No apagar das luzes de 2012, o Ministério da Saúde mandou imprimir uma cartilha com o título “Protocolo Misoprostol”, com as instruções para o uso desse medicamento abortivo, mais conhecido pela marca Cytotec, cuja comercialização é proibida no Brasil. O responsável pela publicação é o Departamento de Ações Programáticas Estratégicas da Secretaria de Atenção à Saúde e o texto também se encontra disponível na Biblioteca Virtual do Ministério.
Contrariamente ao que é habitual em publicações governamentais, não
há, em toda a cartilha, nome de qualquer autor ou responsável.
O folheto aparenta destinar-se ao público especializado, para a
realização do dito “aborto legal” e outros usos. Em sua página 2,
explicita: “apresentamos a seguir o Protocolo para Utilização de
Misoprostol em Obstetrícia, em linguagem técnica, dirigido a
profissionais de saúde em serviços especializados”. Entretanto, alguns aspectos chamam a atenção.
Estatísticas segundo a revista VEJA
- A 1ª edição tem uma tiragem de 268.108 exemplares, sendo que dados recentes publicados no site da FEBRASGO (Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia)
indicam que há no Brasil 22.815 médicos em atividade nessa área. A
publicação ultrapassa, portanto, em mais de dez vezes, o número de
profissionais aos quais teoricamente se destinaria.
- Contrariamente ao que é habitual em protocolos para atuação médica, o uso de Misoprostol
não é comparado a outros medicamentos ou técnicas que seriam possíveis
na mesma situação. Por exemplo, indica-se a dose e modo de uso para
“indução do parto com feto vivo”, uma utilização não aceita pela FDA (Food and Drug Administration) americana, e para a qual existem alternativas. Os próprios fabricantes do Misoprostol alertaram para o risco de ruptura uterina quando ele é usado como indutor do parto.
- Ao contrário do que se diz na apresentação, a linguagem do folheto,
especialmente em sua segunda parte, quando trata do uso, é sintética e
direta, facilmente compreensível por público leigo. Praticamente se
restringe às doses a serem utilizadas para o“esvaziamento uterino” no
primeiro, segundo e terceiro trimestres da gestação.
Assim, mais do que ao médico que precisa tomar decisões de
tratamento, o folheto parece dirigir-se a pessoas que já conseguiram ou
pretendem conseguir clandestinamente a droga e tem dúvidas sobre como
utilizá-la para realizar o aborto. Já em junho de 2012 a mídia brasileira noticiou que o Ministério da Saúde estaria preparando uma cartilha para a mulher que decidisse abortar.
Quando o assunto veio a público, o Ministério da Saúde apressou-se a
desmentir que estivesse trabalhando nessa política de “redução de
danos”. Entretanto, a publicação desse folheto aponta novamente na mesma
direção.
A Dra. Lenise Garcia foi pessoalmente protagonista
de um curioso fato envolvendo essa negativa do Ministério. Ela foi
entrevistada pela TV Brasil, conjuntamente com o Dr. Thomas Gollop, no dia 12/06/2012, em vídeo que pode ser visto aqui:
Entrevista Dra Lenise e Dr Gollup – Cartilha sobre o aborto
No início da entrevista, o Dr. Gollop nega qualquer envolvimento do
Ministério da Saúde nessa política de“redução de danos”, pois a cartilha
estaria sendo elaborada pelo “grupo de estudos sobre o aborto” da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC). Entretanto, publicações desse grupo de estudos indicam a sua fonte de financiamentos: “O
GEA não é uma organização não-governamental e não tem verbas próprias.
Conta com o apoio do Ministério da Saúde e da Sociedade Brasileira para o
Progresso da Ciência e seu foco é capilarizar a discussão do tema do
aborto sob o prisma da Saúde Pública e retirá-lo da esfera do crime“.
Além disso, a reunião estava marcada para acontecer no prédio do
Ministério da Saúde, tanto que, ao ser convidada para a entrevista, a
Dra. Lenise foi informada de que esta ocorreria, às 8h00, em frente ao
Ministério. Na noite anterior, recebeu um telefonema urgente da TV
Brasil mudando o local da entrevista para o hotel em que estava
hospedado o Dr. Gollop.
Em tempos de transparência, e diante do compromisso assumido na época
eleitoral pela nossa presidente Dilma Rousseff de que o Executivo não
trabalharia para a implantação do aborto no Brasil, os fatos mostram
forte contradição entre as aparências e a realidade.
Brasília, 28 de Janeiro de 2013.
Lenise Garcia
Presidente
Presidente
Jaime Ferreira Lopes
Vice-Presidente
Vice-Presidente
Fonte:
GNotícias: Ministério da Saúde publicou cartilha que orienta como fazer aborto com medicamento ilegal; Pastor Marco Feliciano protesta
Fórum Anti Nova Ordem Mundial: Ministério da Saúde orienta como fazer aborto usando Cytotec (123)
GNotícias: Ministério da Saúde publicou cartilha que orienta como fazer aborto com medicamento ilegal; Pastor Marco Feliciano protesta
Fórum Anti Nova Ordem Mundial: Ministério da Saúde orienta como fazer aborto usando Cytotec (123)
http://www.noticiasnaturais.com/2013/12/ministerio-da-saude-orienta-como-fazer-aborto-usando-cytotec/#
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