Recentemente, a rede social Facebook decidiu mudar sua
política em relação a usuários falecidos. Agora, o perfil do falecido
passará a ser uma espécie de memorial póstumo e poderá ser aberto para
visitas de quem desejar honrar a memória do falecido.
Relata-se
que, se os familiares e entes próximos do falecido decidirem deixar a
conta como “monumento”, eles terão que pedir ao Facebook para manter o
perfil. Assim, a rede social não irá restringir o acesso à página do
falecido e deixa-la-á exatamente da forma em que ela existiu durante a
vida do usuário.
Após este anúncio, muitos usuários
online se dividiram em dois campos: alguns são a favor da inovação,
outros são absolutamente contra. A Voz da Rússia, juntamente com a
psicóloga Irina Lukianova, está tentando compreender esta situação:
“O
mundo moderno está mudando rapidamente. A comunicação entre as pessoas
está acontecendo agora não apenas no mundo real, mas também no mundo
virtual. E, como regra, a segunda opção começa a predominar sobre a
primeira. Quando uma pessoa morre, e sua conta continua a “viver”,
verifica-se um fenômeno psicológico curioso ainda por explorar.”
Para
muitos, sua vida social quase completamente se mudou para as redes
sociais, que apareceram relativamente há pouco tempo como um fenômeno de
informação moderno. A questão das contas de usuários falecidos já é
bastante relevante. Irina Lukianova continua:
“O que se
passa hoje é que pessoas próximas do falecido ficam com a ilusão de que
seu ente querido falecido, continua vivendo. Isto pode conduzir a vários
problemas psiquiátricos. E outras pessoas que eram apenas conhecidos do
falecido e não sabiam de seu “passamento”, podem continuar a
escrever-lhe mensagens, comentar fotografias, o que pode causar
problemas ainda maiores entre os entes mais próximos do falecido. Por
isso era indispensável inventar um sistema nas redes sociais, que
mostrasse claramente que a pessoa não existe mais.”
É
justamente por isso que o Facebook pretende agora dar a todos os seus
usuários a possibilidade de criar uma espécie de “testamento”. Nas
configurações pessoais, os usuários poderão escolher a forma em que a
página irá existir depois da morte de seu dono. Além disso, os
visitantes do perfil do falecido poderão ver um vídeo póstumo “Olhada
para o passado” (Lookback Video) sobre sua vida virtual.
Agora
é bastante difícil imaginar que em sua página na rede social, ao lado
da data de nascimento, algum dia estará escrita com um traço a data da
morte. Mas isso é algo inevitável que cada um de nós irá enfrentar. E
isso faz apreciar ainda mais a nossa vida, pois ela é tão fugaz.
Podemos
decidir já agora o que deixaremos para trás quando nos formos. Cada
nossa palavra, cada fotografia, cada passatempo contará sobre nós mais
eloquentemente do que poderiam fazer todos os biógrafos do mundo. Ora,
pense o que você escreve e publica. Pois é com base nisso que as futuras
gerações irão julgar que pessoa você foi.
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