Erik Heil, bronze no evento-teste na semana passada, na classe 49er, na Baía de Guanabara, precisou passar por cirurgia; ele diz que água é a responsável pelo quadro
O velejador alemão Erik Heil foi internado em um hospital de Berlim, na Alemanha, com quadro de infecção nas pernas e no quadril pouco menos de um semana depois de participar do evento-teste da vela na Baía de Guanabara, no Rio de Janeiro. Erik foi medalha de bronze na classe 49er ao lado de Thomas Plobel. O velejador passou por cirurgias para remover as inflamações, provenientes de bactérias. Quatro delas nas pernas e uma no quadril. Exames foram feitos para detectar se a água da Baía de Guanabara seria a responsável pelo quadro do atleta. O site especializado "Sail World" publicou a informação nesta quinta-feira, 27.
Erik Heil durante o evento-teste da vela na Baía de Guanabara (Foto: Pedro Martinez/Sailing Energy)
Em conversa com o site, Erik disse não ter dúvidas de que o esgoto que é despejado na Baía de Guanabara seria o responsável pela infecção.
- Nunca na vida tive problemas com infecções nas pernas. Nunca. Acredito que seja resultado do constante contato com a água da Baía de Guanabara. O lixo do hospital da cidade vai direto para a Marina da Glória. Só espero que não tenha sido uma daquelas bactérias resistentes que te deixam destruído - disse Erik ao "Sail World".
O GloboEsporte.com entrou em contato com a Companhia Estadual de Águas e Esgoto (Cedae). De acordo com o órgão, as afirmações de Erik são completamente inverídicas.
- As declarações do atleta Erik Heil são totalmente infundadas. Para começar, a afirmação feita pelo velejador de que o esgoto de hospitais municipais seria despejado sem tratamento nas águas da Baía de Guanabara é completamente inverídica. Todos os hospitais municipais e estaduais tem seu esgoto conectado no sistema de tratamento formal da Cedae. Além disso, todas as raias de competição estão dentro dos padrões internacionais de balneabilidade para contato primário, conforme divulgação ao longo do evento pelo órgão ambiental do estado. Caso semelhante, do atleta sul-coreano Wonwoo Cho, que em primeiro momento atribuiu seu mal estar às águas da baía, teve constatação por meio de laudo do hospital de mal estar causado por “diarreia do viajante”. Portanto, tais afirmações não tem sustentação e não são procedentes - disse a Cedae.
Erik Heil no hospital e uma das infecções que precisaram ser retiradas (Foto: sail-world.com)
O velejador ficou com "buracos" nas pernas e disse que não é de hoje que a água da Baía de Guanabara, casa da vela nas Olimpíadas do Rio 2016, é criticada.
- As águas olímpicas foram criticadas por atletas, técnicos e federações há tempos. E muitos testes foram feitos e mostraram uma grande presença de vírus e bactérias - disse o atleta, que foi campeão europeu na classe 49er em 2014.
BAÍA NO CENTRO DAS ATENÇÕES
No mês passado, a agência de notícias "AP" divulgou matéria mostrando que atletas que competissem na Baía de Guanabara corriam o risco de serem infectados com vírus e bactérias. Durante o evento-teste, o foco principal de atenção foi a condição da Baía de Guanabara. Estava seco e choveu rapidamente durante a semana. O movimento da maré entrando na Baía e o trabalho de 20 ecobarcos e nove ecobarreiras, porém, não devem ter sido suficientes para a Federação Internacional de Vela (Isaf), que estuda retirar as regatas de dentro da Baía de Guanabara.
Ainda durante o evento-teste, uma regata precisou mudar para a raia Pai porque a quantidade de lixo na da Ponte Rio-Niterói poderia comprometer a prova. Foi a da classe 470, dos australianos Mathew Belcher e William Ryan, bicampeões do evento-teste, que apesar da mudança forçada viram uma melhora na qualidade da água.
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