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segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

Capital iraniana pode mudar de lugar

irã

O parlamento iraniano votou pela mudança da capital da república. A cidade de Parand, situada a 35 quilómetros a sudoeste de Teerã, poderá ser o novo centro do país. 110 dos 177 deputados apoiaram essa mudança. Agora, deverá ser formada uma comissão especial para analisar essa questão.

O excesso de população de Teerã está entre as principais razões para a transferência da capital apresentadas no parlamento iraniano. Atualmente, aí residem cerca de 12 milhões de pessoas. Além disso, a situação ecológica na cidade está se deteriorando.
Mas tudo isso pode não passar de uma manobra para desviar a atenção dos habitantes de problemas da política externa mais importantes, considera Serguei Seriogichev, perito do Instituto do Oriente Médio:
“Devido ao regime de sanções, aí desenvolve-se fundamentalmente o pequeno e médio negócios, e não o grande. Não se pode dizer que aí há uma maior quantidade de empresas poluentes. Quanto ao excesso de população, o que impede de construir novas zonas urbanas e transferir as pessoas para os arredores da cidade? Esse projeto de envergadura poderá não ser realizado, mas irá ser discutido. Isto fará com que, durante uns meses, as pessoas não pensem na Síria e no Hezbollah.”
Na história há vários exemplos bem sucedidos de mudança de capitais. Até 1997, Alma-Ata era a capital do Cazaquistão. Era impossível alargar fronteiras devido à situação geográfica, pois a cidade está rodeada de montanhas. Por isso, o centro político e econômico passou a ser a cidade de Akmala, depois de batizada com o nome de Astana, palavra que na língua cazaque significa capital. Então, o presidente do país, Nursultan Nazarbaev apontou, entre os principais argumentos a favor da transferência, a situação cômoda da nova capital:
“Primeiro, ela encontra-se praticamente no centro geográfico do Cazaquistão. Segundo, Akmala está situada no cruzamento de grandes vias de transportes. Terceiro, atualmente, 300 mil pessoas vivem na cidade e, em conformidade com o plano geral existente, prevê-se a possibilidade do aumento do número de população até 400 mil. Quarto, o estado das infraestruturas fundamentais da cidade é adequado.”
Não foi fácil convencer as pessoas a abandonarem em massa os seus cômodos locais de habitação e a transferirem-se para uma cidade ainda não construída. Em 15 anos de existência, Astana aumentou várias vezes e tornou-se irreconhecível.
Noutros países, pelo contrário, as capitais foram transferidas para pequenas cidades. A criação de um centro governamental separado, segundo os peritos, ajuda a evitar os problemas que as cidades gigantes enfrentam.
O exemplo do Canadá é convincente neste campo. No século XIX, Ottawa, então com uma população de apenas 8 mil pessoas, foi tornada capital. Semelhante opção foi um compromisso entre as duas comunidades étnicas do Canadá, assinala Vladimir Rozhankovsky, diretor do departamento analítico do Grupo de Investimento Nord-Capital:
“No Canadá há duas comunidades: a anglófona e a francófona. Entre Toronto e Montreal teve lugar, historicamente, não uma guerra, mas um confronto. Por isso, a transferência da capital para Ottawa foi ditada, em primeiro lugar, pela tentativa de impor a neutralidade, para que nem uns, nem outros ficassem zangados. Além disso, Ottawa é uma cidade pequena em comparação até com o Quebec, para não falar de Montreal e Toronto. Por isso, penso que semelhantes opções são justificadas até ao momento em que se começa a desenvolver a infraestrutura em redor dos edifícios governamentais.”
Em 1960, a capital brasileira também foi transferida para uma pequena cidade, Brasília, especialmente construída na parte central do país. Segundo os peritos, isso ajudou o desenvolvimento da região e redirecionou as correntes migratórias. Precisamente por isso, a população aumentou aí quase 10 vezes e, hoje, supera os dois milhões e meio de habitantes, em redor cresceram numerosas cidades-satélites.
 
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