• • atualizado às 05h04
Atual ministro australiano das Relações Exteriores, Bob Carr lembrou, em entrevista nesta quarta-feira, de "declarações de racismo deslavado" que ouviu da ex-premiê britânica Margaret Thatcher, morta na segunda-feira, em visita ao país da Oceania nos anos 80. A entrevista foi transmitida pela rede de televisão ABC.
Carr, que é casado com uma malaia, disse que sua mulher estava a poucos metros de Thatcher quando a britânica discriminou asiáticos: "eu gosto de Sydney, mas você não pode permitir mais imigrantes (no contexto, ela se referia a imigrantes asiáticos). Eles vão dominar, se permitir vocês vão terminar como Fiji, onde os imigrantes indianos tomaram controle", teria dito.
"Ela ainda alertou que, caso muitos imigrantes fossem permitidos, nós veríamos os 'nativos da terra', os colonizadores europeus, perderem seu espaço para os imigrantes. Eu não podia acreditar no que ouvia, não tive reação, não consegui formular uma resposta", completou o ministro.
"Havia nela um lado racista, um pensamento retrógrado que explica porque o partido dela a expulsou no início dos anos 90. Eu respeito a liderança política de Thatcher, mas poderíamos discutir por cerca de 100 pontos de vista", analisou o australiano.
Opositor do partido de Carr, o deputado Julie Bishop recriminou a divulgação das supostas declarações e disse que o governo australiano deve desculpas à família de Tatcher, que morreu na segunda-feira em decorrência de um derrame.
"A decisão de fazer essas legações pouco depois da sua morte é uma tentativa de cruel de prejudicar a reputação de uma das líderes mais brilhantes do século XX", escreveu Bishop em uma nota.
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