Experimentos do vírus de gripe aviária,  sobre como ele poderia se espalhar por gotículas respiratórias e desencadear uma pandemia, pode ter sido publicada em meio a polêmica sobre biossegurança e censura de preocupações em torno da pesquisa.
Os cientistas estão observando como o vírus da gripe aviária H5N1 evolui perto, tanto na natureza e em laboratórios devido ao seu potencial de pandemia.
Dr. Ron Fouchier AM discutiu como H5N1 torna-se no ar em mamíferos.
Dr. Ron Fouchier AM discutiu como H5N1 torna-se no ar em mamíferos. (Cortesia de Ron Fouchier / Science)

Edição online de quinta-feira da revista Science descreve experiências que ajudaram os cientistas a identificar cinco mudanças em uma cepa do H5N1 que tornaram o vírus transmissível entre furões através de gotículas respiratórias.
Modelos animais Ferret são considerados a melhor forma de testar como os vírus da gripe das aves infectar humanos e causar a doença já que os animais apresentam sintomas semelhantes a nós.
A pesquisa holandesa foi toda realizado sob estritas medidas de biossegurança que foram monitorados pelo Centro Médico Erasmus Holanda, os EUA National Institutes of Health e Centros dos EUA para a Prevenção e Controlo das Doenças.
Furões saudáveis ​​tornou-se infectado com um vírus da gripe aviária que foi mutado em que foi pensado para ser uma forma mais mamíferos. Os animais recuperado.
Tranqüilizadora, os cientistas só conseguiram encontrar sinais de um vírus mortal, quando o vírus foi colocado diretamente em gargantas os furões »em doses extremamente elevadas.

Mutações já comuns

Um segundo conjunto de experiências do Reino Unido sugeriu várias cepas do H5N1 em circulação da gripe aviária já tem duas das mutações conhecidas para fazer linhagens experimentais da propagação do vírus entre os mamíferos através de gotículas respiratórias.
"Os vírus que possuem duas dessas mutações já são comuns em aves, o que significa que existem vírus que possam ter de adquirir apenas três mutações adicionais em um ser humano a tornar-se no ar transmissível. A próxima pergunta chave é:" É muito três, ou um pouco? '"autor do estudo, Colin Russell, da Universidade de Cambridge perguntou em um comunicado.
Papel de Russell descreve os fatores-chave que são pensados ​​para aumentar ou diminuir a probabilidade de essas mutações em evolução.
"A polêmica de oito meses sobre como e se a publicar tais estudos teve a vantagem de grande sensibilização da opinião pública sobre o risco real para a saúde pública representado pelo vírus da influenza aviária H5N1", escreveu Alberts Ciência editor-chefe Bruce.
"Cientistas ao redor do mundo agora terá a capacidade de aprender a partir desses dados e construir sobre ela para avançar a nossa compreensão do vírus da gripe, como necessária para preparar melhores defesas. E, prevemos que, armados com os novos dados, a científica e comunidades de saúde pública vai buscar todas as medidas possíveis para evitar uma pandemia, incluindo a implementação de estratégias de vigilância melhoradas e desenvolvimento de novas drogas e vacinas. "


