• • atualizado às 13h52
08 de Março de 2013•12h43
Entenda, passo a passo, como é o Conclave
08 de Março de 2013•14h09 • atualizado às 14h12
Imagem de 18 de abril de 2005 mostra os cardeais reunidos na Capela Sistina antes do Conclave que resultou na eleição de Bento XVIFoto: AFP
O Conclave que escolherá o novo papa terá início na próxima terça-feira, 12 de março. O comunicado foi feito nesta sexta pela Santa Sé. A missa Pro eligendo Romano Pontifice será celebrada pela manhã, na Basílica de São Pedro, antes que os cardeais se reúnam para tomar a decisão.
Os 115 cardeais eleitores, aqueles com menos de 80 anos, já chegaram ao Vaticano e estão participando das reuniões preparatórias ao Conclave que indicará o próximo líder dos católicos no mundo, que chegam a 1,2 bilhão de pessoas.
FONTE:
http://noticias.terra.com.br/mundo/europa/renuncia-do-papa/conclave-que-escolhera-novo-papa-comeca-na-proxima-terca,cc289e452ea4d310VgnVCM4000009bcceb0aRCRD.html
Conclave começará entre segunda e quarta-feira, diz Lombardi
08 de Março de 2013•12h43
O conclave que escolherá o sucessor de Bento XVI começará entre 11 e 13 de março e sua data será definida nesta sexta-feira, na segunda reunião realizada hoje pelos cardeais, assegurou o porta-voz do Vaticano, Federico Lombardi,
"A data do começo do conclave ainda não foi fixada, mas se pode prever que seu começo seja votado na congregação prevista para esta tarde", disse Lombardi após a reunião realizada nesta manhã.
O encontro de hoje foi a sétima congregação preparatória do conclave e contou com a participação de 153 dos 207 membros do Colégio Cardinalício. Deste número, 115 eram de cardeais eleitores, ou seja, os que poderão entrar na Capela Sistina para escolher o próximo papa.
O último que faltava, o vietnamita Jean-Baptiste Pham Minh Man, chegou na tarde de ontem a Roma e já participou da sexta reunião. Os cardeais voltarão a se reunir amanhã na Ala Nova do Sínodo, local das congregações gerais, que começaram em 4 de março.
No domingo não haverá reuniões e os cardeais poderão celebrar missas em Roma.
Na sessão da manhã desta sexta 18 cardeais falaram, por isso que o número de purpurados que discursaram nestes cinco dias de congregação já soma mais de 100.
Os purpurados analisaram o papel da mulher na Igreja, o diálogo inter-religioso, a bioética e a misericórdia.
O cardeal maltês octogenário Prosper Grech será o encarregado de pronunciar a segunda meditação. A normativa da Igreja contempla que durante estas reuniões preparatórias do conclave haja duas meditações. A primeira foi presidida pelo Predicador da Casa Pontifícia, o franciscano Raniero Cantalamessa.
Lombardi apresentou um vídeo da Casa de Santa Marta (Domus Sanctae Marthae), onde os cardeais serão alojados durante o conclave.
Santa Marta e a Capela Sistina serão os dois lugares onde se desenvolverá o conclave. Lombardi assinalou que para garantir o secretismo do conclave, haverá precisos e severos controles para evitar que alguma informação seja passada ao exterior.
Lombardi disse que os cardeais não serão registrados, as pessoas auxiliares terão que passar pelo detector de metais.
Os quartos de Santa Marta serão sorteadas, com o objetivo de que os cardeais "não possam escolher ao vizinho de quarto", disse Lombardi, e não haja preferências por uns ou outros.
EFE - Agencia EFE - Todos os direitos reservados. Está proibido todo tipo de reprodução sem autorização escrita da Agencia EFE S/A.
FONTE:
http://noticias.terra.com.br/mundo/conclave-comecara-entre-segunda-e-quarta-feira-diz-lombardi,47da52c232a4d310VgnCLD2000000dc6eb0aRCRD.html
Entenda, passo a passo, como é o Conclave
08 de Março de 2013•14h09 • atualizado às 14h12
Imagem de 18 de abril de 2005 mostra os cardeais reunidos na Capela Sistina antes do Conclave que resultou na eleição de Bento XVIFoto: AFP
Luís Eduardo Gomes
A eleição de um novo papa é feita através de um Conclave, do latim cum clave, uma referência ao fato de que os cardeais ficam literalmente "com chave" da convivência com o exterior durante o processo de escolha.
O Conclave deve ser sempre convocado entre 15 e 20 dias após a morte - ou renúncia, como no raro caso atual - de um papa. O período em que é respeitado o luto oficial e são realizados o velório e os funerais do Pontífice é conhecido como novemdiales, quando ocorrem missas em homenagem ao papa falecido por nove dias seguidos. Deste vez, porém, Bento XVI abriu a possibilidade do Conclave ser antecipado pelo Colégio dos Cardeais a partir do dia seguinte à sua renúncia e sem a necessidade de se esperar o fim do novemdiales.
