VEJAM A MATÉRIA ABAIXO:
O Governo Obama parece que compreendeu que a estratégia de isolamento da Rússia está esgotada: Moscou não vai ceder em dois pontos primordiais.
Os verdadeiros Mestres do Universo nos EUA não podem prever o tempo, mas sem dúvida começam a sentir para que lado o vento está soprando.
A História poderá registrar que tudo começou com a viagem esta semana a Sochi, na Rússia, liderada pelo garoto de recados e Secretário de Estado John Kerry, que se reuniu com o Ministro das Relações Exteriores Lavrov e, em seguida, com o Presidente Putin.
Foi possivelmente uma imagem o que acordou os verdadeiros Mestres do Universo: o Exército de Libertação Popular marchando na Praça Vermelha no Dia da Vitória lado a lado com os militares russos. Nem sob a aliança Stalin-Mao as tropas chinesas haviam marchado na Praça Vermelha.
A marcha é um sinal quase tão eloquente quanto os sistemas de mísseis russos S-500. Qualquer adulto em Washington deve ter feito as contas e concluído que Moscou e Pequim estão prestes a assinar protocolos militares secretos como no pacto Molotov-Ribbentrop. A nova rodada da dança das cadeiras certamente deixará apoplético Zbig Brzezinski, cientista político obcecado pela Eurásia.
E, de repente, em vez da demonização implacável e de a OTAN reclamar da “agressão russa", vemos Kerry dizer, a cada dez segundos, que a única saída para a Ucrânia é respeitar o acordo Minsk-2, e que iria repreender o vassalo Poroshenko por se vangloriar de ter bombardeado o aeroporto de Donetsk e arredores para recuperar o território de volta para a "democracia" ucraniana.
Já o sempre equilibrado Lavrov descreveu o encontro com Kerry como "maravilhoso", e o porta-voz do Kremlin Dmitry Peskov falou que os novos entendimentos EUA-Rússia eram "extremamente positivos".
O Governo Obama, que se autodefine como um governo "Não cometa nenhuma estupidez", parece finalmente compreender que a estratégia de isolamento da Rússia está esgotada – e que Moscou simplesmente não vai ceder em dois pontos primordiais: a Ucrânia não vai entrar na OTAN e não há possibilidade de as repúblicas populares de Donetsk e Lugansk serem esmagadas, seja por Kiev, pela OTAN ou por quem quer que seja.
O que foi realmente discutido – mas não vazou – em Sochi foi como o Governo de Obama poderia salvar as aparências ao se retirar da bagunça geopolítica que se tornou a fronteira ocidental da Rússia, onde os EUA se enfiaram sem ninguém ter convidado, aliás.
Sobre os mísseis
A Ucrânia é hoje um estado falido, totalmente convertido em colônia do FMI. A UE nunca vai aceitá-lo como membro, ou pagar suas contas astronômicas. O interesse real, tanto para Washington quanto Moscou, é o Irã. Não por acaso, o extremamente suspeito Wendy Sherman – que foi negociador-chefe dos EUA nas negociações nucleares P5 1 – fazia parte do séquito de Kerry. Um acordo abrangente com o Irã não será obtido sem a colaboração essencial de Moscou em todos os pontos, desde o descarte de lixo nuclear ao fim imediato das sanções da ONU.
O Irã é um ator-chave no projeto liderado pela China da Nova Estrada da Seda (New Silk Road). Então, os verdadeiros Mestres do Universo devem ter finalmente entendido que toda a questão diz respeito à Eurásia, que, inevitavelmente, foi a verdadeira estrela no desfile do Dia da Vitória, em 9 de maio. Após sua parada em Moscou, tão cheia de significados – 32 acordos foram assinados – o presidente chinês, Xi Jinping, foi fazer negócios no Cazaquistão e na Bielorrrússia.
Bem-vindos à Nova Ordem Mundial da Seda; de Pequim a Moscou em trem-bala; de Xangai a Almaty, Minsk e além; da Ásia Central para a Europa Ocidental.
Hoje sabemos que esta via expressa de comércio e geopolítica – incluindo o Banco Asiático de Investimento em Infraestrutura, liderado por Pequim e apoiado por Moscou, e o Banco de Desenvolvimento dos BRICs – não pode ser bloqueada. Ásia Central, Mongólia e Afeganistão – onde a OTAN acaba de perder uma guerra – estão sendo inexoravelmente puxados para esta órbita de comércio e geopolítica, que engloba toda a Eurásia central, do norte e do leste.
