O presidente venezuela Hugo Chávez discursa em cerimônia da academia militar em Caracas
Foto: Reuters
O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, qualificou nesta quarta-feira como "muito estranha" a sucessão de diagnósticos de câncer de vários líderes e ex-presidentes da América Latina e levantou a possibilidade de alguém ter desenvolvido "uma tecnologia para induzir" esta doença. Em um ato de promoção de militares transmitido em cadeia nacional de rádio e televisão, Chávez inclusive recomendou cuidados extras a Evo Morales, presidente da Bolívia, e Rafael Correa, do Equador.
Depois que nesta terça-feira foi divulgado que sua colega argentina, Cristina Fernández de Kirchner, tem um tumor na glândula tireóide, Chávez, que está se recuperando de um câncer, considerou que "é muito difícil explicar" o que está acontecendo. O venezuelano frisou que não quer "lançar nenhuma acusação temerária", mas questionou: "Seria estranho que tivessem desenvolvido uma tecnologia para induzir o câncer e ninguém saiba até agora e se descubra isto apenas dentro de 50 anos?".
Nesse contexto, Chávez lembrou o caso de centenas de guatemaltecos submetidos a experimentos com sífilis por parte dos Estados Unidos nos anos 1940. "Não sei, só deixo a reflexão, mas isto é muito, muito, muito estranho", sustentou o presidente, que foi operado de um tumor na região pélvica no último dia 20 de junho.
Chávez lembrou que, com o diagnóstico de Cristina, já são vários os líderes da região que passaram por esta situação, como a presidente Dilma Rousseff e seu antecessor, Luiz Inácio Lula da Silva, e o presidente do Paraguai, Fernando Lugo. O venezuelano também mencionou o líder cubano Fidel Castro, que se afastou do poder em 2006 por uma doença não confirmada oficialmente, mas que acredita-se também possa ser câncer.
"Fidel sempre me disse: Chávez, tome cuidado, esta gente desenvolveu tecnologias, cuidado com o que come, cuidado com uma pequena agulha e te injetam não sei o quê", relatou ao lembrar uma conversa com o cubano. "Em todo caso, repito, eu não estou acusando ninguém, só estou fazendo uso da minha liberdade para refletir e emitir comentários perante fatos muito estranhos e difíceis de explicar", concluiu.
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CHÁVEZ: EUA PODEM TER PRODUZIDO TECNOLOGIA PARA CAUSAR CANCRO EM LÍDERES LATINOS
29 Dezembro 2011 | 10:00
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Líder venezuelano faz alerta para que Evo Morales tome cuidado e não seja a próxima e sexta vítima.
O presidente venezuelano Hugo Chávez aproveitou ontem o anúncio da sua homóloga Argentina, Cristina Kirchner, de que sofre de cancro para tornar públicas as suas “reflexões” sobre o que pode estar por detrás da “estranha coincidência” de serem já cinco os líderes de países da América Latina atingidos pela doença. Suspeita: os Estados Unidos podem ter desenvolvido uma tecnologia para causar a doença nos chefes de Estado.
“Não seria estranho se eles tiverem desenvolvido uma tecnologia para induzir câncer e ninguém saiba disso até agora... Não sei. Estou apenas a reflectir Mas é muito, muito, muito estranho”, disse, num discurso numa base militar.
O presidente venezuelo disse ainda que há muito tempo Fidel Castro o alertara para a possibilidade de envenamento orquestrado pelos Estados Unidos. “Fidel sempre me disse: ‘Chávez, tome cuidado. Essa gente desenvolveu tecnologia. Você tem muito pouco cuidado. Tem de prestar atenção ao que come, ao que eless te dão para comer... Uma pequena agulha e eles te injectam sei lá o quê”.
Chávez disse ainda que outros líderes da região devem ficar atentos, como o seu aliado Evo Morales, presidente da Bolívia. “Nós temos que cuidar bem de Evo. Tome cuidado, Evo”.
A presidente argentina, Cristina Kirchner, é a quinta líder da América Latina a ser diagnosticada com cancro nos últimos anos. A lista inclui os líderes brasileiros Lula da Silva e, antes dele, Dilma Rousseff, o paraguaio Fernando Lugo e o venezuelano Hugo Chávez.
Hugo Chávez criticou ainda acusações dos Estados Unidos e da Europa de que as eleições parlamentares na Rússia tenham sido manobradas, frisando que a mesma reacção está já a ser planeada para as eleições presidenciais na Venezuela, em Outubro, em que Chavés tentará a reeleição.
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