Agência da ONU afirma que muito mais pesquisas são necessárias, porque é difícil estabelecer o que ocorreu há nove ou há 10 meses; Cruz Vermelha faz apelo financeiro de quase US$ 2,5 milhões em prol de países afetados pelo zika.
Pesquisadores buscam descobrir por quanto tempo após a infecção o zika pode ser transmitido para outra pessoa. Foto: Irin/Kate Mayberry
Leda Letra, da Rádio ONU em Nova York.
A Organização Mundial da Saúde ainda não sabe porque os casos de microcefalia estão concentrados no Brasil. A agência da ONU busca entender a situação e em Genebra, o porta-voz Christian Lindmeier explicou que são necessárias muito mais pesquisas.
Sobre os bebês que nasceram com microcefalia no Brasil, o representante da OMS explicou ser difícil estabelecer o que ocorreu há nove ou há 10 meses.
Transmissão
Segundo Lindmeier, não se sabe o que afetou as grávidas no primeiro trimestre da gestação ou até mesmo antes, durante a concepção. Por isso é importante descobrir se o zika é mesmo o único responsável pela microcefalia.
O porta-voz da OMS confirma que o vírus já foi encontrado no sangue e no sêmen, mas as condições da transmissão ainda não estão completamente claras. Os pesquisadores buscam descobrir, por exemplo, por quanto tempo após a infecção o zika pode ser transmitido para outra pessoa.
Síndrome
A OMS também pede cautela sobre a associação entre o vírus e a síndrome de Guillan-Barré. A agência declarou o zika uma situação de emergência para a saúde pública exatamente para promover mais pesquisas.
A Colômbia registrou 20 mil casos de zika e 100 casos de Guillain-Barré, síndrome já confirmada também no Brasil, em El Salvador e na Polinésia Francesa.
A agência da ONU e parceiros estão formulando recomendações para evitar a transmissão do zika vírus e investindo em pesquisas sobre a produção de medicamentos e vacina.
Financiamento
A Cruz Vermelha lançou um apelo financeiro de US$ 2,4 milhões para apoiar os países afetados pelo zika. O dinheiro é importante para os trabalhos de controle do mosquito e para reduzir os riscos associados ao vírus.
Controlar o mosquito Aedes aegypti e evitar focos de reprodução, como água parada, continua sendo a melhor forma de combater o zika e a dengue. As pessoas devem utilizar repelentes e roupas apropriadas para evitar a picada, como calças e camisetas de manga comprida.
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