O período de transição entre a vacância do papado e a eleição de um novo Papa, é conhecido como Sé Vacante, pois o trono da Igreja fica desocupado. A administração dos bens e das leis do Vaticano fica a cargo do Camerlengo, que é responsável por despachar apenas sobre assuntos ordinários, inadiáveis e referentes à eleição. Ele também é responsável por constatar a morte do papa, recolher e destruir o selo e o anel pontifícios e lacrar os aposentos em que o pontífice viveu, ao qual somente o novo Pontífice eleito terá acesso.
Uma vez tendo recebido a notícia do falecimento do Papa, o Cardeal Decano (presidente do Colégio dos Cardeais) deve transmitir a notícia a todos os cardeais e convocar o Colégio Cardinalício. Durante o período de Sé Vacante, o governo da Igreja fica a cargo do Colégio dos Cardeais.
Tarcisio Bertone, em foto de 2013Foto: AFP
O cargo de carmerlengo é ocupado atualmente pelo cardeal italiano Tarcisio Bertone, por ele ser o atual secretário de Estado do Vaticano. Ele é um dos pouco oficiais da Santa Sé que não perde o cargo durante o período de transição. O atual Cardeal Decano é o italiano Angelo Sodano.
Angelo Sodano, em foto de 2006Foto: AFP
O período de luto e os momentos reservados para que os cardeais se reúnam e debatam as características que o futuro papa deve ter, bem como abordam possíveis candidatos à sucessão papal, se encerram com a com a missa Pro Eligendo Pontifice, celebrada na Basílica de São Pedro, em que todos os cardeais devem estar presentes e que é realizada na manhã do Conclave.
Neste mesmo dia na parte da tarde, os cardeais eleitores com vestes corais dirigem-se, em procissão solene e invocando, com o cântico do Veni Creator (“Vinde Espírito Criador...”), a assistência do Espírito Santo, para a Capela Sistina, que, por determinação do papa João Paulo II, é obrigatoriamente o local em que deve ocorrer o Conclave. Os cardeais devem ocupar cadeiras já destinadas a eles e que levam o nome de cada um.
O Camerlengo e cada um dos cardeais leem o juramento que os obriga a aceitar as condições do Conclave. Depois de ter prestado juramento, o Mestre das Celebrações Litúrgicas Pontifícias pronuncia a ordem extra omnes, e todas as pessoas estranhas ao Conclave deverão deixar a Capela Sistina. Os cardeais encontram-se então, de fato, trancados com chave.
A partir deste momento fica vetado a todos os cardeais e aos demais funcionários do Vaticano que auxiliam no Conclave manter qualquer tipo de comunicação com pessoas que não estejam envolvidas. Bento XVI incluiu recentemente nas regras do Conclave que aqueles que violarem o segredo da eleição do sucessor de Pedro serão punidos com excomunhão - pena que também recebem aqueles envolvidos em compra de votos.
As regras do Conclave estipulam que apenas 120 cardeais podem participar da eleição e que todos devem ter menos de 80 anos no dia em que o Papa morrer ou renunciar, no caso atual, no dia 28 de fevereiro. Não há regras específicas para o caso de haver mais de 120 cardeais aptos a votar, o que não acontecerá desta vez.
Capela Sistina, onde acontece o Conclave, com a chaminé de onde sai a fumaça que anuncia o novo papa à esquerdaFoto: AFP
No dia do início das votações, duas mesas são levadas ao altar. A primeira é reservada aos cardeais revisores do processo eleitoral. Na segunda são colocados três grandes vasos de vidro transparente e uma bandeja de prata sob um pano púrpura.
O processo eleitoral começa com a eleição, por sorteio, de três cardeais escrutinadores que ficarão responsáveis por verificar e contar os votos. Eles são designados, por ordem de sorteio, como primeiro, segundo e terceiro escrutinador. Em seguida, são sorteados três cardeais infirmarii, que recolhem os votos daqueles que eventualmente vierem a adoecer - estes são recolhidos para a Casa de Santa Marta, onde se alojam todos os cardeais eleitores. Por fim, são sorteados três cardeais revisores, que têm a função de ratificar os votos.
Imagem de 2005 mostra a cédula usada no Conclave que elegeu o papa Bento XVIFoto: AFP
Bento XV definiu que, independente do tempo que o Conclave demore, um cardeal precisa receber dois terços dos votos para ser eleito papa - teoricamente qualquer homem adulto católico pode ser eleito papa, mas desde a organização no formato atual do Conclave, no século XII, apenas cardeais foram eleitos.
