São dados recolhidos em 114 países de todos os
continentes, assinalou Keiji Fukuda, vice-diretor-geral da Organização
Mundial de Saúde:
“Não se trata simplesmente de um
problema regional, próprio só de países pobres e desenvolvidos, ou
apenas de países desenvolvidos ricos. É uma tendência geral para todos
os países do mundo”.
Os autores do relatório da
Organização Mundial de Saúde apresentam fatos de que, em alguns países,
mais de metade dos pacientes já não reagem aos antibióticos. Trata-se de
bactérias que provocam pneumonia, diarreia, infecção do sangue.
Há
muitos anos que os cientistas russos falaram do fim da era dos
antibióticos, outrora considerados uma panaceia para uma série de
doenças. Eles preveniram que não se pode recorrer aos antibióticos
depois do primeiro espirro. Ocorre a habituação, as bactérias e os
micróbios adaptam-se e adquirem formas mais perigosas.
Mas
essa não é a única causa da atual ineficácia dos antibióticos. Segundo
se assinala no relatório da OMS, antibióticos são utilizados na
indústria alimentar e pecuária nos EUA, Austrália, Nova Zelândia e
outros países para acelerar o crescimento do gado e aves. Na Europa,
semelhante emprego foi limitado em 2001. Mas é impossível travar esse
processo.
Os cientistas russos propõem que se procure a
salvação no oceano. Andrei Adrianov, diretor do Instituto de Biologia do
Mar em Vladivostok, considera que 80% dos antibióticos conhecidos já
não funcionam, porque as suas substâncias têm, fundamentalmente, origem
terrestre. Mas é precisamente o oceano que pode dar à humanidade uma
hipótese de salvação.
Hoje, químicos e biólogos marinhos
russos dedicam-se fundamentalmente à procura de substâncias marinhas,
declara Valentin Sotkin, diretor do Instituto de Química Bio-orgánica do
Oceano Pacífico:
“Nos últimos anos, foram descobertas
centenas de substâncias fisiologicamente ativas, e só muito poucas se
tornaram substâncias ativas de medicamentos”.
A criação de um medicamento eficaz com contra-indicações estudadas necessita de 20-30 anos de trabalho.
Por
isso, hoje, em Vladivostok lança-se a base de produção de medicamentos
experimentais de origem marinha. Cria-se uma linha de extração de algas
cinzentas e vermelhas.
Isso corresponde aos apelos da
Organização Mundial de Saúde que, atualmente, pede aos farmacêuticos
para criar, o mais rapidamente possível, novos medicamentos eficazes
para substituir remédios praticamente inúteis. Caso contrário, as
pessoas poderão morrer devido a um banal arranhão ou intoxicação
alimentar.
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