Pelo menos 231 crianças da famosa escola coral na Alemanha foram vítimas de abuso físico, divulgou um advogado encarregado pela instituição católica para investigar as alegadas acusações.
Lusa
Segundo a Agência France Presse (AFP), o advogado veio confirmar as suspeitas e acrescentou que o escândalo é muito maior do que se pensava porque o abuso físico remonta há décadas.
Segundo a Agência France Presse (AFP), o advogado veio confirmar as suspeitas e acrescentou que o escândalo é muito maior do que se pensava porque o abuso físico remonta há décadas.
O Domspatzen, um coro com mil anos, em Regensburg, Baviera, foi arrastado para um enorme escândalo de abuso sexual que assolou a Igreja Católica em 2010, quando foram feitas acusações de abuso ocorridos durante várias décadas.
O coro foi dirigido pelo irmão mais velho do Papa Bento XVI, Georg Ratzinger, 1964-1994, quando a maioria dos alegados abusos aconteceram.
Na altura, Georg Ratzinger disse que o suposto abuso sexual "nunca foi discutido" no tempo em que ele esteve à frente do coro.
O advogado Ulrich Weber, que tinha sido contratado pela diocese para investigar os casos, disse numa conferência de imprensa na sexta-feira que na sua investigação, que incluiu 70 entrevistas com as vítimas, o abuso físico teve lugar entre 1945 e início de 1990.
"Tenho aqui 231 relatos de abuso físico", disse.
Estes variaram de agressão sexual ao estupro, espancamentos e privação de alimentos, explicou Ulrich Weber.
"Os casos relatados de abuso sexual em Regensburg foram na sua maioria concentrados no período de meados da década de 1970", afirmou o advogado, acrescentando que "50 vítimas falaram em dez agressores".
O maestro e compositor Franz Wittenbrink, ex-aluno da escola, tinha dito em 2010 à revista Spiegel que houve um "sistema de punições sádicas ligadas ao prazer sexual".
O escândalo alemão é um dos vários que abalaram a Igreja Católica nos últimos anos, nomeadamente na Irlanda, onde um padre admitiu ter abusado sexualmente de mais de 100 crianças.
Várias instituições alemãs também têm sido envolvidas, incluindo uma escola de elite jesuíta em Berlim, que tinha admitido abuso sexual sistemático de alunos por dois sacerdotes nos anos 1970 e 1980.
A maioria dos sacerdotes em causa não deverão enfrentar acusações criminais porque os supostos crimes ocorreram há muito tempo, tendo sido prescritos.
No entanto, tem havido várias pressões para a mudança da lei e para a Igreja Católica pagar indenizações às vítimas.
Em fevereiro do ano passado, a diocese de Regensburg tinha dito que havia 72 vítimas de abuso, e tinha oferecido uma compensação de 2.500 euros cada.
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