A votação compreende três passos: contagem dos votos, verificação dos votos e destruição das cédulas com fogo.
Iniciada a votação, são distribuídas tiras de papel que estavam depositadas nos três vasos de vidro sobre a segunda mesa. Estas cédulas consistem em um papel branco retangular que traz escrito no topo a frase em latim Eligo in summum pontificem (Elejo como Sumo Pontífice). Cada cardeal recebe cópias extras da cédula para eventuais rasuras e erros.
O voto deve ser escrito em letras maiúsculas e grafia clara e impessoal, para que não possa ser reconhecido. Assim que definir sua recolha, o cardeal deve dobrar o papel e apertá-lo junto as mãos, recolhendo-se à oração: "Chamo como testemunho Jesus Cristo, o Senhor, que seja meu juiz, que o meu voto seja dado àquele que perante Deus considero dever ser eleito".
Bandejas onde são depositados os votos dos Cardeais, em imagem de 2005Foto: AFP
Tendo todos concluído suas escolha, os votos começam a ser depositados pelos cardeais mais velhos. Eles então se dirigem à segunda mesa e depositam o voto sobre a bandeja. Em seguida levam esta até a boca do primeiro vaso e a inclinam até que a cédula tenha sido depositada.
Concluído este processo, o 1º cardeal escrutinador pega o vaso e o leva para mesa de escrutínio. Após agitar a urna para embaralhá-los, começa a retirar os votos.
O 1º escrutinador confere cada voto, passa para o segundo, que passa para o terceiro, e este lê em voz alta para que os demais ouçam distintamente - se o número de votos não coincidir com o número de cardeais, eles são queimados e ocorre uma nova votação.
No detalhe, os fornos onde são depositadas as cédulas dos CardeaisFoto: AFP
Após o fim do processo, o 3º escrutinador fura e costura cada cédula de voto com agulha e linha na altura da palavra Eligo. Os votos costurados são então depositados no terceiro vaso. Os escrutinadores então contam os votos. Na sequência, os revisores repetem a contagem.
Caso nenhum cardeal atinja dois terços dos votos, todas as cédulas (incluindo as reservas), assim como as anotações feitas pelos cardeais durante a votação anterior, são recolhidas a uma caixa. A caixa é levada a um forno contíguo à Capela Sistina. É adicionada palha molhada e alguns produtos químicos à caixa e ela é queimada, emitindo assim uma fumaça negra.
O francês Jean-Louis TauranFoto: AFP
Caso um cardeal tenha obtido os dois terços dos votos, o Camerlengo, em nome de todo o Colégio Cardinalício, pede o consentimento do eleito e este deve então aceitar se tornar o novo papa. Se assim o fizer, imediatamente ele deve informar o nome pelo qual deseja passar a ser conhecido.
O novo papa então é conduzido à Sala das Lágrimas pelo Camerlengo e o Mestre de Cerimônia e troca seu treja por uma batina prória ao novo cargo. Três tamanhos de batina são preparados de antemão para que não haja demora nesta etapa.
Fumaça branca: habemus papamFoto: AFP
Ele retorna ao encontro dos demais cardeais já trajando a batina papal. A seguir, estes prostram-se para prestar o ato de obediência ao novo Sumo Pontífice, que consiste em beijar-lhe o pé.
A caixa que contém os votos da eleição bem sucedida é então levada ao forno, juntamente com palha seca e produtos químicos, para que uma fumaça branca seja expelida.
O Cardeal Protodiácono, atualmente o francês Jean-Louis Pierre Tauran, segue então para a sacada da Basílica Vaticana e anuncia a eleição do novo papa, pronunciando o tradicional Habemus Papam. O novo Papa é então apresentado ao povo de Roma e ao mundo na sacada da Basílica de São Pedro e dá sua primeira benção como Pontífice.
10 PASSOS DA ESCOLHA DO NOVO PAPA
| |
1 | Papa morre (ou renuncia) |
2 | Período de luto - novemdiales |
3 | Colégio de Cardeais convoca o Conclave |
4 | Cardeais se reúnem na Capela Sistina |
5 | Após missa, Cardeais se trancam em segredo |
6 | Cardeais votam até que um deles receba 2/3 dos votos |
7 | Fumaça anuncia a eleição, ou não, de um novo papa |
8 | Cardeais prestam obediência ao novo papa |
9 | Cardeal Protodiácono anuncia o nome do novo papa |
10 | Novo papa se apresenta ao mundo dando sua primeira bênção |
FONTE:
http://noticias.terra.com.br/mundo/europa/renuncia-do-papa/entenda-passo-a-passo-como-e-o-conclave,d8d154d20104d310VgnCLD20000099cceb0aRCRD.html
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