O desastre ambiental na cidade de Mariana, em Minas Gerais completou um mês, no dia 5 de dezembro, e ainda não se sabe o que levou o rompimento da barragem da mineradora Samarco, cujas donas são a Vale e a anglo-australiana BHP Billiton.
Quinze pessoas morreram e quatro ainda estão desaparecidas. Mais de 1,2 mil pessoas ficaram desabrigadas. A tsunami de lama, que vazou da barragem chegou até a foz do Rio Doce, responsável pelo abastecimento de água, em Linhares (ES), e invadiu o mar.
© ANTONIO CRUZ /AGÊNCIA BRASIL
O Ministério Público Federal (MPF) investiga as causas da tragédia, e entre as hipóteses estão o aumento exagerado de rejeitos que foram depositados na barragem, e a mudança que foi feita na estrutura da barragem para aumentar a capacidade do reservatório.
Enquanto seguem as investigações, peritos sobre empresas e direitos humanos da ONU, estão no Brasil para investigar o rompimento da barragem, e também avaliar os projetos em fase de realização ou planejamento ligados aos Jogos Olímpicos que vão acontecer no Rio de Janeiro, a partir de agosto do ano que vem.
O Grupo de Trabalho das Nações Unidas visitará, a cidade de Mariana no próximo sábado (12) para examina os impactos negativos de atividades empresariais sobre os direitos humanos.
A tragédia em Minas Gerais, foi discutida durante a Conferência do Clima, Cop 21, que acontece, na França. A ONU exige que o governo brasileiro garanta o acesso a água potável e também ao saneamento as pessoas afetadas pelo rompimento da barragem com rejeitos de minério.
O Prefeito da cidade de Mariana, Duarte Gonçalves Júnior participou da Cop21 e fez um apelo aos líderes reunidos na Conferência da ONU sobre Mudança Climática. O Prefeito falou sobre a segurança de barragens da atividade de mineração, e disse que foi buscar no evento internacional novas empresas para recuperar a economia da cidade mineira. “A preocupação com o meio ambiente tem que ser maior do que nunca. Nós percebemos que o aquecimento global seca mais rápido as barragens, e pode ser um dos fatores que fizeram a barragem se romper, ou acontecer a trinca como aconteceu. Viemos também com a preocupação de tentar uma diversificação econômica e deixar de depender tanto da mineração como o município de Mariana depende hoje.”
© ESTADÃO CONTEÚDO / CRISTIANE MATTOS
De acordo com a delegação da ONU, o Brasil por ser a sétima maior economia do mundo, tem a função de destaque nos âmbitos regional e global, portanto, os especialistas estão muito interessados em conhecer as medidas adotadas no país para resolver situações de violação dos direitos humanos ligados a atividades econômicas conforme os princípios da ONU, endossados pelo Conselho de Direitos Humanos, em 2011. " Estamos muito interessados em conhecer as medidas adotadas no país para prevenir e solucionar violações a direitos humanos relacionadas a atividades empresariais", disse o especialista em direitos humanos Pavel Sulyandziga, um dos membros da delegação.
O grupo de trabalho das Nações Unidas fica no Brasil até o dia 16 de dezembro, onde vai se reunir com representantes do governo, da sociedade civil, de empresas e de sindicatos. Além de Mariana, os peritos cumprem agenda ainda em Brasília, São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, e em Altamira e Belém, ambos no Pará.
Os resultados da visita ao Brasil e as recomendações dos especialistas vão ser incluídos em um relatório oficial, que vai ser apresentado em junho de 2016, ao Conselho de Direitos Humanos.
Nesta terça-feira (8), foi realizado o show "Sou Minas Gerais", na Esplanada do Mineirão, em Belo Horizonte, idealizado pelo cantor paulista, Criolo, e que teve como objetivo arrecadar dinheiro para a criação de um fundo para as vítimas do desastre de Mariana.
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