Por Gabriela Baczynska e Richard Balmforth
MOSCOU/KIEV, 25 Abr (Reuters) - A Rússia alertou nesta sexta-feira que Kiev irá enfrentar a Justiça por um "crime sangrento" no leste da Ucrânia, onde forças ucranianas mataram na véspera até cinco rebeldes pró-russos, enquanto Washington ameaçou impor novas sanções a Moscou caso a crise se prolongue.
"Eles (Kiev) estão travando uma guerra contra o seu próprio povo. Esse é um crime sangrento, e aqueles que empurraram o Exército a fazer isso irão pagar, tenho certeza, e irão enfrentar a Justiça", disse o chanceler russo, Sergei Lavrov, numa reunião com diplomatas.
A agência de qualificação de crédito Standard & Poor's também fez um lembrete sobre os custos da crise para Moscou. A agência cortou a nota de crédito da Rússia, forçando o país a elevar a taxa básica de juros para segurar a cotação do rublo.
Lavrov disse que Moscou tem interesse em implementar o acordo selado em Genebra na semana passada entre Ucrânia, Rússia, Estados Unidos e União Europeia com o objetivo de atenuar as tensões na Ucrânia e desarmar os grupos ilegais. Mas ele acusou Washington de distorcer o acordo com "exigências tendenciosas".
O Ministério da Defesa se disse pronto para travar discussões "não tendenciosas e construtivas" com os Estados Unidos para estabilizar a situação.
O presidente dos EUA, Barack Obama, acusa Moscou de enviar agentes para coordenar as turbulências no leste da Ucrânia, como antes na anexação da Crimeia pela Rússia. Ele pretende telefonar nesta sexta-feira a líderes aliados da Europa para estimulá-los a adotar sanções mais fortes.
"A janela de oportunidade está se fechando", disse o secretário norte-americano de Estado, John Kerry, na noite de quinta-feira, citando comentários anteriores de Obama sobre a iminência de novas sanções à Rússia, além daquelas já impostas no mês passado por causa da Crimeia.
Kerry disse que a Rússia está usando de propaganda para esconder suas intenções no leste da Ucrânia -- desestabilizar a região e conturbar a eleição presidencial ucraniana de junho.
Ele também denunciou "movimentos ameaçadores" de soldados na direção da fronteira russo-ucraniana. "Se a Rússia continuar nessa direção, será não só um grave erro, será um erro caro", disse.
O presidente russo, Vladimir Putin, despreza as sanções impostas até agora, que fazem com que alguns indivíduos enfrentem restrições de viagens e congelamentos de bens no exterior.
(Reportagem adicional de Alexei Anishchuk, Lidia Kelly e Oksana Kobzeva, em Moscou; Alastair Macdonald e Pavel Polityuk, em Kiev; Arshad Mohammed, em Washington; e Erik Kirschbaum, em Berlim)
FONTE:
http://br.reuters.com/article/worldNews/idBRSPEA3O02020140425?sp=true
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