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sábado, 9 de fevereiro de 2013

EM BUSCA DA RAÇA ARIANA: Pesquisadores buscam gene de QI alto

Estudos apontam para efeito de não só um, mas vários genes que em conjunto fazem com que a pontuação dos testes de QI seja maior

Cientistas que buscam pelos “genes da inteligência” costumavam acreditar que eles seriam pouco menos de meia dúzia. Recentemente, foi possível definir que seja cerca de mil genes da inteligência – cada um deles com efeitos pequenos no QI das pessoas. Porém, um novo estudo publicado encontrou novas provas de que muitos genes sejam determinantes na inteligência, embora os cientistas ainda não consigam apontar quais sejam os genes envolvidos.


“Foi como dar um choque no sistema que não estava funcionando”, disse o psicólogo Eric Turkheimer, da Universidade da Virginia, que não participou do estudo. “Nós não podemos encontrar os efeitos de nenhum dos genes em particular que fossem significativos o suficiente para serem considerados”, disse. 



Foto: Getty ImagesAmpliar
Pesquisadores querm descobrir quais são os genes que influenciam a inteligência
Estudos prévios em gêmeos e em crianças adotadas descobriram que os genes têm uma influência significativa nos testes de QI, resultando em cerca de metade das diferenças entre adultos no geral. De acordo com os estudos, a influência genética no coeficiente de inteligência (QI) das pessoas parece crescer da infância a vida adulta. 


Cientistas se deram conta de que, assim como o peso, diferenças na inteligência vêm não só de alguns genes, mas do efeito de vários deles, cada um com pequenas influências. Isto faz com que seja ainda mais difícil para os pesquisadores definir quais genes são efetivamente influentes. 

Feito uma orquestra
O novo estudo de DNA, publicado nesta terça no periódico científico Molecular Psychiatry, chegou a conclusões semelhantes. Muitos genes trabalham em conjunto para modelar a inteligência assim como fazem diferentes instrumentos em uma orquestra. Embora haja um solista tocando, é muito difícil de decifrar as contribuições individuais de cada instrumento. 



Tão importante quanto saber que genes são determinantes para a inteligência, é saber que eles não agem solitariamente e que a importância da educação e das experiências também não pode ser ignorada. Então porque os pesquisadores se preocupam tanto com a relação entre os genes e a inteligência? 



Nossa memória e a habilidade de pensar tendem a entrar em declínio com a idade. A compreensão da genética da inteligência pode, algum dia, ajudar pesquisadores a obter maior controle de doenças degenerativas como o Alzheimer, por exemplo.



O novo estudo foi liderado por I.J. Deary, da Universidade de Edimburgo, na Escócia, e com a participação de pesquisadores de vários países. 


A equipe queria saber “se as diferenças genéticas que pode ser testadas no DNA das pessoas podem explicar algumas das razões para a diferença na pontuação dos testes de QI”, disse Deary.



Influência genética
Pesquisadores ainda não identificaram os genes que afetam o QI, porém eles estimam que encontraram a influência genética que conta para, pelo menos, 40% ou 50% das diferenças de resultado apresentadas nos testes em 3.511 adultos que participaram do estudo.



O estudo focou em mais de 500 mil partes do DNA dos participantes. A equipe concluiu que o efeito total vinha de diferenças genéticas espalhadas no DNA, cada uma delas exercendo pequena influência. 



O trabalho acrescenta a prova de que mesmo o mais poderoso de todos teve apenas uma pequena influência quando sozinho. Deary afirma que estudos futuros vão provavelmente precisar de milhões de pessoas para que os genes sejam detectados.

Robert Plomin, do Instituto de Psiquiatria de Londres, que estuda já a relação de genes com a inteligência há 15 anos e que não participou do estudo, não está surpreso com as últimas descobertas. “Nós temos um século de estudos em gêmeos e crianças adotadas", disse, se referindo aos estudos que comparam gêmeos que cresceram em famílias diferentes. Tais pesquisas sustentam a noção de que metade da diferença de QI vem do DNA. Plomin afirma, no entanto, que isto não significa que metade da inteligência das pessoas venha dos genes nem que a influência genética implique que a inteligência tenha sido fixada. 


Turkheimer, o psicólogo da Universidade de Virginia, acredita que outros tipos de pesquisa como exames cerebrais possam trazer bons resultados para a compreensão sobre o que é a inteligência. 


(Com informações da AP)

FONTE:
http://ultimosegundo.ig.com.br

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