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sábado, 23 de novembro de 2013

Obama aprova mudança de regras no Senado para acabar com obstruções das MANOBRAS de aprovar leis cntra o povo


 


O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, apoiou nesta quinta-feira a polêmica mudança nas regras do Senado, forçada pelo Partido Democrata, que acaba com o requisito de uma maioria de 60 votos (dos 100 dessa Câmara) para ratificar as nomeações de juízes e outros cargos do alto escalão do governo, que são sistematicamente bloqueadas pelos republicanos.

Após ter ameaçado várias vezes em recorrer à chamada "opção nuclear", que quebra com uma tradicional norma não escrita, finalmente os senadores democratas cumpriram hoje seu ultimato e aprovaram que basta uma maioria simples de 51 votos para confirmar as nomeações de juízes e altos funcionários propostos pela Casa Branca, com a exceção dos juízes da Corte Suprema.

"É hora de mudar o Senado antes que esta instituição fique obsoleta", afirmou o líder da maioria democrata do Senado, Harry Reid, que lembrou a frustração que existe entre os americanos com a falta de ação do Congresso, que desde 2010 está dividido, com o Senado sob controle democrata e a Câmara dominada pelos republicanos.

Os 53 senadores democratas, que normalmente contam com o apoio de dois independentes, poderão agora acelerar as indicações presidenciais sem ter que contar com parte dos 45 senadores republicanos.

Obama lembrou em entrevista coletiva após a votação no Senado que a medida responde ao "abuso" do "filibusterismo", uma tática utilizada pela oposição para bloquear determinados procedimentos e que, segundo o presidente, "está fora de controle".

O filibusterismo foi utilizado 168 vezes para bloquear nomeações na história americana, mas seu uso disparou durante o mandato de Obama desde 2009, com 82 casos, segundo o balanço apresentado por Reid.

Com a redução da maioria necessária, os democratas estarão em condições de impedir as manobras de filibusterismo.

"(O filibusterismo) causa danos na nossa economia, é ruim para a nossa democracia e nos levou a um ponto no qual a maioria simples não parece suficiente para nada, nem sequer para assuntos rotineiros", lamentou Obama.

Obama, que antes de ser presidente foi senador, transmitiu sua frustração com "o padrão sem precedentes de obstrução no Congresso", que provocou que pessoas "bem preparadas" não pudessem assumir seus cargos por queixas dos republicanos, muitas vezes não relacionadas com os méritos do nomeado em si, mas com assuntos totalmente distintos.

"O serviço público não é um jogo, é um privilégio", advertiu Obama, que ainda tem vários cargos pendentes de serem ocupados por causa do bloqueio dos republicanos.

O arriscado passo dado para acabar com o limite de 60 votos ameaça ampliar ainda mais as diferenças entre republicanos e democratas, que, precisamente dentro do Senado, tinham conseguido consensos importantes em temas como a imigração.

Três senadores democratas se opuseram hoje a mudar o limite tradicional de votos, enquanto veteranos, como o republicano John McCain, lembraram que esta medida "muda tudo" e acusou os senadores jovens, que nunca estiveram em minoria, de modificar as regras sem pensar nas suas consequências.

Um dos líderes da minoria republicana do Senado, Mitch McConnell, tentou forçar um recesso para que não se votasse a mudança de normas e afirmou que "hoje é um dia triste" para a história da casa legislativa.

"A solução para este problema é uma eleição", disse McConnell, que se mostrou confiante em uma vitória dos republicanos nas eleições legislativas de 2014 em ambas as Câmaras, que desde 2010 não conseguiram aprovar um orçamento, nem acabar definitivamente com as dúvidas sobre uma eventual moratória.


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