SÃO PAULO - Um
panfleto distribuído em Donetsk, na Ucrânia, convocando todos os judeus
com mais de 16 anos a se registrarem causou polêmica e fez com que o
próprio secretário de Estado dos Estados Unidos, John Kerry, se
pronunciasse sobre o que classificou de “grotesco”.
O texto exige que os judeus forneçam uma lista detalhada de todos os bens que possuem ou poderiam ter sua cidadania revogada, serem deportados ou ter seus bens confiscados.
Para Kerry, eles foram intimados a se registrarem junto às autoridades, o que classificou de intolerável.
“Nos últimos dois dias, os avisos foram enviados para judeus em uma cidade, indicando que eles tinham que se identificar como judeus ou sofreriam as consequências. Isso não é apenas intolerável, é grotesco”, afirmou.
Escrito em russo e com um símbolo nacional do país e da República Popular de Donetsk, o documento pede que todos os judeus que vivem na cidade se apresentem.
“Queridos cidadãos ucranianos de origem judaica. Graças ao fato de que os líderes da comunidade apoiaram Bendery Junta (uma referência a Stepan Bandera, nacionalista ucraniano que liderou um movimento pela independência da Ucrânia na Segunda Guerra Mundial) e se opõem ao governo interino de Donetsk, pró-russo, decidimos que todos os descendentes de judeus, com mais de 16 anos e que vivem neste território, terão que comparecer à Administração Regional de Donetsk para serem registrados.”, informa o texto.
O panfleto detalha, ainda, os tipos de documentos que os cidadãos teriam de fornecer. E informa que ainda deveriam pagar uma taxa de inscrição de US$ 50. “Identidade e passaporte são necessários, bem como documentos religiosos que comprovem o judaísmo e outros de todos os bens, incluindo veículos.”
Em entrevista ao jornal Ynetnews, Alex Tenzer, morador de Kiev e um dos diretores da Associação Nacional de Imigrantes da Antiga União Soviética em Israel, a liderança judaica-ucraniana apoia o novo governo da Ucrânia, mas é difícil dizer se o folheto é válido ou simplesmente uma provocação.
“De qualquer forma, é antissemita e me faz lembrar o tipo de material distribuído pelos nazistas na Segunda Guerra Mundial.”
Nesta quinta-feira, 17, cerca de 2 mil pessoas se manifestaram por uma Ucrânia unida em Donetsk, região onde ativistas pró-russos ocuparam prédios públicos e depósitos de armas. As autoridades municipais negaram o direito à realização do evento no centro da cidade e a manifestação precisou ser realizada em um parque afastado. No mês passado, um manifestante foi morto durante confrontos com ativistas pró-russos após um protesto.
“Eu vim para mostrar que queremos uma Ucrânia unida, que não queremos o separatismo. Muitas pessoas apoiam a ideia de uma Ucrânia unida, mas têm medo de se expressar. Demonstrar patriotismo é muito perigoso” declarou Andrii, de 36 anos.
No palco, cinco sacerdotes, ortodoxos e greco-católicos (uniatas) recitaram o Pai Nosso, entoado pela multidão. “Na situação em que estamos, só Deus pode nos ajudar”, disse à multidão o padre Vassyl.
O texto exige que os judeus forneçam uma lista detalhada de todos os bens que possuem ou poderiam ter sua cidadania revogada, serem deportados ou ter seus bens confiscados.
Para Kerry, eles foram intimados a se registrarem junto às autoridades, o que classificou de intolerável.
“Nos últimos dois dias, os avisos foram enviados para judeus em uma cidade, indicando que eles tinham que se identificar como judeus ou sofreriam as consequências. Isso não é apenas intolerável, é grotesco”, afirmou.
Escrito em russo e com um símbolo nacional do país e da República Popular de Donetsk, o documento pede que todos os judeus que vivem na cidade se apresentem.
“Queridos cidadãos ucranianos de origem judaica. Graças ao fato de que os líderes da comunidade apoiaram Bendery Junta (uma referência a Stepan Bandera, nacionalista ucraniano que liderou um movimento pela independência da Ucrânia na Segunda Guerra Mundial) e se opõem ao governo interino de Donetsk, pró-russo, decidimos que todos os descendentes de judeus, com mais de 16 anos e que vivem neste território, terão que comparecer à Administração Regional de Donetsk para serem registrados.”, informa o texto.
O panfleto detalha, ainda, os tipos de documentos que os cidadãos teriam de fornecer. E informa que ainda deveriam pagar uma taxa de inscrição de US$ 50. “Identidade e passaporte são necessários, bem como documentos religiosos que comprovem o judaísmo e outros de todos os bens, incluindo veículos.”
Em entrevista ao jornal Ynetnews, Alex Tenzer, morador de Kiev e um dos diretores da Associação Nacional de Imigrantes da Antiga União Soviética em Israel, a liderança judaica-ucraniana apoia o novo governo da Ucrânia, mas é difícil dizer se o folheto é válido ou simplesmente uma provocação.
“De qualquer forma, é antissemita e me faz lembrar o tipo de material distribuído pelos nazistas na Segunda Guerra Mundial.”
Nesta quinta-feira, 17, cerca de 2 mil pessoas se manifestaram por uma Ucrânia unida em Donetsk, região onde ativistas pró-russos ocuparam prédios públicos e depósitos de armas. As autoridades municipais negaram o direito à realização do evento no centro da cidade e a manifestação precisou ser realizada em um parque afastado. No mês passado, um manifestante foi morto durante confrontos com ativistas pró-russos após um protesto.
“Eu vim para mostrar que queremos uma Ucrânia unida, que não queremos o separatismo. Muitas pessoas apoiam a ideia de uma Ucrânia unida, mas têm medo de se expressar. Demonstrar patriotismo é muito perigoso” declarou Andrii, de 36 anos.
No palco, cinco sacerdotes, ortodoxos e greco-católicos (uniatas) recitaram o Pai Nosso, entoado pela multidão. “Na situação em que estamos, só Deus pode nos ajudar”, disse à multidão o padre Vassyl.
(Agência O Globo)
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Faça seu comentário aqui ou deixe sua opinião.
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.