades de proteção de dados na Alemanha mencionaram em setembro suas preocupações com a privacidade ao impedir o Facebook de coletar os dados de usuários do WhatsApp. Há poucos dias, foi a vez do Reino Unido entrar com uma ação similar contra o aplicativo.
"Deve ser uma decisão (dos usuários) se desejam conectar sua conta com o Facebook", disse o comissário de Proteção de Dados e Liberdade de Informação de Hamburgo, Johannes Caspar, na ocasião.
"O Facebook tem que solicitar sua autorização de maneira antecipada", completou.
O aplicativo WhatsApp anunciou em agosto que começaria a compartilhar dados com o Facebook, em uma tentativa de melhorar a publicidade direcionada e para combater o spam na plataforma.
Os usuários do aplicativo de mensagens receberam a oportunidade de optar por bloquear o envio de informações ao Facebook por meio das configurações do WhatsApp nos smartphones.
O grupo europeu de proteção de dados G29 expressou formalmente suas preocupações no fim de outubro.
O G29 enviou cartas ao Facebook solicitando que o WhatsApp parasse de compartilhar dados até que as salvaguardas legais adequadas fossem implementadas.
O compartilhamento de informações dos usuários do WhatsApp com o Facebook foi além do que os assinantes consentiram nos termos de serviço originais, argumentou o G29.
O Facebook comprou o WhatsApp há cerca de dois anos em um acordo avaliado em US $ 19 bilhões.
Em meados de setembro, a Comissão Européia recomendou requisitos de privacidade e segurança mais rígidos para apps como o WhatsApp e o serviço de videoconferência da Microsoft, Skype, dizendo que deveriam ser mais regulamentados como as telecomunicações tradicionais.
De acordo com a proposta, a comissão exigiria que empresas como a WhatsApp ou a Skype oferecessem serviços de chamada de emergência quando os clientes discarem números de telefone tradicionais e obedecessem regras de privacidade mais estritas.
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