O que dizem os artigos 

O primeiro artigo científico, liderado por Ron Foulchier, do Centro Médico Erasmus, na Holanda, buscou entender como o H5N1 pode se tornar transmissível pelo ar em mamíferos. “Nossa principal conclusão é que o vírus da gripe aviária H5N1 pode adquirir a habilidade de ser transmitido via aerossol entre mamíferos; mostramos que um mínimo de 5 mutações e certamente menos de 10 delas são suficientes para torna-lo transmissível por via aérea”, explicou Foulchier durante a teleconferência. 
Para chegar a esta conclusão a equipe liderada por ele primeiro identificou as mutações que levaram à emergência das pandemias de 1918, 1957 e 1968. Em seguida, modificou geneticamente uma cepa de H5N1 para que ele contivesse essas três mutações para verificar se isto tornava o virus transmissível pelo ar via pequenas gotas (aerosol) em doninhas – um pequeno mamífero largamente utilizado como modelo para transmissão de gripe. 
O resultado foi negativo e os cientistas testaram então quantas vezes era necessário infectar e reinfectar uma doninha com o vírus modificado para que ele evoluísse e se tornasse transmissivel pelo ar. “Quando pegamos o virus após 10 passagens (dele) pelo nariz da doninha verificamos que tinha desenvolvido a habilidade de se transmitir via aerossol entre elas”, afirmou Foulcheir. E completou: “Ele não matou as doninhas que foram infectadas via aerossol.” Com este dado em mãos a equipe analisou quais mutações – além das três introduzidas por eles – haviam ocorrido no H5N1 para torna-lo transmissível via ar. O resultado foram que outras duas mutações realizavam o serviço. 
A descoberta não significa, porém, que as mesmas dez passagens são necessárias em humanos. “É difícil fazer uma relação direta entre as dez passagens em doninhas e o número de passagens em humanos... Uma cadeia limitada de transmissão em doninhas é suficiente para fazer o vírus se adaptar. Assumimos que este número também seria relativamente pequeno em humanos”, pontuou Foulchier. E continuou: “Devemos assumir que o que vimos nas doninhas é mais ou menos similar em humanos, mas não é uma correspondência direta. Há uma correspondência, mas há exceções à regra e sempre precisamos ser cuidadosos ao interpretar trabalhos com doninhas no contexto dos humanos.“ 
No segundo artigo, os cientistas tentaram descobrir as possibilidades de que um H5N1 desenvolvesse as cinco mutações necessárias à transmissão via aerossol entre mamíferos. A primeira constatação foi que diversas cepas do H5N1 já possuem duas das mutações. Ou seja: seriam necessárias apenas mais três delas – obviamente três específicas - para torná-lo transmissível por ar entre mamíferos. “Estudamos matematicamente e computacionalmente a evolução do vírus em um hospedeiro e em uma cadeia de transmissão entre hospedeiros. Descobrimos que é possível para um vírus fazer três mutações dentro de um hospedeiro. Fazer quatro ou cinco é mais difícil. E realizar as cinco parece realmente difícil. Não sabemos, porem, ainda o quão difícil é”, afirmou Derek Smith, principal autor do texto, da Universidade de Cambridge, na Inglaterra, na teleconferência. 

Preparação para a pandemia 

A constatação de que essas mutações podem, em teoria, ocorrer naturalmente no H5N1, e torna-lo transmissível entre mamíferos – possivelmente entre humanos também – levanta ainda uma outra questão importante relacionada à primeira frase de Alberts sobre disponibilizar os estudos para toda e qualquer pessoa com acesso à internet: uma pessoa tecnicamente habilitada e má intencionada não poderia pegar os dados e tentar fazer as mutações em laboratório? “Ao fazer pesquisa, você continuamente analisa o risco-benefício dela. Eu acredito que os benefícios são maiores do que o risco. Isto significa que não há risco? Claro que não. Não posso dizer de jeito nenhum isso, mas, para mim, os benefícios são maiores", afirmou Anthony Fauci, diretor do Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas, dos Estados Unidos, que também participou da teleconferência e fez um artigo na revista analisando as lições aprendidas com as pandemias passadas. 
O pensamento de Fauci vai na mesma direção do que acredita Alberts. “Esperamos que a publicação ajude a tornar o mundo mais seguro, em especial ao estimular mais cientistas e formuladores de políticas públicas em focar para preparar as defesas. Isto irá requerer grandes inovações e tornar estes dados disponíveis aumenta grandemente as chances de que estas inovações ocorram”, afirmou ele. 
Se uma pandemia vier, o mundo teria atualmente como se defender, segundo Rino Rappuoli, chefe global de pesquisas em vacinas da Novartis Vacinas e Diagnósticos. “Podemos em teoria estar prontos rapidamente para fazer uma vacina. Isto é possivel hoje do ponto de vista tecnológico. A questão seria apenas mudar o processo regulatório para garantir que ele pudesse ser utilizado para fabricar as vacinas que possam ser então distribuídas”, afirmou ele que também esteve presente à conferência e foi autor de um artigo na mesma edição sobre estratégias de curto e longo prazo para preparação para uma pandemia. 
Segundo a Organização Mundial da Saúde, a mortalidade de seres humanos por gripe aviária está em 60%. 

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