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sábado, 30 de novembro de 2013

Obama reagiu à hostilidade da Igreja Católica

Barack Obama
Barack Obama

Na Internet italiana foi publicada a notícia da possibilidade de encerramento da embaixada americana junto da Santa Sé. Muitos consideraram isso uma “bofetada no Vaticano”. Massimo Faggioli, conhecido jornalista e professor de Teologia, deu-nos a sua opinião sobre o sucedido.

- A acreditar na informação publicada em sítios de notícias, o presidente Barack Obama tenciona encerrar a missão diplomática no Vaticano. A que se deve essa decisão?
- Na realidade, trata-se não do encerramento da embaixada, mas da sua transferência. Presentemente, a embaixada americana no Vaticano está situada no território de uma pequena villa isolada. Do ponto de vista da sua segurança, é muito complicado defendê-la de possíveis ataques terroristas.
Foi precisamente por essa razão que se decidiu transferi-la para mais perto da missão diplomática americana na República Italiana.
- Na sua opinião, a visita do presidente Vladimir Putin ao Vaticano influiu de algum modo na decisão dos EUA?
– Considero que a decisão de transferência não está ligada de forma alguma com o recente encontro do presidente Putin e do Papa Francisco. Parece-me que foi tomada por razões práticas. Não obstante, isso deve ser visto como um sinal de que os EUA querem “reformular” as suas relações com o Vaticano. Na América, a Igreja Católica é constituída predominantemente por conservadores. Eles não olham de forma muito positiva para a política do presidente Obama, que reagiu desse modo à hostilidade da parte da Igreja Católica.
Compartilha da opinião de James Nicholson, antigo embaixador dos EUA na Santa Sé, que definiu esse acontecimento como um enorme passo atrás nas relações diplomáticas entre o Vaticano e a América?
– Penso que Nicholson exagera um pouco. Considero que se deve esperar do novo Papa mudanças nas relações entre o Vaticano e os EUA. O Papa Francisco é latino-americano, cujas ideias sobre os EUA, tal como entre a maioria dos latino-americanos, diferem muito da visão dos seus antecessores: os Papas Bento XVI e João Paulo II. O atual pontífice é mais cético em relação aos Estados Unidos. Alguns até afirmam que ele tem ideias antiamericanas. Considero que este fator, nos próximos meses e anos, poderá influir, ou talvez já influa, nas relações entre o Vaticano e os EUA. A transferência da embaixada não tem absolutamente nada a ver com isso, mas pode ser um sinal importante. Repito: seria mais sensato e “adequado” da parte dos EUA conservar uma embaixada à parte junto da Santa Sé.

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