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segunda-feira, 31 de março de 2014

RUMO AO ESTADO DE VIGILÂNCIA: Brasil investe US$ 8 milhões com drone israelense para Copa do Mundo

O governo brasileiro comprou de Israel um novo drone, como é chamado os veículos aéreos não tripulados, que deve chegar como parte dos esforços de segurança do país para a Copa do Mundo.

O Hermes 900, produzido pela empresa israelense Elbit Systems, foi adquirido por R$ 18 milhões (US$ 8 milhões). A aeronave desembarcará no país até o fim de maio. Em tempo para a competição esportiva, que começará dia 13 de junho.
Segundo a Força Aérea Brasileira (FAB), o drone vai ser empregado de maneira maciça na vigilância de áreas estratégicas durante os 30 dias que vão durar os jogos. Para isso, é bom que se diga, o novo equipamento já foi testado em diversas ocasiões e forças armadas pelo mundo, inclusive em campo de combate, como no apoio às tropas dos Estados Unidos, no Afeganistão.
Em Israel, o Hermes 900 dispõe de versões armadas, com capacidade de lançar ataques com mísseis de alta precisão, porém leves. Lá, a configuração da Aeronáutica leva carga eletrônica de 300 quilos.
Aqui, o sistema digital de bordo do drone vai empregar 10 diferentes câmeras, sensores e designadores laser. O alcance e a definição da captação dos dados de inteligência são tratados como informações sigilosas.
O que se sabe é que o Hermes 900 vai se integrar à frota atual de quatro RQ-450, também fabricados pela Elbit, estes, modelos menores que já foram designados para o patrulhamento nos estádios Mané Garrincha, em Brasília, e no Maracanã, no Rio de Janeiro. As aeronaves irão voar sobre e ao redor das estruturas, em uma faixa entre 2 mil e 5 mil metros de altitude.
Medindo 8,3 metros de comprimento, a envergadura das asas do novo drone é de 15 metros ele tem autonomia de voo de 36 horas, a 9 mil metros, cobrindo 250 km de área. O comando remoto é feito por um ou até dois pilotos, apoiados por seis técnicos.
Corre atrás. Apesar do investimento, não se pode falar que o equipamento chega ao Brasil aplaudido de pé por todos os que se envolvem no segmento de defesa local. Há nove anos o país trabalha para lançar seu primeiro drone equipado para reconhecimento, o projeto Falcão, que está nas mãos da empresa Avibrás, em São José dos Campos, interior de São Paulo.
Já foram gastos com o projeto mais de R$ 30 milhões. O produto, com 630 quilos e capacidade de voo contínua de 15 horas, voará a 180 quilômetros por hora, a quatro quilômetros e meio de altura e poderá carregar até 150 quilos de carga. Mas apesar de alguns testes com protótipos, o veículo ainda não saiu, efetivamente, do papel.
Aliás, o segmento de defesa no Brasil é um assunto delicado. Desde 2005 o país conta com um programa de governo nesse sentido, o Plano de Defesa Nacional, aprovado durante a gestão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O programa prevê investimentos na ordem de R$ 124 bilhões, dinheiro a ser contratado aos poucos, com prazo final estipulado até o ano de 2047.
De lá para cá, o que se vê é uma tentativa do Brasil em reorganizar um parque industrial voltado para a defesa. Recentemente, conversei com um representante desse setor, Jairo Cândido, que é diretor do Departamento da Indústria de Defesa da Fiesp (Comdefesa) e presidente do Grupo Inbra, uma das principais empresas dessa área. Ele se disse animado quanto às perspectivas de médio e de longo prazos.
"O setor, por ter produzido muito pouco nos últimos 50 anos, para não dizer um século, efetivamente sofre de uma certa desorganização de competência. Mas agora o mercado é crescente. O Brasil fez quatro movimentos recentemente e esses movimentos já estão na casa dos R$ 40 bilhões. Então, efetivamente, estamos falando de outra dimensão, com ótimas perspectivas”, disse.
Outro que demonstrava animação é Sami Youssef Hassuani, presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Materiais de Defesa e Segurança (Abimde), também presidente da Avibrás, a companhia que desenvolve o projeto do drone brasileiro para uso da força aérea local. Para ele, chama a atenção nessa programação do governo, além das cifras envolvidas, a recomendação de se incentivar na cadeia nacional. “É mais ou menos com o que acontece com os caças Gripen, da Saab, recentemente adquiridos. A proposta é sempre a transferência de tecnologia, o investimento para que a indústria nacional possa se organizar”, afirmou.
Bom, como é de praxe por aqui, vamos aguardar um pouco mais para verificar se, enfim, o governo brasileiro sustenta sua previsão de reaparelhamento das forças armadas com tecnologia genuinamente nacional.
 A opinião do autor pode não coincidir com a opinião da redação
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