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quinta-feira, 14 de janeiro de 2016

ATENÇÃO: Cientistas dizem ter encontrado abismo gigantesco escondido sob o gelo da Antártida




Mapa ilustra região onde um desconhecido sistema de cânions pode estar na Antártida

Um vasto e desconhecido sistema de cânions pode estar escondido embaixo das geleiras da Antártida.

Sinais de sua presença foram encontrados nas formações da superfície do continente gelado, em uma região inexplorada chamada Terra da Princesa Elizabeth.

Se confirmada, em uma pesquisa geofísica formal que está em andamento, a rede sinuosa de cânions teria cerca de mil quilômetros de comprimento e, em alguns trechos, até 1 km de profundidade.

Essas dimensões fariam da formação algo maior que o famoso Grand Canyon, nos Estados Unidos.

"Sabemos, com base em outras áreas da Antártida, que as formas que o gelo assume na superfície são obviamente dependentes do que existe abaixo dele. Isso porque o gelo flui a partir dessas formações", explicou o pesquisador Stewart Jamieson, da Universidade de Durham, no Reino Unido.

"Quando olhamos para a Terra da Princesa Elizabeth a partir de dados de satélite, há aparentemente algumas características na superfície gelada que, para nós, lembram muito a existência de um cânion", continua o especialista.

Divulgação/ BBC
 
 
A rede sinuosa de cânions teria cerca de mil quilômetros de comprimento "Nós rastreamos formações rochosas do centro da Terra da Princesa Elizabeth até a costa, no sentido norte. Trata-se de um sistema bastante substancial", afirmou ele à BBC.

Há ainda suspeitas de que a rede de cânions seja conectada a um lago subglacial, também desconhecido, que cobriria uma área de até 1,25 mil quilômetros quadrados.

A interpretação inicial que aponta a existência do sistema de cânions é baseada em informações de radar, colhidas em dois locais.

Esses radares conseguem ver através das camadas de gelo, chegando à cama de rochas abaixo delas.

A suspeita é consistente, afirma o professor do Imperial College London (Reino Unido), um dos integrantes da equipe.

"Descobrir um novo abismo gigantesco, que supera o Grand Canyon, é uma perspectiva tentadora", afirmou.

"Geocientistas na Antártida estão fazendo experimentos para confirmar o que nós estamos vendo nos dados iniciais, e esperamos anunciar nossas descobertas em um encontro do ICECAP2 (grupo de colaboração internacional que explora a área centro-leste da Antártida) no fim de 2016."

 
Equipes usam aeronaves com sensores para sobrevoar a superfície geladaA maior parte da Antártida é alvo de pesquisas geofísicas que têm registrado a topografia do continente.

Mas ainda há duas áreas ainda muito desconhecidas: a Terra da Princesa Elizabeth, onde se encontraria o cânion, e a Recovery Basin ("Bacia de recuperação", em tradução literal).

Ambas ficam no leste da Antártida e são agora alvo de intenso estudo.

Equipes internacionais - compostos por cientistas de Estados Unidos, Reino Unido, Austrália, China e outros países - estão usando aeronaves com sensores para sobrevoar centenas de quilômetros quadrados da superfície gelada.

Quando o rastreamento estiver completo, os pesquisadores terão uma visão abrangente de como a paisagem da Antártida realmente é debaixo de todo o gelo.

Esse conhecimento é fundamental para tentar entender como o continente gelado pode reagir em um mundo mais quente, por exemplo.


Expedição registra rotina em um dos lugares mais inóspitos do mundo20 fotos17 / 20

Membro da base chilena na Antártida senta na neve na ilha Robert, parte do arquipélago de Ilhas Shetland do Sul. A Nasa aproveita o isolamento da Antártida para estudar o que as pessoas teriam de passar se eles visitassem Marte. O ar seco também o torna perfeito para os astrônomos observarem o espaço e imaginarem como teria sido no passado.

FONTE:

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