Laboratórios
estrangeiros consultaram o governo uruguaio sobre a futura produção de
maconha no país, após a regulamentação em dezembro do mercado da droga,
interessados na compra da planta para fins medicinais, informou a
imprensa local.
Empresários canadenses entraram em contato com políticos
uruguaios e organizações sociais para apresentar seus projetos de
compra de cannabis, enquanto a Junta Nacional das Drogas (JND) mantém
contato com laboratórios de Israel e do Chile, segundo informações do
jornal El Observador.
"É verdade que nos consultaram para se instalarem no
Uruguai, o que implica um grande desafio", declarou o secretário da
presidência, Diego Cánepa, ao jornal, confirmando o interesse
internacional.
"Apesar de este não ser o objetivo da lei, o Uruguai
pode vir a ser um polo de biotecnologia. É uma área de inúmeras
competências, mas que não tem sido desenvolvida", acrescentou.
O Uruguai se tornou em dezembro o primeiro país a
aprovar o controle do mercado da maconha e seus derivados, um inédito
projeto promovido pelo presidente José Mujica.
Segundo a lei, os maiores de 18 anos podem cultivar a
droga, consumi-la em clubes e comprá-la em farmácias, em todos os casos
com limite e registro prévio do Estado.
Embora a lei já tenha entrado em vigor, o Poder
Executivo trabalha em sua regulamentação para traçar todos os mecanismos
necessários para a aplicação da lei.
Cánepa destacou que "até há um tempo pensava-se que a
maconha medicinal só era utilizada como analgésico, mas agora há estudos
sobre alguns de seus derivados que podem ser medicamentos", o que
incentiva o aumento das pesquisas sobre as propriedades medicinais da
planta.
A Junta Nacional das Drogas estima que em setembro a primeira leva de produção entrará no mercado.
Uruguai: multidão faz vigília no Senado em sessão que legalizou maconha |
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