O número de mortos do terremoto que atingiu na terça-feira o sudoeste do Paquistão chegou a pelo menos 306 pessoas, segundo o último informe divulgado pelo governo da província de Baluchistão, mas as autoridades alertaram que número de vítimas pode ser ainda maior.
As equipes de resgate lutam para encontrar sobreviventes na remota
região do sudoeste do país que ficou bastante afetada pelo tremor, que
já se tornou um dos mais fatais da década no país.
O secretário de interior da província de Baluchistão, Assad Gilani,
disse em entrevista coletiva que 306 pessoas morreram e 400 ficaram
feridas, informou o jornal "Dawn".
"Entre as vítimas há mulheres e crianças. A prioridade neste momento
é resgatar os corpos e levar os feridos aos hospitais", afirmou Gilani,
Um porta-voz do governo regional da província de Baluchistão, Abdul
Manan, disse previamente que 216 pessoas morreram em Awaran e mais de
50 em Turbat.
O epicentro do terremoto, com magnitude de 7,7 graus na escala
Richter, localizou-se em Khuzdar, a mais de 200 quilômetros de Awaran,
e a 10 quilômetros de profundidade, segundo o Departamento
Meteorológico do Paquistão.
De acordo com a imprensa local, o tremor foi sentido em várias
localidades do país e chegou a ser sentido inclusive na Índia e Nova
Délhi, e do outro lado do golfo de Omã, nos Emirados Árabes Unidos e
Omã.
O porta-voz da Autoridade Nacional de Gestão de Desastres (NDMA),
Kamran Zia, disse à Agência Efe que esperava acelerar as tarefas de
ajuda e que o número de vítimas deveria aumentar.
Zia explicou que foram enviados helicópteros do exército para levar
os feridos mais graves para as cidades de Quetta -capital provincial- e
Karachi, e que durante o dia será montado um hospital de campanha em
Awaran.
Fontes militares disseram que mais de mil soldados foram deslocados
para as zonas mais afetadas de Karachi e Quetta para ajudar nos
trabalhos de ajuda aos atingidos pelo tremor.
A imprensa local disse que os milhares de afetados estão em péssimas
condições devido à falta de recursos básicos e com suas casas
totalmente destruídas. As autoridades das áreas remotas afetadas
solicitaram o envio de água potável e remédios.
Pelo menos seis distritos foram atingidos pelo terremoto, mas o mais
prejudicado foi Awaran, que tem 300.000 habitantes espalhados por uma
área de 20.000 quilômetros quadrados.
Em apenas uma aldeia, Mashke, foram contabilizados mais de 50
mortos. As autoridades calculam que cerca de 90% das áreas rurais e
metade das zonas urbanas do distrito ficaram devastadas.
Baluchistão é uma província com frequentes movimentos sísmicos e já
tinha sido cenário neste ano de um terremoto com epicentro no vizinho
Irã que deixou dezenas de mortos no lado paquistanês, enquanto em 2008
outro tremor provocou mais de 200 vítimas fatais na região.
O pior terremoto da história do Paquistão ocorreu em 2005, na
Caxemira, no norte do país, quando cerca de 80 mil pessoas morreram.
Os meios de comunicação relataram que o movimento sísmico de ontem,
que foi seguido por várias réplicas, provocou o surgimento de uma
ilhota em frente à costa do país (a zona afetada pelo tremor está a cem
quilômetros do mar).
Um funcionário do Serviço Geológico do Paquistão, Anwar Hussein,
declarou ao jornal local "Express Tribune" que a aparição de acúmulos
de lodo no mar são frequentes após terremotos como o de ontem, mas que
depois eles são arrastadas pelas águas.
EFE
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