O que pode ser chamado de Grande Ásia já está tomando forma – não só de Pequim a Moscou, mas também do centro de negócios de Shanghai até a “porta para a Europa” que é São Petersburgo. É a consequência natural de um processo complexo que venho examinando há algum tempo – o casamento do Cinturão Econômico da Estrada da Seda, liderado por Pequim, com a União Econômica da Eurásia (EEU), liderada por Moscou. Putin fala de "um novo nível de parceria."
Os verdadeiros Mestres do Universo também podem ter notado as estreitas conversas entre o ministro da Defesa russo, Sergei Shoigu e o diretor do Conselho Militar Central da China, general Fan Changlong. Rússia e China vão realizar exercícios navais no mar Mediterrâneo e no Mar do Japão e darão prioridade à sua posição comum sobre a defesa antimísseis global americana.
Há a questão nada insignificante de o Pentágono ter "descoberto" que a China tem até 60 mísseis balísticos intercontinentais (ICBMs) baseados em silos –CSS-4 – capazes de atingir quase todos os EUA, com exceção da Flórida.
Por último, mas não menos importante, há o novo sistema defensivo de mísseis ultra-sofisticados S-500 – programado para proteger a Rússia contra um Ataque Global Imediato (Prompt Global Strike – PGS). Cada míssil S-500 pode interceptar dez ICBMs em velocidades de até 15.480 milhas por hora, em altitudes de 115 milhas e alcance horizontal de 2.174 milhas. Moscou insiste que o sistema só estará operando em 2017. Se a Rússia for capaz de dispôr de 10 mil mísseis S-500, poderá interceptar 100 mil ICBMs americanos mais ou menos na mesma época em que os EUA terão um novo inquilino na Casa Branca.
Mais uma vez, os verdadeiros Mestres do Universo parecem ter feito as contas. Não é possível reduzir a Rússia a cinzas. Não podem vencer na Nova Ordem Mundial (da Seda). Poderiam, isso sim, sentar e conversar. Mas mantenham seus cavalos (geopolíticos) selados; eles ainda podem mudar de idéia.
O Governo Obama parece que compreendeu que a estratégia de isolamento da Rússia está esgotada: Moscou não vai ceder em dois pontos primordiais.
Os verdadeiros Mestres do Universo nos EUA não podem prever o tempo, mas sem dúvida começam a sentir para que lado o vento está soprando.
A História poderá registrar que tudo começou com a viagem esta semana a Sochi, na Rússia, liderada pelo garoto de recados e Secretário de Estado John Kerry, que se reuniu com o Ministro das Relações Exteriores Lavrov e, em seguida, com o Presidente Putin.
Foi possivelmente uma imagem o que acordou os verdadeiros Mestres do Universo: o Exército de Libertação Popular marchando na Praça Vermelha no Dia da Vitória lado a lado com os militares russos. Nem sob a aliança Stalin-Mao as tropas chinesas haviam marchado na Praça Vermelha.
A marcha é um sinal quase tão eloquente quanto os sistemas de mísseis russos S-500. Qualquer adulto em Washington deve ter feito as contas e concluído que Moscou e Pequim estão prestes a assinar protocolos militares secretos como no pacto Molotov-Ribbentrop. A nova rodada da dança das cadeiras certamente deixará apoplético Zbig Brzezinski, cientista político obcecado pela Eurásia.
E, de repente, em vez da demonização implacável e de a OTAN reclamar da “agressão russa", vemos Kerry dizer, a cada dez segundos, que a única saída para a Ucrânia é respeitar o acordo Minsk-2, e que iria repreender o vassalo Poroshenko por se vangloriar de ter bombardeado o aeroporto de Donetsk e arredores para recuperar o território de volta para a "democracia" ucraniana.
Já o sempre equilibrado Lavrov descreveu o encontro com Kerry como "maravilhoso", e o porta-voz do Kremlin Dmitry Peskov falou que os novos entendimentos EUA-Rússia eram "extremamente positivos".
O Governo Obama, que se autodefine como um governo "Não cometa nenhuma estupidez", parece finalmente compreender que a estratégia de isolamento da Rússia está esgotada – e que Moscou simplesmente não vai ceder em dois pontos primordiais: a Ucrânia não vai entrar na OTAN e não há possibilidade de as repúblicas populares de Donetsk e Lugansk serem esmagadas, seja por Kiev, pela OTAN ou por quem quer que seja.
