O rei Abdullah, um aliado dos Estados Unidos, considera inadmissível que não ocorram ações do Ocidente contra Estado Islâmico
O rei Abdullah da Arábia Saudita advertiu aos países ocidentais que eles serão o próximo alvo dos jihadistas se não agirem com rapidezFoto: Reuters
O rei Abdullah da Arábia Saudita advertiu aos países ocidentais que eles serão o próximo alvo dos jihadistas se não agirem com rapidez.
"O terrorismo não conhece fronteiras e o perigo pode afetar vários países fora do Oriente Médio", afirmou o monarca, citado neste sábado pelo jornal saudita Asharq al-Awsat e pela rede de televisão Al-Arabiya.
Os jihadistas do Estado Islâmico (EI) conquistaram territórios na Síria e no Iraque nos quais cometem todo tipo de atrocidades e semeiam o terror.
O rei Abdullah, um aliado dos Estados Unidos, considera inadmissível que não ocorram ações contra este fenômeno.
"Estamos vendo como eles (os jihadistas) realizam decapitações e obrigam as crianças a exibir cabeças cortadas pelas ruas", disse, denunciando a crueldade destas ações.
"Não é um segredo para vocês o que cometeram e o que ainda vão cometer. Se agirmos diante deles com negligência, tenho certeza de que chegarão à Europa em um mês e no mês seguinte aos Estados Unidos", advertiu.
"Peço que transmitam esta mensagem aos seus líderes: é preciso combater o terrorismo pela força, com razão e rapidez", afirmou na sexta-feira o monarca aos novos embaixadores ante a Arábia Saudita.
Segundo Asharq Al Awsat, o soberano saudita convocou os países a se unirem ao centro antiterrorista da ONU criado em 2011, ao qual Riad concedeu 100 milhões de dólares.
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EUA pedem formação de aliança internacional para conter EI
O Secretário de Estado dos EUA, John Kerry, pediu nesta sexta-feira a formação de uma aliança internacional para conter o avanço dos jihadistas do Estado Islâmico (EI) no Iraque e Síria e evitar sua expansão para outros países.
"Nenhum país respeitável pode apoiar os horrores perpetrados pelo EI e nenhum país civilizado deve se desviar de sua responsabilidade em ajudar a acabar com esta doença", afirmou Kerry em um editorial publicado no "New York Times". "Para vencer o EI precisamos da ajuda do mundo", afirmou.
O chefe das relações exteriores dos Estados Unidos buscará nas próximas semanas o apoio de seus aliados europeus e uma aliança na região mais ameaçada pelos jihadistas - o Oriente Médio, ressaltou que "nesta batalha há um papel para quase todos os países" e reforçou que nem todas as nações precisam contribuir com ajuda militar, mas também com assistência humanitária e de inteligência.
"O que é necessário para enfrentar a visão niilista do EI e sua agenda genocida é uma coalizão internacional que use as ferramentas políticas, humanitárias, econômicas, de segurança e de inteligência para apoiar a força militar", afirmou o chefe da diplomacia americana.
"Com uma resposta unitária liderada pelos Estados Unidos e a mais ampla possível aliança de nações, o câncer do EI não conseguirá se expandir para outros países", acrescentou.
Kerry afirmou que só os bombardeios seletivos como os que os Estados Unidos realizam no Iraque há três semanas não bastam para vencer o EI.
"É preciso uma resposta muito mais completa em nível internacional", ressaltou.
O secretário de Estado e o secretário de Defesa, Chuck Hagel, trabalharão nas próximas semanas para forjar essa aliança.
Primeiro na cúpula da Otan, onde tentarão obter o máximo apoio entre os aliados europeus, e depois em uma viagem ao Oriente Médio, no qual buscarão colaboração entre os países mais diretamente ameaçados pelos jihadistas.
Os Estados Unidos presidirão o Conselho de Segurança das Nações Unidas em setembro, ocasião que o governo de Barack Obama aproveitará para ampliar essa coalizão internacional contra os jihadistas.
"Construir uma coalizão é um trabalho duro, mas é a melhor maneira de enfrentar um inimigo comum. Quando Saddam Hussein invadiu o Kuwait em 1990, o presidente George Bush (pai) e o então secretário de Estado, James A. Baker, não atuaram sozinhos, nem apressadamente. Formaram metodicamente uma coalizão de países cuja atuação organizada deu passagem para uma rápida vitória", argumentou Kerry.
"Os extremistas só podem ser derrotados quando as nações responsáveis e seus povos se opõem a eles", concluiu.
A morte do jornalista americano James Foley pelo EI, que divulgou este mês um vídeo de ele sendo decapitado, comoveu a opinião pública e aumentou a pressão sobre Obama para que intervenha na Síria, como já fez no Iraque, com bombardeios seletivos sobre posições do EI.
Com informações da EFE e AFP.
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