Com a canonização de um líder progressista e de um conservador com carisma singular, o novo pontífice busca cimentar divergências e alimentar o entusiasmo despertado pela própria ascensão
Diego Amorim - enviado especial
Trabalhadores instalam, diante da Basílica de São Pedro, o altar para a missa que santificará João XXIII e João Paulo II: ato unirá tradição e modernidade, ação social e espiritualidade
Cidade do Vaticano — Amanhã, quando decretar santos, ao mesmo tempo, dois de seus antecessores — João Paulo II e João XXIII —, o papa Francisco dará um largo passo para concretizar o desafio imposto a si mesmo desde que ocupou o trono de Pedro: reaproximar a Igreja Católica do povo. De quebra, atrelado à proximidade com os fiéis e numa tacada só, afagará os divergentes grupos internos, santificando um conservador carismático e um progressista. A Praça de São Pedro e todas as ruelas que levam a ela estarão abarrotadas de gente do mundo inteiro, que invadiu a capital italiana nos últimos dias.
Os ritos da cerimônia, com a esperada presença de Bento XVI, não trarão muita novidade, mas a canonização simultânea de ex-pontífices será inédita. Não à toa, ocorrerá num momento em que o catolicismo, liderado pelo papa argentino, ensaia virar uma página de turbulências e vive em lua de mel com o rebanho de 1,2 bilhão de fiéis.
O último papa santificado foi Pio X, que governou a Igreja entre 1903 e 1914. Agora, em uma só missa, a Igreja chamará de santos dois gigantes de sua história. “É uma jogada política magistral de Francisco”, definiu ontem, ao Correio, a argentina Elisabetta Piqué, uma das vaticanistas mais badaladas do momento, autora do livro Francisco: vida e revolução, ainda indisponível em português. Foi ela que, durante o conclave do ano passado, chegou a antecipar a possível eleição do cardeal Jorge Mario Bergoglio.
A dupla canonização desagradou aos poloneses, que esperavam uma festa exclusiva para o idolatrado Karol Wojtyla. Entre os entusiastas de João XXIII, o temor era de que o “papa bom” virasse coadjuvante ao lado do “papa pop”, dono do terceiro pontificado mais longo da história — 27 anos, 5 meses e 17 dias — e muito mais presente na memória dos fiéis.
FONTE:
http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/mundo/2014/04/26/interna_mundo,424822/com-dupla-canonizacao-papa-busca-reaproximar-igreja-catolica-do-povo.shtml
Diego Amorim - enviado especial
Trabalhadores instalam, diante da Basílica de São Pedro, o altar para a missa que santificará João XXIII e João Paulo II: ato unirá tradição e modernidade, ação social e espiritualidade
Cidade do Vaticano — Amanhã, quando decretar santos, ao mesmo tempo, dois de seus antecessores — João Paulo II e João XXIII —, o papa Francisco dará um largo passo para concretizar o desafio imposto a si mesmo desde que ocupou o trono de Pedro: reaproximar a Igreja Católica do povo. De quebra, atrelado à proximidade com os fiéis e numa tacada só, afagará os divergentes grupos internos, santificando um conservador carismático e um progressista. A Praça de São Pedro e todas as ruelas que levam a ela estarão abarrotadas de gente do mundo inteiro, que invadiu a capital italiana nos últimos dias.
Os ritos da cerimônia, com a esperada presença de Bento XVI, não trarão muita novidade, mas a canonização simultânea de ex-pontífices será inédita. Não à toa, ocorrerá num momento em que o catolicismo, liderado pelo papa argentino, ensaia virar uma página de turbulências e vive em lua de mel com o rebanho de 1,2 bilhão de fiéis.
O último papa santificado foi Pio X, que governou a Igreja entre 1903 e 1914. Agora, em uma só missa, a Igreja chamará de santos dois gigantes de sua história. “É uma jogada política magistral de Francisco”, definiu ontem, ao Correio, a argentina Elisabetta Piqué, uma das vaticanistas mais badaladas do momento, autora do livro Francisco: vida e revolução, ainda indisponível em português. Foi ela que, durante o conclave do ano passado, chegou a antecipar a possível eleição do cardeal Jorge Mario Bergoglio.
A dupla canonização desagradou aos poloneses, que esperavam uma festa exclusiva para o idolatrado Karol Wojtyla. Entre os entusiastas de João XXIII, o temor era de que o “papa bom” virasse coadjuvante ao lado do “papa pop”, dono do terceiro pontificado mais longo da história — 27 anos, 5 meses e 17 dias — e muito mais presente na memória dos fiéis.
FONTE:
http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/mundo/2014/04/26/interna_mundo,424822/com-dupla-canonizacao-papa-busca-reaproximar-igreja-catolica-do-povo.shtml
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