O que foi realmente discutido – mas não vazou – em Sochi foi como o Governo de Obama poderia salvar as aparências ao se retirar da bagunça geopolítica que se tornou a fronteira ocidental da Rússia, onde os EUA se enfiaram sem ninguém ter convidado, aliás.
Sobre os mísseis
A Ucrânia é hoje um estado falido, totalmente convertido em colônia do FMI. A UE nunca vai aceitá-lo como membro, ou pagar suas contas astronômicas. O interesse real, tanto para Washington quanto Moscou, é o Irã. Não por acaso, o extremamente suspeito Wendy Sherman – que foi negociador-chefe dos EUA nas negociações nucleares P5 1 – fazia parte do séquito de Kerry. Um acordo abrangente com o Irã não será obtido sem a colaboração essencial de Moscou em todos os pontos, desde o descarte de lixo nuclear ao fim imediato das sanções da ONU.
O Irã é um ator-chave no projeto liderado pela China da Nova Estrada da Seda (New Silk Road). Então, os verdadeiros Mestres do Universo devem ter finalmente entendido que toda a questão diz respeito à Eurásia, que, inevitavelmente, foi a verdadeira estrela no desfile do Dia da Vitória, em 9 de maio. Após sua parada em Moscou, tão cheia de significados – 32 acordos foram assinados – o presidente chinês, Xi Jinping, foi fazer negócios no Cazaquistão e na Bielorrrússia.
Bem-vindos à Nova Ordem Mundial da Seda; de Pequim a Moscou em trem-bala; de Xangai a Almaty, Minsk e além; da Ásia Central para a Europa Ocidental.
Hoje sabemos que esta via expressa de comércio e geopolítica – incluindo o Banco Asiático de Investimento em Infraestrutura, liderado por Pequim e apoiado por Moscou, e o Banco de Desenvolvimento dos BRICs – não pode ser bloqueada. Ásia Central, Mongólia e Afeganistão – onde a OTAN acaba de perder uma guerra – estão sendo inexoravelmente puxados para esta órbita de comércio e geopolítica, que engloba toda a Eurásia central, do norte e do leste.
O que pode ser chamado de Grande Ásia já está tomando forma – não só de Pequim a Moscou, mas também do centro de negócios de Shanghai até a “porta para a Europa” que é São Petersburgo. É a consequência natural de um processo complexo que venho examinando há algum tempo – o casamento do Cinturão Econômico da Estrada da Seda, liderado por Pequim, com a União Econômica da Eurásia (EEU), liderada por Moscou. Putin fala de "um novo nível de parceria."
Os verdadeiros Mestres do Universo também podem ter notado as estreitas conversas entre o ministro da Defesa russo, Sergei Shoigu e o diretor do Conselho Militar Central da China, general Fan Changlong. Rússia e China vão realizar exercícios navais no mar Mediterrâneo e no Mar do Japão e darão prioridade à sua posição comum sobre a defesa antimísseis global americana.
Há a questão nada insignificante de o Pentágono ter "descoberto" que a China tem até 60 mísseis balísticos intercontinentais (ICBMs) baseados em silos –CSS-4 – capazes de atingir quase todos os EUA, com exceção da Flórida.
Por último, mas não menos importante, há o novo sistema defensivo de mísseis ultra-sofisticados S-500 – programado para proteger a Rússia contra um Ataque Global Imediato (Prompt Global Strike – PGS). Cada míssil S-500 pode interceptar dez ICBMs em velocidades de até 15.480 milhas por hora, em altitudes de 115 milhas e alcance horizontal de 2.174 milhas. Moscou insiste que o sistema só estará operando em 2017. Se a Rússia for capaz de dispôr de 10 mil mísseis S-500, poderá interceptar 100 mil ICBMs americanos mais ou menos na mesma época em que os EUA terão um novo inquilino na Casa Branca.
Mais uma vez, os verdadeiros Mestres do Universo parecem ter feito as contas. Não é possível reduzir a Rússia a cinzas. Não podem vencer na Nova Ordem Mundial (da Seda). Poderiam, isso sim, sentar e conversar. Mas mantenham seus cavalos (geopolíticos) selados; eles ainda podem mudar de idéia.
FONTE:
http://cartamaior.com.br/?%2FEditoria%2FInternacional%2FEUA-acordam-para-Nova-Ordem-Mundial%2F6%2F33530
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Faça seu comentário aqui ou deixe sua opinião.
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.