Foto: hu.wikipedia.org
– A julgar
pelas últimas declarações de responsáveis europeus, eles receiam que os
eurocéticos conquistem mais de 30% no novo Parlamento Europeu. Pode
acontecer que a próxima legislatura do Parlamento Europeu seja
maioritariamente “eurocética”?
– Considero
que existem todas as possibilidades para que tal aconteça. Em todo o
caso, a corrente do euroceticismo abarcou toda a Europa e é muito
provável que, em maio de 2014, após as eleições para o Parlamento
Europeu, todos os partidos europeus eurocéticos venham a ter nele uma
representação até então nunca vista. E considero que essa tendência
tende a aumentar.
–
Segundo dados da última sondagem do Instituto Hellap, o apoio à União
Europeia atingiu o mínimo, menos de 30% dão-lhe uma nota positiva.
Considera que esse indicador irá continuar a descer?
–
Sem dúvida. Pois nós vemos que praticamente todos os programas
iniciados pela EU fracassam. O euro oscila constantemente. A Europa foi
abalada por uma crise econômica e financeira. A julgar por tudo, a zona
Schengen, que era uma das maiores conquistas na via da criação de uma
Europa sem fronteiras, também ruiu. Devido à imigração, alguns países
defendem que se deve suspender a vigência da zona Schengen. No fundo,
vemos que os principais projetos que a União Europeia colocou como
objetivos fundamentais falham e põem em causa a sua legitimidade.
–
A Frente Nacional de Marine Le Pen e o Partido Popular pela Liberdade
de Geert Wilders fizeram uma aliança antes das eleições para o
Parlamento Europeu. Tenciona o Partido Jobbik juntar-se a essa união?
–
Por enquanto não recebemos propostas nesse sentido. Talvez porque os
nossos pontos de vista, em grande parte, não coincidam, é evidente que o
movimento radical, em cada país, tem o seu programa específico. Isto é
natural, porque em cada país é necessário encontrar uma solução
específica para os próprios problemas. Por exemplo, a França e a Holanda
enfrentam o problema da imigração. Na Hungria não existe tal problema,
perante nós coloca-se a questão cigana, o problema da integração dos
ciganos na sociedade. Mas penso que, na questão de uma abordagem crítica
da UE, poderíamos criar uma plataforma comum e, aqui, tentamos cooperar
com todas as organizações europeias.
–
Recentemente, José Manuel Barroso disse que “dentro de alguns anos, a
Europa aliada se tornará uma realidade”, dando assim a entender que a
União Europeia se elevará ao nível federativo e terá um governo central.
Até que ponto isso é realista?
– Trata-se de
puros sonhos. Claro que Barroso, como um dos principais representantes
dessa ideia, tenta alcançá-la. Além disso, os burocratas da União estão
interessados na centralização, mas, presentemente, somos testemunhas do
processo diametralmente oposto de desintegração. Se, no próximo ano, a
representatividade dos partidos críticos no Parlamento Europeu aumentar e
se, na Grã-Bretanha, realizarem o referendo – tudo indica que a
Grã-Bretanha abandonará a UE -, então ficará absolutamente claro que a
União se dirige para a desintegração total. E a Hungria também não pode
ser considerada um país onde reinam disposições pró-europeias, pelo
contrário.
– Como avalia os últimos acontecimentos na Ucrânia?
–
No fundo, vemos que a Rússia, que se reforça, mostra principalmente
força nas regiões que ela considera esfera dos seus interesses. Por
isso, tanto a União Europeia, como o Ocidente fazem tudo para alargar as
suas vantagens na região pós-soviética. A Ucrânia tornou-se um campo
para a demonstração da força. O facto de a atitude de Yanukovitch face à
UE ter mudado é da total responsabilidade da própria União Europeia,
que tudo fez para que a elite política ucraniana sentisse repulsa dela.
As opiniões expressas são de responsabilidade do entrevistado.
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