As novas autoridades ucranianas estão contratando mercenários estrangeiros. Na opinião dos peritos, isso não só é inútil, como pode aumentar o nível de conflitualidade social.
Segundo algumas informações, se trata da empresa militar privada norte-americana Greystone Limited. Várias centenas dos seus funcionários irão cumprir na Ucrânia as funções de polícia política e de segurança do Estado. A ideia de os usar para reprimir os protestos no Leste da Ucrânia pertence aos oligarcas Igor Kolomoisky e Serguei Taruta, que foram nomeados governadores dos distritos de Dnepropetrovsk e de Donetsk. Essa ideia foi um grande erro na opinião do presidente da Associação Internacional de Veteranos do Destacamento Antiterrorista Alfa Serguei Goncharov:
“As autoridades ucranianas parecem querer reprimir os sentimentos pró-russos nas regiões do Sul e do Leste do país. Percebendo a incapacidade das atuais estruturas de segurança da Ucrânia em se oporem ao sentimento anti-Maidan, Kiev considerou que nessa situação poderia recorrer aos exércitos privados que atuam por todo o mundo. A base de um exército privado é constituída por profissionais, antigos soldados e oficiais de forças especiais de todo o mundo. Se trata de mercenários que combatem por dinheiro. Eles não possuem qualquer ideologia ou quaisquer tendências políticas. Eu penso que os oligarcas ucranianos que financiaram o movimento pró-europeu estão cometendo um grande erro se pensam que a população russa irá aceitar passivamente os mercenários norte-americanos. Penso que isso irá provocar um grande conflito interétnico. Possivelmente mesmo uma guerra civil.”
Uma série de peritos admite que a utilização de mercenários ocidentais para policiar o Sul e o Leste da Ucrânia terá um efeito contrário. Os sentimentos de protesto estão se multiplicando. Isso já aconteceu mais de uma vez na Ucrânia e nos países à sua volta. Por outro lado, o cientista político Vladimir Evseev considera que a chegada à Ucrânia de pequenos destacamentos estrangeiros de segurança privada só por si não irá despoletar uma guerra civil:
“Para que isso resultasse numa verdadeira guerra civil seria necessário um contingente militar estrangeiro de dimensão considerável. Eu depreendo que ainda não se trata disso. Penso que os mercenários irão provavelmente concentrar os seus esforços no treinamento e na formação das forças de segurança locais. Outro aspeto será o que eles irão fazer no caso de uma guerra civil, se ela se iniciar.”
Na opinião de Vladimir Evseev, qualquer Estado normal tem de ter um exército, forças de segurança e de manutenção da ordem nacionais. A existência de quaisquer alternativas demonstra a ineficácia de um Estado. A utilização de mercenários estrangeiros será um passo suicida para as atuais autoridades ucranianas, que já neste momento têm um problema de déficit de legitimidade.
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